"- Mestre, como faço para ser sábio?
- Com as escolhas certas, responde o velho mestre.
- E como sei quais são?
- Com a experiência.
- E como ganho essa experiência?
- Com as escolhas erradas."
Dharma Marketing
Como dizia um peregrino que conheci no caminho de Santiago "we don't do mistakes, we live learning experiences".
23 dezembro 2010
04 dezembro 2010
03 dezembro 2010
28 novembro 2010
“A ciência natural da estupidez"
À minha querida esposa, Kate, que suportou a minha própria estupidez durante vinte e seis anos muito felizes.
Paul Tabori
"Introdução
Há quem nasça estúpido, quem se torne estúpido e quem, gradualmente, se deixe inocular pelo morbo da idiotice. A estupidez da maioria das pessoas não representa, porém, uma herança de antepassados ou um contágio de contemporâneos. É obra pessoal (e devemos reconhece-lo) conquistada com inteira justiça.
Foram os interessados que se arvoraram em idiotas e ninguém os obrigou a isso. Certos maníacos da perfeição armaram em perfeitos, e, como se poderia esperar, são sempre os últimos a reconhecê-lo. Lucraríamos alguma coisa a denunciar o facto? Verificando que a sua felicidade reside, precisamente da ignorância da estupidez em que vivem, até custa desenganá-los.
A estupidez que se manifesta sob variadíssimas formas – o orgulho, a vaidade, a credulidade, o medo ou o preconceito -, é um dos motivos preferidos pelos escritores satíricos, como nos recorda Paul Tabori.
Segundo palavras suas, ela «conseguiu viver a milhões de golpes, mesmo aos mais rudes, sem nada sofrer». O que ele não observa, decerto por demasiado evidente, é que, se a estupidez desaparecesse, o escritor satírico ficaria desempregado.
«Ninguém riria num mundo perfeito» - afirmou Cristóvão Morley…
…E seria, acaso, perfeito um mundo no qual não se proporcionassem ensejos para uma gargalhada? A estupidez é, possivelmente, necessária, não só para dar que fazer ao escritor satírico, mas também para oferecer distracções a dois grupos da minoria: os, na realidade, sensatos e os suficientemente sensatos para se aperceberem de que são estúpidos.
… De resto, bem vistas as coisas, uma pequena dose de estupidez é tão inverosímil como uma gravidez moderada. Isto, descontando já que as suas consequências podem ser cómicas, como trágicas. Se, de facto, serve para aliviar uma gargalhada, temos que reconhecer que não serve para muito mais. A estupidez é prejudicial não apenas para os que a sofrem, directamente, mas também para os que por ela são rodeados. Se, no passado, causou perseguições e guerras, no futuro poderá dar origem a catástrofes ainda maiores…”
Richard Armour
Paul Tabori
"Introdução
Há quem nasça estúpido, quem se torne estúpido e quem, gradualmente, se deixe inocular pelo morbo da idiotice. A estupidez da maioria das pessoas não representa, porém, uma herança de antepassados ou um contágio de contemporâneos. É obra pessoal (e devemos reconhece-lo) conquistada com inteira justiça.
Foram os interessados que se arvoraram em idiotas e ninguém os obrigou a isso. Certos maníacos da perfeição armaram em perfeitos, e, como se poderia esperar, são sempre os últimos a reconhecê-lo. Lucraríamos alguma coisa a denunciar o facto? Verificando que a sua felicidade reside, precisamente da ignorância da estupidez em que vivem, até custa desenganá-los.
A estupidez que se manifesta sob variadíssimas formas – o orgulho, a vaidade, a credulidade, o medo ou o preconceito -, é um dos motivos preferidos pelos escritores satíricos, como nos recorda Paul Tabori.
Segundo palavras suas, ela «conseguiu viver a milhões de golpes, mesmo aos mais rudes, sem nada sofrer». O que ele não observa, decerto por demasiado evidente, é que, se a estupidez desaparecesse, o escritor satírico ficaria desempregado.
«Ninguém riria num mundo perfeito» - afirmou Cristóvão Morley…
…E seria, acaso, perfeito um mundo no qual não se proporcionassem ensejos para uma gargalhada? A estupidez é, possivelmente, necessária, não só para dar que fazer ao escritor satírico, mas também para oferecer distracções a dois grupos da minoria: os, na realidade, sensatos e os suficientemente sensatos para se aperceberem de que são estúpidos.
… De resto, bem vistas as coisas, uma pequena dose de estupidez é tão inverosímil como uma gravidez moderada. Isto, descontando já que as suas consequências podem ser cómicas, como trágicas. Se, de facto, serve para aliviar uma gargalhada, temos que reconhecer que não serve para muito mais. A estupidez é prejudicial não apenas para os que a sofrem, directamente, mas também para os que por ela são rodeados. Se, no passado, causou perseguições e guerras, no futuro poderá dar origem a catástrofes ainda maiores…”
Richard Armour
25 novembro 2010
Entre a espada e a parede
Há muito trabalho, só não trabalha quem não quer. Se quisesse, a Maria começaria a trabalhar amanhã.
Então porque a Maria continua desempregada? Sei lá, deve ser preguiçosa ou presunçosa. Talvez presunçosa, só porque tem um curso superior e mais de 20 anos de experiência profissional acha que não pode pegar qualquer coisa.
Mas se ela precisa desesperadamente de um trabalho, porque não faz qualquer coisa?
Em Portugal, o mercado de trabalho não é assim tão linear, os governos investiram no ensino, fabricaram fornadas de licenciados, e o que os governos parecem ter-se esquecido foi de estimular políticas/práticas de desenvolvimento que absorvessem as novas fornadas de capital humano, sem ter que se desfazer do capital humano antigo, ou antiquado?
Mas para a Maria estas considerações de pouco valem, porque o que lhe interessa neste momento, é ter um trabalho. Não vale a pena culpar os Governos ou a cultura laboral de um país.
E sim, existe muito trabalho, o problema até nem está no trabalho, mas no retorno que o trabalho dá. O salário. Maria tem várias propostas de trabalho, claro que tem, é só olhar para o jornal, internet e ver:
Ajudante de cozinha, empregada de mesa, empregada doméstica, ajudante de lar. Tudo trabalhos úteis, com salários entre os 450€ a 700€. Há restaurantes que pagam bem, 900€ a 1500€ e refeições grátis, mas é preciso experiência, não é qualquer um que pode servir num restaurante na Quinta do Lago ou da Marinha.
Também há outras oportunidades, como concorrer a concursos das autarquias ou Segurança Social, que são quem mais contrata pessoas com a sua formação académica. E fez muitos concursos pelo país inteiro. Sim, ela até recebeu uma proposta para trabalhar numa Junta de Freguesia a ganhar 750€ sem contrato e a recibos verdes. Contratos de trabalho, também os há. Teve a oportunidade de ter um a receber 450€, mais subsídio refeição de 5€/dia, mais 3% de comissões em artigos que custam em média 15€ cada. Para isso, só teria de ter viatura própria e vender 500€/dia. Que belo trabalho, a de caixeiro-viajante! Ainda há mais, e melhores, como secretária ou administrativa a ganhar 850€ a 900€. Então, com a sua experiência, até poderia ser responsável de compras de um departamento de uma grande empresa nacional, na área dos supermercados, a ganhar 1500€. Isto sim, qualquer Maria gostaria, se não se importar em sacrificar os filhos para poder dar o seu sangue a estas empresas ou multinacionais do género.
Mas é nas casas de alterne e nos serviços de acompanhantes que se paga bem, os salários variam entre 1500€ a 3000€. Mas Maria, para além de ter passado a barreira dos 40 e a sua beleza ter entrado na linha descendente, é uma mulher sem formação para estes tão exigentes labores. E coitada, uma mãe de família não tem vida para se deitar às tantas da madrugada.
O mais irónico é que Maria teve propostas de empregos a ganhar 4x ou 5x a mais em Inglaterra, Angola e em Macau. Mas para os aceitar teria de escolher, entre o seu trabalho e a sua família. Escolheu a família e continua sem emprego.
Bem, enfim, não é preciso contar mais peripécias de uma Maria real (isto não é ficção), que anda há 2 anos à procura de uma oportunidade justa de trabalho.
O que quero demonstrar com esta história das Marias portuguesas que não conseguem trabalho, mesmo com habilitações e experiência profissional, é que Portugal é um país estranho, para não dizer, um país com uma frágil justiça social.
Um país em que a média de valores de arrendamentos de simples apartamentos T2 é de 500€/600€ e a média dos salários é de 800€. Como é que uma Maria, que nem se importe de fazer qualquer coisa, pode viver? Como é que as Marias que estudaram, porque lhes disseram que teriam mais hipóteses de arranjar melhores empregos, vêm-se em situação de desespero porque não conseguem fazer-se valer dignamente?
Muitas Marias até têm espírito empreendedor e ideias de negócio, mas nem sempre capital para investir. Os QRENs da vida, sim ajudam muito, àqueles que estão bem relacionados. Empréstimos bancários, só para quem tem dinheiro. Tachos? A maioria das Marias têm-nos muitos, mas na cozinha. Não, não, isto já não é como nos tempos dos nossos pais ou avós. Até as Marias que nasceram em famílias burguesas começam a ser afectadas por esta realidade burlesca. E as Marias que investem a tornarem-se um pouco mais independentes do sistema escravizante, arriscam-se a não receber os seus honorários como consultoras externas, de tão maus pagadores impunes que para aí andam. Não fossem algumas ter uma mãe, pai ou irmãos para as ajudar quando isso acontece, muitas estariam a buscar comida ao Banco Alimentar.
Afirmava o nosso primeiro-ministro de peito estufado e sorriso de totó, aquando do seu discurso na inauguração de mais um jardim-de-infância – “Portugal é o país da Europa (e talvez do mundo) com mais crianças a frequentar o ensino pré-escolar”. Otário, como se isso fosse um bom indicador de desenvolvimento. É exactamente o contrário, as crianças são despejadas com tenra idade nas gaiolas decoradas, das 8 da manhã até às 8 da noite, para que ambos os progenitores possam trabalhar.
Como é que uma cultura laboral põe em causa a educação das gerações vindouras de um país? Pelo menos penso que é de responsabilidade da família educar as crianças.
Isto é mesmo um cenário tétrico!
É melhor acabar por aqui, já estou a ficar com dores de estômago.
Então porque a Maria continua desempregada? Sei lá, deve ser preguiçosa ou presunçosa. Talvez presunçosa, só porque tem um curso superior e mais de 20 anos de experiência profissional acha que não pode pegar qualquer coisa.
Mas se ela precisa desesperadamente de um trabalho, porque não faz qualquer coisa?
Em Portugal, o mercado de trabalho não é assim tão linear, os governos investiram no ensino, fabricaram fornadas de licenciados, e o que os governos parecem ter-se esquecido foi de estimular políticas/práticas de desenvolvimento que absorvessem as novas fornadas de capital humano, sem ter que se desfazer do capital humano antigo, ou antiquado?
Mas para a Maria estas considerações de pouco valem, porque o que lhe interessa neste momento, é ter um trabalho. Não vale a pena culpar os Governos ou a cultura laboral de um país.
E sim, existe muito trabalho, o problema até nem está no trabalho, mas no retorno que o trabalho dá. O salário. Maria tem várias propostas de trabalho, claro que tem, é só olhar para o jornal, internet e ver:
Ajudante de cozinha, empregada de mesa, empregada doméstica, ajudante de lar. Tudo trabalhos úteis, com salários entre os 450€ a 700€. Há restaurantes que pagam bem, 900€ a 1500€ e refeições grátis, mas é preciso experiência, não é qualquer um que pode servir num restaurante na Quinta do Lago ou da Marinha.
Também há outras oportunidades, como concorrer a concursos das autarquias ou Segurança Social, que são quem mais contrata pessoas com a sua formação académica. E fez muitos concursos pelo país inteiro. Sim, ela até recebeu uma proposta para trabalhar numa Junta de Freguesia a ganhar 750€ sem contrato e a recibos verdes. Contratos de trabalho, também os há. Teve a oportunidade de ter um a receber 450€, mais subsídio refeição de 5€/dia, mais 3% de comissões em artigos que custam em média 15€ cada. Para isso, só teria de ter viatura própria e vender 500€/dia. Que belo trabalho, a de caixeiro-viajante! Ainda há mais, e melhores, como secretária ou administrativa a ganhar 850€ a 900€. Então, com a sua experiência, até poderia ser responsável de compras de um departamento de uma grande empresa nacional, na área dos supermercados, a ganhar 1500€. Isto sim, qualquer Maria gostaria, se não se importar em sacrificar os filhos para poder dar o seu sangue a estas empresas ou multinacionais do género.
Mas é nas casas de alterne e nos serviços de acompanhantes que se paga bem, os salários variam entre 1500€ a 3000€. Mas Maria, para além de ter passado a barreira dos 40 e a sua beleza ter entrado na linha descendente, é uma mulher sem formação para estes tão exigentes labores. E coitada, uma mãe de família não tem vida para se deitar às tantas da madrugada.
O mais irónico é que Maria teve propostas de empregos a ganhar 4x ou 5x a mais em Inglaterra, Angola e em Macau. Mas para os aceitar teria de escolher, entre o seu trabalho e a sua família. Escolheu a família e continua sem emprego.
Bem, enfim, não é preciso contar mais peripécias de uma Maria real (isto não é ficção), que anda há 2 anos à procura de uma oportunidade justa de trabalho.
O que quero demonstrar com esta história das Marias portuguesas que não conseguem trabalho, mesmo com habilitações e experiência profissional, é que Portugal é um país estranho, para não dizer, um país com uma frágil justiça social.
Um país em que a média de valores de arrendamentos de simples apartamentos T2 é de 500€/600€ e a média dos salários é de 800€. Como é que uma Maria, que nem se importe de fazer qualquer coisa, pode viver? Como é que as Marias que estudaram, porque lhes disseram que teriam mais hipóteses de arranjar melhores empregos, vêm-se em situação de desespero porque não conseguem fazer-se valer dignamente?
Muitas Marias até têm espírito empreendedor e ideias de negócio, mas nem sempre capital para investir. Os QRENs da vida, sim ajudam muito, àqueles que estão bem relacionados. Empréstimos bancários, só para quem tem dinheiro. Tachos? A maioria das Marias têm-nos muitos, mas na cozinha. Não, não, isto já não é como nos tempos dos nossos pais ou avós. Até as Marias que nasceram em famílias burguesas começam a ser afectadas por esta realidade burlesca. E as Marias que investem a tornarem-se um pouco mais independentes do sistema escravizante, arriscam-se a não receber os seus honorários como consultoras externas, de tão maus pagadores impunes que para aí andam. Não fossem algumas ter uma mãe, pai ou irmãos para as ajudar quando isso acontece, muitas estariam a buscar comida ao Banco Alimentar.
Afirmava o nosso primeiro-ministro de peito estufado e sorriso de totó, aquando do seu discurso na inauguração de mais um jardim-de-infância – “Portugal é o país da Europa (e talvez do mundo) com mais crianças a frequentar o ensino pré-escolar”. Otário, como se isso fosse um bom indicador de desenvolvimento. É exactamente o contrário, as crianças são despejadas com tenra idade nas gaiolas decoradas, das 8 da manhã até às 8 da noite, para que ambos os progenitores possam trabalhar.
Como é que uma cultura laboral põe em causa a educação das gerações vindouras de um país? Pelo menos penso que é de responsabilidade da família educar as crianças.
Isto é mesmo um cenário tétrico!
É melhor acabar por aqui, já estou a ficar com dores de estômago.
19 novembro 2010
Portugal visto de fora
Artigo Jornal Russo
Depois de tanta evidência, não percebo porque ninguém faz alguma coisa, porque nada parece mexer em prol da mudança. Serão os justos portugueses uns bananas? Saber e nada fazer é pior do que viver na ignorância. Ou não nos cabe a nós esse papel? Afinal qual é o papel do povo? Continuar a votar nos incompetentes comprovados e iludir-se que os próximos serão melhores?
Sinto-me impotente perante tanto conformismo ou revolta inútil.
Resta-me a esperança e a ilusão de que, pelo menos, estou a contribuir de alguma forma.
"Por teu Graal" acorda!!!!
Depois de tanta evidência, não percebo porque ninguém faz alguma coisa, porque nada parece mexer em prol da mudança. Serão os justos portugueses uns bananas? Saber e nada fazer é pior do que viver na ignorância. Ou não nos cabe a nós esse papel? Afinal qual é o papel do povo? Continuar a votar nos incompetentes comprovados e iludir-se que os próximos serão melhores?
Sinto-me impotente perante tanto conformismo ou revolta inútil.
Resta-me a esperança e a ilusão de que, pelo menos, estou a contribuir de alguma forma.
"Por teu Graal" acorda!!!!
18 novembro 2010
Coisas más de Portugal - dor social
"A Saúde Mental dos Portugueses
transcrição do artigo do médico psiquiatra Pedro Afonso, publicado no Público, 2010-06-21
Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes. Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária. Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade. Enquanto o legislador se entretém maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família. Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três anos.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário público. Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando já há muito foram dizimados pela praga da miséria.
Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque
se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.
E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.
Pedro Afonso
Médico psiquiatra"
transcrição do artigo do médico psiquiatra Pedro Afonso, publicado no Público, 2010-06-21
Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes. Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária. Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade. Enquanto o legislador se entretém maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família. Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três anos.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário público. Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando já há muito foram dizimados pela praga da miséria.
Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque
se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.
E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.
Pedro Afonso
Médico psiquiatra"
17 novembro 2010
Gostei muito desta
"Não há comparação entre o que se perde por fracassar e o que se perde por não tentar"
Francis Bacon
Francis Bacon
12 novembro 2010
"Bad timing"
Everything is quiet
There, in a pool of light
I would have sworn that she had died
I'm telling you
In all that i will say
In every move i'll make
You'll see that i don't fake
Even if i wanted to
She passed it on to me
She walked into my life
The ridiculous and sublime
Beneath the lowered sky
She fell in love
And passed it on to me
I threw it all away
Like a record that you don't play
And all the hurt i saved
Well, time had come
I passed it on to her
Do you realize
Do you realize
To look into her eyes
And to let her go
To pass it on to him
Now everything was quiet
I would have sworn that she had died
And i didn't even try....
(Was it bad timing?)
Now all you want to hear
Is everything you fear
So don't you come too near
Cause everything you need
You'll get from her
dEUS
There, in a pool of light
I would have sworn that she had died
I'm telling you
In all that i will say
In every move i'll make
You'll see that i don't fake
Even if i wanted to
She passed it on to me
She walked into my life
The ridiculous and sublime
Beneath the lowered sky
She fell in love
And passed it on to me
I threw it all away
Like a record that you don't play
And all the hurt i saved
Well, time had come
I passed it on to her
Do you realize
Do you realize
To look into her eyes
And to let her go
To pass it on to him
Now everything was quiet
I would have sworn that she had died
And i didn't even try....
(Was it bad timing?)
Now all you want to hear
Is everything you fear
So don't you come too near
Cause everything you need
You'll get from her
dEUS
10 novembro 2010
Go getter, go giver
Ao longo da minha vida adulta tenho observado, analisado, o tipo de comportamento, ou carácter, intuito que guia a acção, das pessoas que passaram/cruzam a minha existência. E essencialmente, sem absolutismos, existem dois padrões dominantes, num dos quais me incluo, os go getters e os go givers.
Resumindo. Assim como na natureza, há os animais que dão ou conquistam e os que recebem ou parasitam. Materializando a ideia, o antílope, a leoa que o caça para alimentar a sua prole e o seu macho, as hienas, os abutres e as moscas. O antílope e a Leoa são os go givers. O antílope é o go giver “puro”, a sua razão de existência é dar. A Leoa, embora receba o alimento do antílope, tem que investir esforços para o caçar, para garantir a sobrevivência da sua prole e do leão que protege o clã, digamos, as crias e os machos, são tanto getters como givers, “amor com amor se paga”. Já as hienas, os abutres e as moscas são os go getters, sobrevivem da usurpação ou herança dos restos da carcaça.
Não compreende a ideia? Passo a ilustrar com um exemplo humano. Vasco Gonçalves era um homem íntegro, com ideais nobres, um militar que moveu uma revolução sem guerra (e acabando com uma guerra). Graças ao seu ímpeto e coragem, beneficiaram, políticos e uma nação. Nesta cadeia de benefícios gerada pelos go givers da Revolução, as hienas e os abutres beberam dos ideais da liberdade e da democracia em seu benefício. Exemplo disso, o Dr Mário Soares, estandarte da instauração da Liberdade em Portugal, que, como hiena, usurpou um movimento político em seu benefício, para sobreviver como político, à custa do “sacrifício” do antílope, Vasco Gonçalves.
Será que muitos do Zé Povinho são a moscas? É melhor nem pensar nisso…
Adiante, isto é só um exemplo de diversos que poderia mencionar. Aliás, as pessoas que me inspiraram este post, nem foram estas grandes figuras da História política de Portugal. Foram pessoas com quem trabalhei…
Nem imaginam o que me passou pela cabeça, começar a chamar as pessoas: homem leão e a mulher mosca. A mulher corça e o homem fungo. Ahahah! Já estou a divagar…
Mas se analisarmos “the big picture” existe, e sempre existiu na natureza, os givers e os getters, e se eles existem, não quer dizer que um seja melhor que o outro. Ambos são necessários. Um, não é bom só porque dá, e o outro não é mau só porque tira. Porque alguém só tira algo de alguém que pode dar.
Não poderíamos simplesmente extinguir as hienas, os abutres, as moscas ou outros go getters, haveria excesso de fartura, e a quantidade altera a qualidade. Imaginem os restos mortais do antílope, depois de dilaceradas as suas vísceras, a apodrecer na savana? Nem quero imaginar!
Os go getters são um “mal” necessário.
Na linha de pensamento sobre a quantidade que altera a qualidade, o tema que estive a explorar foi abordado numa perspectiva de justiça ou equilíbrio. E por isso, chego à conclusão, mais uma vez, que o desafio existencial é o equilíbrio.
E seguindo este pressuposto de equilíbrio, é fácil constatar que não andam por aí suficientes corças, antílopes e leoas para alimentar tanta hiena, abutre e mosca.
Resumindo. Assim como na natureza, há os animais que dão ou conquistam e os que recebem ou parasitam. Materializando a ideia, o antílope, a leoa que o caça para alimentar a sua prole e o seu macho, as hienas, os abutres e as moscas. O antílope e a Leoa são os go givers. O antílope é o go giver “puro”, a sua razão de existência é dar. A Leoa, embora receba o alimento do antílope, tem que investir esforços para o caçar, para garantir a sobrevivência da sua prole e do leão que protege o clã, digamos, as crias e os machos, são tanto getters como givers, “amor com amor se paga”. Já as hienas, os abutres e as moscas são os go getters, sobrevivem da usurpação ou herança dos restos da carcaça.
Não compreende a ideia? Passo a ilustrar com um exemplo humano. Vasco Gonçalves era um homem íntegro, com ideais nobres, um militar que moveu uma revolução sem guerra (e acabando com uma guerra). Graças ao seu ímpeto e coragem, beneficiaram, políticos e uma nação. Nesta cadeia de benefícios gerada pelos go givers da Revolução, as hienas e os abutres beberam dos ideais da liberdade e da democracia em seu benefício. Exemplo disso, o Dr Mário Soares, estandarte da instauração da Liberdade em Portugal, que, como hiena, usurpou um movimento político em seu benefício, para sobreviver como político, à custa do “sacrifício” do antílope, Vasco Gonçalves.
Será que muitos do Zé Povinho são a moscas? É melhor nem pensar nisso…
Adiante, isto é só um exemplo de diversos que poderia mencionar. Aliás, as pessoas que me inspiraram este post, nem foram estas grandes figuras da História política de Portugal. Foram pessoas com quem trabalhei…
Nem imaginam o que me passou pela cabeça, começar a chamar as pessoas: homem leão e a mulher mosca. A mulher corça e o homem fungo. Ahahah! Já estou a divagar…
Mas se analisarmos “the big picture” existe, e sempre existiu na natureza, os givers e os getters, e se eles existem, não quer dizer que um seja melhor que o outro. Ambos são necessários. Um, não é bom só porque dá, e o outro não é mau só porque tira. Porque alguém só tira algo de alguém que pode dar.
Não poderíamos simplesmente extinguir as hienas, os abutres, as moscas ou outros go getters, haveria excesso de fartura, e a quantidade altera a qualidade. Imaginem os restos mortais do antílope, depois de dilaceradas as suas vísceras, a apodrecer na savana? Nem quero imaginar!
Os go getters são um “mal” necessário.
Na linha de pensamento sobre a quantidade que altera a qualidade, o tema que estive a explorar foi abordado numa perspectiva de justiça ou equilíbrio. E por isso, chego à conclusão, mais uma vez, que o desafio existencial é o equilíbrio.
E seguindo este pressuposto de equilíbrio, é fácil constatar que não andam por aí suficientes corças, antílopes e leoas para alimentar tanta hiena, abutre e mosca.
30 outubro 2010
Peregrino
Romeiro é o meu nome, e Romeiro é o peregrino que vai a Roma. Com o selo de peregrino carimbado à nascença, mais cedo ou mais tarde teria de empreender uma peregrinação, não necessariamente com destino a Roma, mas desta vez a Santiago de Compostela através do caminho francês pelo Norte de Espanha.
Embora já sinta a vida como uma peregrinação, uma romaria onde a experiência de dor, sacrifício, superação, deslumbramento, esperança, gratidão, foi também assim sentida a minha peregrinação, num momento condensado de vida, durante os 200 e poucos km a pé através do caminho de Santiago.
O que fui lá fazer, a princípio não sabia, apenas quis ir, sem preparação física, sem planeamento realístico, sem promessa. Se me perguntarem o que lá encontrei, nada de grande transformação interior ou espiritual, nenhum milagre aconteceu. Vislumbrei lindas paisagens, sofri dores nas pernas que me toldavam o espírito e me faziam questionar constantemente o que ali estava a fazer.
Conheci pessoas de todo o mundo, uns perdidos na peregrinação da vida e querendo encontrar-se no caminho, outros que gostavam de caminhar na natureza, outros com fins religiosos, cristãos ou espirituais, uns mensageiros dos deuses, mas muitos não passavam de turistas coleccionadores de lugares visitados.
À noite encontrava-os, mas durante o dia afastava-me para ficar só. Tive muitas horas para pensar, mas na maior parte do tempo nem o queria fazer, apenas esvaziar o ruído interior, mergulhar no vazio. Desejei tornar-me eremita e ir viver naquelas belas montanhas.
Nas poucas horas em que conseguia adormecer, intervalando os “concertos de cordas” nocturnos das camaratas, tinha sonhos que pareciam sinais, sinais que não sei interpretar, nem quero, porque interpretar sonhos é muito perigoso, até se realizarem, nunca se sabe se são premonições ou desejos inconscientes.
Agora que voltei a casa, sinto um mal-estar, não queria voltar, queria continuar a caminhar até acontecer um milagre, porque acredito em milagres. Mas parece que os milagres acontecem somente quando não esperamos que aconteçam. Não pertencem ao mundo do intelecto que procura a sensatez. Os milagres são insensatos.
O destino, Santiago de Compostela, não o alcancei, o que importa, afinal não era esse o meu objectivo, terminei a caminhada quando descobri porque quis ser peregrino neste famoso caminho, quis fugir, quis afastar-me da rotina de dor, respirar novos ares e encontrar alguma paz mundana. Mas principalmente, quis fechar um ciclo e, simbolicamente, iniciar um novo caminho.
Continuo peregrino, continuarei errante porque ainda não sei para onde quero ir, continuarei por montes e vales a seguir a estrela.
Talvez um dia vá a Roma.
Embora já sinta a vida como uma peregrinação, uma romaria onde a experiência de dor, sacrifício, superação, deslumbramento, esperança, gratidão, foi também assim sentida a minha peregrinação, num momento condensado de vida, durante os 200 e poucos km a pé através do caminho de Santiago.
O que fui lá fazer, a princípio não sabia, apenas quis ir, sem preparação física, sem planeamento realístico, sem promessa. Se me perguntarem o que lá encontrei, nada de grande transformação interior ou espiritual, nenhum milagre aconteceu. Vislumbrei lindas paisagens, sofri dores nas pernas que me toldavam o espírito e me faziam questionar constantemente o que ali estava a fazer.
Conheci pessoas de todo o mundo, uns perdidos na peregrinação da vida e querendo encontrar-se no caminho, outros que gostavam de caminhar na natureza, outros com fins religiosos, cristãos ou espirituais, uns mensageiros dos deuses, mas muitos não passavam de turistas coleccionadores de lugares visitados.
À noite encontrava-os, mas durante o dia afastava-me para ficar só. Tive muitas horas para pensar, mas na maior parte do tempo nem o queria fazer, apenas esvaziar o ruído interior, mergulhar no vazio. Desejei tornar-me eremita e ir viver naquelas belas montanhas.
Nas poucas horas em que conseguia adormecer, intervalando os “concertos de cordas” nocturnos das camaratas, tinha sonhos que pareciam sinais, sinais que não sei interpretar, nem quero, porque interpretar sonhos é muito perigoso, até se realizarem, nunca se sabe se são premonições ou desejos inconscientes.
Agora que voltei a casa, sinto um mal-estar, não queria voltar, queria continuar a caminhar até acontecer um milagre, porque acredito em milagres. Mas parece que os milagres acontecem somente quando não esperamos que aconteçam. Não pertencem ao mundo do intelecto que procura a sensatez. Os milagres são insensatos.
O destino, Santiago de Compostela, não o alcancei, o que importa, afinal não era esse o meu objectivo, terminei a caminhada quando descobri porque quis ser peregrino neste famoso caminho, quis fugir, quis afastar-me da rotina de dor, respirar novos ares e encontrar alguma paz mundana. Mas principalmente, quis fechar um ciclo e, simbolicamente, iniciar um novo caminho.
Continuo peregrino, continuarei errante porque ainda não sei para onde quero ir, continuarei por montes e vales a seguir a estrela.
Talvez um dia vá a Roma.
0 + 0 = 0
Aquele que nada tem e nada recebe não se torna nem mais infeliz nem mais feliz, continua na mesma, sem nada.
07 outubro 2010
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
"Ouvi dizer que o nosso amor acabou...
Pois eu não tive a noção do seu fim!
Pelo que eu já tentei,
eu não vou vê-lo em mim:
se eu não tive a noção de ver nascer um homem.
E ao que vejo, tudo foi para ti
uma estupida canção que so eu ouvi!
E eu fiquei com tanto para dar!
! agora não vais achar nada bem
que pague a conta em raiva!
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
Ouvi dizer que o mundo acaba amanhã,
e eu tinha tantos planos p'ra depois!
Fui eu quem virou as páginas
na pressa de chegar até nós,
sem tirar das palavras seu cruel sentido...
Sobre a razao estar certa,
resta-me apenas uma razao:
e um dia vais ser tu
e um homem como tu
como eu não fui
um dia vou-te ouvir dizer:
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
Sei que um dia vais dizer:
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
A cidade está deserta
e alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra,
repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga, ora doce...
Para nos lembrar que o amor é uma doença,
quando nele julgamos ver a nossa cura..."
Ornatos Violeta
Pois eu não tive a noção do seu fim!
Pelo que eu já tentei,
eu não vou vê-lo em mim:
se eu não tive a noção de ver nascer um homem.
E ao que vejo, tudo foi para ti
uma estupida canção que so eu ouvi!
E eu fiquei com tanto para dar!
! agora não vais achar nada bem
que pague a conta em raiva!
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
Ouvi dizer que o mundo acaba amanhã,
e eu tinha tantos planos p'ra depois!
Fui eu quem virou as páginas
na pressa de chegar até nós,
sem tirar das palavras seu cruel sentido...
Sobre a razao estar certa,
resta-me apenas uma razao:
e um dia vais ser tu
e um homem como tu
como eu não fui
um dia vou-te ouvir dizer:
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
Sei que um dia vais dizer:
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
A cidade está deserta
e alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra,
repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga, ora doce...
Para nos lembrar que o amor é uma doença,
quando nele julgamos ver a nossa cura..."
Ornatos Violeta
03 outubro 2010
Let’s see the big picture
Não sou expert em História de Portugal, mas do pouco que conheço começo a chegar à conclusão que os portugueses são um povo condenado. Tirando algumas figuras, que nunca se pode generalizar, o povo português está constantemente a dar provas da sua incapacidade de gerir recursos, de falta de planeamento (visão), da ausência de ética, da sua tacanhez e ganância. O problema não está na actual governação socialista, o problema já vem de longe, é de génese. Se voltarmos atrás no tempo, pode-se verificar que foi sempre assim ou pior, tirando uns tempos áureos que por ironia, época mais gloriosa da nossa História, a época dos Descobrimentos, foi impulsionada por uma rainha Inglesa, sim, D. Filipa de Lencastre, que com grande mérito pariu e educou a geração invicta.
E os poucos “bons rapazes e boas raparigas” que contribuíram com virtude para o desenvolvimento deste pobre país, são como uma gota no mar do provincianismo, incapazes de transformar a essência de um povo que continua a dar provas da sua inaptidão para se desenvolver positivamente. Sim, os governos socialistas são a prova da incompetência, serão tão melhores os outros que se desunham para chegar ao poder? Ou todos da mesma estirpe com roupas de cores diferentes? Não, não me convencem, este povo tem é que ser educado, acto histórico ainda por realizar.
Não quero com isto parecer pessimista. Tenho mesmo muita esperança que este país possa vir a ter melhores líderes e que melhores dias virão. Amén.
E os poucos “bons rapazes e boas raparigas” que contribuíram com virtude para o desenvolvimento deste pobre país, são como uma gota no mar do provincianismo, incapazes de transformar a essência de um povo que continua a dar provas da sua inaptidão para se desenvolver positivamente. Sim, os governos socialistas são a prova da incompetência, serão tão melhores os outros que se desunham para chegar ao poder? Ou todos da mesma estirpe com roupas de cores diferentes? Não, não me convencem, este povo tem é que ser educado, acto histórico ainda por realizar.
Não quero com isto parecer pessimista. Tenho mesmo muita esperança que este país possa vir a ter melhores líderes e que melhores dias virão. Amén.
Whispers in the shore
Ela é a Costa e ele é o Mar
Lava-lhe os pés, lambe-lhe as costas e enrosca-se no seu ventre
Recebe-o de peito aberto, embala-o nos seus braços
Um tão rijo outro tão maleável
Opostos na composição mas ligados na emoção
Ela espera-o todas as marés
Ele volta sempre para cobri-la de festas
Turbilhão de areia
Espuma na rocha
Beijo no leito
Amor perfeito
Lava-lhe os pés, lambe-lhe as costas e enrosca-se no seu ventre
Recebe-o de peito aberto, embala-o nos seus braços
Um tão rijo outro tão maleável
Opostos na composição mas ligados na emoção
Ela espera-o todas as marés
Ele volta sempre para cobri-la de festas
Turbilhão de areia
Espuma na rocha
Beijo no leito
Amor perfeito
Quero ser um sol
Sonho com uma nova Era no coração dos Humanos, o nascimento da perspectiva em que o Homem passa a ser centro, com o dinheiro a girar à sua volta e não como tem sido, a girar nas trevas, numa infinita rotatividade escravizante à volta da luz do ouro.
01 outubro 2010
O lado perverso da Palavra
“Elvira era uma rapariga estrangeira que foi parar a um lugar onde “rapariga” era palavra feia que nunca deveria ser utilizada para denominar uma moça de família, ainda por cima a filha do negão, dono do buteco daquela estranha aldeia de Minas Gerais. Isso quase lançou Elvira para a fogueira em praça pública, como nas remotas épocas da Inquisição.
Naquela noite no ginásio, escola preparatória em português de Portugal, sentia-se uma inquietação no ar. Mal o sinal tocou, as 4 turmas em peso correram em tumulto para a saída da escola, até parecia que iam ver passar o Michael Jackson, o ídolo mais adorado daquela época. Até o Sr. contínuo comentou o sucedido. Elvira foi uma das últimas a sair e não podia acreditar no que via enquanto descia pela escadaria da saída da escola. Uma pequena multidão amontoada de colegas, os seus irmãos e primos e primas mais velhas e mais novas, e jovens que não poderiam perder aquele espectáculo, coisa tão rara e excitante, tipo luta de galos, neste caso, galinhas, porque uma estrangeira tinha chamado de rapariga a uma moça da terra. Que ultraje!
O Sr do buteco era mesmo um negão, daqueles grandes e a sua filha, peixinho que puxou ao pai, era uma negona forte e feia. Apoiada pelos nativos e pelo silêncio atento e expectante dos alcoviteiros, somente interrompido para responder às questões que a negona colocava ao seu público em modos de provocação, vinha com uma fúria de bulldozer. Elvira cabisbaixa permanecia calada a tentar manter as pernas direitas e em andamento, depois de ter dito, em vão, que rapariga não significa “mulher da vida” em português de Portugal.
A 200 metros de martírio, à frente da Igreja, já não havia fuga possível, a negona estava cheia de pujança para dar um enxerto à estrangeira quando chega o Hildebrando. O moço tinha um nome diferente que Elvira nunca mais esqueceu. Foi ele que interveio a seu favor. O jovem mais cobiçado da aldeia, filho do criador de vacas Zebu, conseguiu dissipar os sedentos de sangue e desgraça e escoltou Elvira até casa.
Mas a história não acaba aqui. No final da tarde seguinte, Hildebrando foi buscar Elvira a sua casa. Elvira ficou sinceramente feliz pela amabilidade do rapaz, e ela mal sabia o que a esperava, porque ele não só ia acompanha-la ao ginásio, como também ia leva-la ao buteco, onde o negão tinha uma limonada fresquinha e um pedido de desculpa pelo mau comportamento da sua filha.”
Um caso de xenofobia atiçado por um infeliz acidente de língua. A inveja, o sentimento de inferioridade, o ciúme, a intolerância e o voyeurismo perverso está bem patente nesta história. Por outro lado, um exemplo de solidariedade e sentido de justiça. Em todo o caso, mesmo que a maldade esteja enraizada nos corações de muitos seres, ainda existem exemplos que dão esperança para todos aqueles que pretendem praticar o bem.
Mas esta história ainda me faz ir mais longe na reflexão, não somente sobre a natureza dos seres humanos, sobre o mal e o bem, mas sobre a torre de Babel. Sobre as barreiras da língua e os equívocos da comunicação. Neste momento, sinto dificuldades em expressar por palavras o sentido real da comunicação, ferramenta útil, mas arma vil capaz de suscitar tamanhas injustiças, tamanhos enganos.
Mais valia estarmos calados, impedidos do sentido da fala, como os animais.
Naquela noite no ginásio, escola preparatória em português de Portugal, sentia-se uma inquietação no ar. Mal o sinal tocou, as 4 turmas em peso correram em tumulto para a saída da escola, até parecia que iam ver passar o Michael Jackson, o ídolo mais adorado daquela época. Até o Sr. contínuo comentou o sucedido. Elvira foi uma das últimas a sair e não podia acreditar no que via enquanto descia pela escadaria da saída da escola. Uma pequena multidão amontoada de colegas, os seus irmãos e primos e primas mais velhas e mais novas, e jovens que não poderiam perder aquele espectáculo, coisa tão rara e excitante, tipo luta de galos, neste caso, galinhas, porque uma estrangeira tinha chamado de rapariga a uma moça da terra. Que ultraje!
O Sr do buteco era mesmo um negão, daqueles grandes e a sua filha, peixinho que puxou ao pai, era uma negona forte e feia. Apoiada pelos nativos e pelo silêncio atento e expectante dos alcoviteiros, somente interrompido para responder às questões que a negona colocava ao seu público em modos de provocação, vinha com uma fúria de bulldozer. Elvira cabisbaixa permanecia calada a tentar manter as pernas direitas e em andamento, depois de ter dito, em vão, que rapariga não significa “mulher da vida” em português de Portugal.
A 200 metros de martírio, à frente da Igreja, já não havia fuga possível, a negona estava cheia de pujança para dar um enxerto à estrangeira quando chega o Hildebrando. O moço tinha um nome diferente que Elvira nunca mais esqueceu. Foi ele que interveio a seu favor. O jovem mais cobiçado da aldeia, filho do criador de vacas Zebu, conseguiu dissipar os sedentos de sangue e desgraça e escoltou Elvira até casa.
Mas a história não acaba aqui. No final da tarde seguinte, Hildebrando foi buscar Elvira a sua casa. Elvira ficou sinceramente feliz pela amabilidade do rapaz, e ela mal sabia o que a esperava, porque ele não só ia acompanha-la ao ginásio, como também ia leva-la ao buteco, onde o negão tinha uma limonada fresquinha e um pedido de desculpa pelo mau comportamento da sua filha.”
Um caso de xenofobia atiçado por um infeliz acidente de língua. A inveja, o sentimento de inferioridade, o ciúme, a intolerância e o voyeurismo perverso está bem patente nesta história. Por outro lado, um exemplo de solidariedade e sentido de justiça. Em todo o caso, mesmo que a maldade esteja enraizada nos corações de muitos seres, ainda existem exemplos que dão esperança para todos aqueles que pretendem praticar o bem.
Mas esta história ainda me faz ir mais longe na reflexão, não somente sobre a natureza dos seres humanos, sobre o mal e o bem, mas sobre a torre de Babel. Sobre as barreiras da língua e os equívocos da comunicação. Neste momento, sinto dificuldades em expressar por palavras o sentido real da comunicação, ferramenta útil, mas arma vil capaz de suscitar tamanhas injustiças, tamanhos enganos.
Mais valia estarmos calados, impedidos do sentido da fala, como os animais.
Nacos pesados de vida
Num acto de esperança desesperada, finge que está na prisão, é a ilusão que vive para continuar firme a ansiar o dia em que a sua pena terminará. Se é inocente, não o sabe. Se é culpada, não sabe de quê.
Firme, não desesperar, calma, está quase, palavras a ressoar repetidamente, vezes sem conta, para não soçobrar. Durante o dia, distrai-se a trabalhar. Á noite, ora sóbria acordada no vazio da noite a beber água com sal, ora entorpecida, refugiando-se depois no sono que traz cansaço ao acordar.
As vozes dos anjos dão-lhe alento.
Os sorrisos da inocência fazem-na acreditar.
Mas há dias de interminável penar. Olha-se no espelho, com papos nos olhos, mais um dia, mais outro dia e outro, lentamente a sangrar. Faça sol, faça chuva está curvada perante o seu senhor, o seu dono, aquele que sabe o que é bom para ela, que a trata como uma cadela adorada, acariciada, mimada. E ela uiva à lua cheia e chora na lua nova.
Golpe do destino? Ia a passar na rua e caiu-lhe um piano em cima? Não. Ela escolheu aquele caminho e já não havia volta. Tinha chegado até aqui, ia continuar, custasse o que custasse, porque por mais oprimida e cega de sofrimento, continua nobremente convicta que vai chegar o dia em que voltará a ser livre.
Firme, não desesperar, calma, está quase, palavras a ressoar repetidamente, vezes sem conta, para não soçobrar. Durante o dia, distrai-se a trabalhar. Á noite, ora sóbria acordada no vazio da noite a beber água com sal, ora entorpecida, refugiando-se depois no sono que traz cansaço ao acordar.
As vozes dos anjos dão-lhe alento.
Os sorrisos da inocência fazem-na acreditar.
Mas há dias de interminável penar. Olha-se no espelho, com papos nos olhos, mais um dia, mais outro dia e outro, lentamente a sangrar. Faça sol, faça chuva está curvada perante o seu senhor, o seu dono, aquele que sabe o que é bom para ela, que a trata como uma cadela adorada, acariciada, mimada. E ela uiva à lua cheia e chora na lua nova.
Golpe do destino? Ia a passar na rua e caiu-lhe um piano em cima? Não. Ela escolheu aquele caminho e já não havia volta. Tinha chegado até aqui, ia continuar, custasse o que custasse, porque por mais oprimida e cega de sofrimento, continua nobremente convicta que vai chegar o dia em que voltará a ser livre.
24 setembro 2010
Vamos construir catedrais?
“Podemos responder à questão do trabalho com uma velha história do grande santo-rei Luís. Um dia, o rei Luís IX, São Luís de França, visitou as obras da catedral de Chartres, em reconstrução depois do incêndio de 1194, causado por um raio. O rei, passeando pela construção, ia perguntando a cada um o que estava a fazer. As respostas foram várias. Um carpinteiro afirmou-lhe que estava a fazer um dos bancos da nave central; um pedreiro lamentou-se que estava a trabalhar para ganhar a vida e dar de comer aos filhos; um escultor, apontando para um capitel a que dava os últimos retoques, explicou que estava a seguir as novas regras da arte gótica, criando uma linha decorativa revolucionária. Depois de perguntar a muita gente, e ter recebido respostas variadas, o rei encontrou, num canto escuro, um velhinho curvado varrendo aparas de madeira. Quando o rei lhe perguntou o que estava a fazer, o velho respondeu: - estou a construir uma catedral!
Quando nos perguntam pelo nosso trabalho podemos responder de muitas maneiras. E a resposta, qualquer que ela seja, é sempre muito importante e significativa. O nosso trabalho é uma parte essencial da nossa vida. Para alguns, o seu emprego é apenas uma tarefa. O trabalho é visto na sua simples forma operativa. E esta atitude tanto pode ser de um carpinteiro, que passa a vida a repetir os mesmo gestos, como de um gestor financeiro cuja tarefa concreta muda a cada instante. Trabalhos exteriores muito excitantes podem ser feitos rotineiramente por aqueles que apenas lhe entendem o mecanismo. Para outros, o trabalho é um mal necessário. Revoltados contra a sociedade ou meramente resignados com a natureza das coisas, muitos sentem que a profissão é algo que têm o dever de desempenhar. Uns acham-se com sorte por esse dever ser leve, outros bramam por ser duro. Mas para ambos é apenas um dever, como para o pedreiro da história.
Ainda para outros, a sua profissão é o local de realização pessoal. Vêem-se e revêem-se na função que, ou desempenham com gosto, ou anseiam por poder faze-lo. Sentem-se felizes e orgulhosos do que fazem, ou aspiram à felicidade ao emprego cobiçado. Todos conhecemos este tipo de trabalhadores, também aqui em todas as profissões. Lavradores, militares, operários, policias, escultores, tendo muita honra em ser o que são, ou esperança de o vir a ser, encontram no trabalho a razão da sua vida.
Finalmente há os que encontram no sentido da sua vida a razão do seu trabalho. São aqueles que põem tudo o que são em tudo o que fazem. Esses dedicam a sua vida a construir uma catedral, mesmo quando apenas estão a varrer aparas de madeira.”
In “A Economia de Deus” de João César das Neves
Que história maravilhosa! Trabalho desde tenra idade, fiz diversas coisas, tirei diferentes cursos. A sociedade, de certa forma, vê-me como um ser raro, que vibra tanto a varrer simples aparas de madeira como especialista em capitéis. Adoro trabalhar, e o que faz o trabalho ser um fardo, acontece somente quando os colegas ou patrões são umas bestas. Quando me perguntavam qual era a minha profissão, tinha dificuldade em responder. Mas depois desta história já sei o que dizer – construo catedrais!
Quando nos perguntam pelo nosso trabalho podemos responder de muitas maneiras. E a resposta, qualquer que ela seja, é sempre muito importante e significativa. O nosso trabalho é uma parte essencial da nossa vida. Para alguns, o seu emprego é apenas uma tarefa. O trabalho é visto na sua simples forma operativa. E esta atitude tanto pode ser de um carpinteiro, que passa a vida a repetir os mesmo gestos, como de um gestor financeiro cuja tarefa concreta muda a cada instante. Trabalhos exteriores muito excitantes podem ser feitos rotineiramente por aqueles que apenas lhe entendem o mecanismo. Para outros, o trabalho é um mal necessário. Revoltados contra a sociedade ou meramente resignados com a natureza das coisas, muitos sentem que a profissão é algo que têm o dever de desempenhar. Uns acham-se com sorte por esse dever ser leve, outros bramam por ser duro. Mas para ambos é apenas um dever, como para o pedreiro da história.
Ainda para outros, a sua profissão é o local de realização pessoal. Vêem-se e revêem-se na função que, ou desempenham com gosto, ou anseiam por poder faze-lo. Sentem-se felizes e orgulhosos do que fazem, ou aspiram à felicidade ao emprego cobiçado. Todos conhecemos este tipo de trabalhadores, também aqui em todas as profissões. Lavradores, militares, operários, policias, escultores, tendo muita honra em ser o que são, ou esperança de o vir a ser, encontram no trabalho a razão da sua vida.
Finalmente há os que encontram no sentido da sua vida a razão do seu trabalho. São aqueles que põem tudo o que são em tudo o que fazem. Esses dedicam a sua vida a construir uma catedral, mesmo quando apenas estão a varrer aparas de madeira.”
In “A Economia de Deus” de João César das Neves
Que história maravilhosa! Trabalho desde tenra idade, fiz diversas coisas, tirei diferentes cursos. A sociedade, de certa forma, vê-me como um ser raro, que vibra tanto a varrer simples aparas de madeira como especialista em capitéis. Adoro trabalhar, e o que faz o trabalho ser um fardo, acontece somente quando os colegas ou patrões são umas bestas. Quando me perguntavam qual era a minha profissão, tinha dificuldade em responder. Mas depois desta história já sei o que dizer – construo catedrais!
19 setembro 2010
Mundo Absurdo!
Mergulhado até ao pescoço no mundo do absurdo, meus olhos reviram-se de agonia… Os sábios bem tentam alertar há séculos, mas andam moribundos. Só lhes ouvimos as vozes, vozes com sons que transmitem imagens bárbaras. Sons capazes de hipnotizar milhões de seres. Sons que vibram nas células de água. Vozes do engano. Provas sonoras do absurdo.
Vomito a seus pés.
Vomito a seus pés.
Mais Skunk
"I sit and wait
While you fight this smell
You taste when kissing me
I use this time
To pace through our days
Before our life begins
Then you see that I'm your god
Corrupt your soul
And let the blood flow
You can't find peace
Without my persistance
I break the resistance
I see in you
There's no release
Without my incredible resiliance
To your will to grieve
Believe in me
I won't crush your beauty
I'll just lick it clean
Don't try to fall
Cause I'll crumble with you
Harder than I'll show
Devistation I will hide
Dreaming life right by your side
You can't find peace
Without my persistance
I'll break the resistance
I see in you
There's no release
Without my incredible resiliance
To your will to grieve "
While you fight this smell
You taste when kissing me
I use this time
To pace through our days
Before our life begins
Then you see that I'm your god
Corrupt your soul
And let the blood flow
You can't find peace
Without my persistance
I break the resistance
I see in you
There's no release
Without my incredible resiliance
To your will to grieve
Believe in me
I won't crush your beauty
I'll just lick it clean
Don't try to fall
Cause I'll crumble with you
Harder than I'll show
Devistation I will hide
Dreaming life right by your side
You can't find peace
Without my persistance
I'll break the resistance
I see in you
There's no release
Without my incredible resiliance
To your will to grieve "
I can Dream!
"I'll be your sailor girl
I'll tip my cap to your parade
Life won't be dreary no
I'll be the waves inside your bed
Pain is your beauty
It hurts the vision in our eyes
Your eyes are smiling now
They watch me cry, they watch me die, watch me die
I can dream, I can dream
I can dream that I'm someone else
I can love, I can love
I can love - whoa - love someone else
My saviour, my darling
Your eyes seep through me
You think you hate the way I mince
I'm screwing yours dreams now
So cynical at your expense
Oh what a sacrifice
All of my dreams will melt away
So who's so special now
No one's more special, more than me, more than me
I can dream, I can dream
I can dream that I'm someone else
I can love, I can love
I can love - whoa - love someone else
I can dream, I can dream
I can dream that I'm someone else
I can love, I can love
I can love - whoa - love someone else
My saviour, my saviour, my darling, my darling
My saviour, my saviour, my darling, my darling
I can dream, I can dream
I can love, I can love"
Skunk Anansie
I'll tip my cap to your parade
Life won't be dreary no
I'll be the waves inside your bed
Pain is your beauty
It hurts the vision in our eyes
Your eyes are smiling now
They watch me cry, they watch me die, watch me die
I can dream, I can dream
I can dream that I'm someone else
I can love, I can love
I can love - whoa - love someone else
My saviour, my darling
Your eyes seep through me
You think you hate the way I mince
I'm screwing yours dreams now
So cynical at your expense
Oh what a sacrifice
All of my dreams will melt away
So who's so special now
No one's more special, more than me, more than me
I can dream, I can dream
I can dream that I'm someone else
I can love, I can love
I can love - whoa - love someone else
I can dream, I can dream
I can dream that I'm someone else
I can love, I can love
I can love - whoa - love someone else
My saviour, my saviour, my darling, my darling
My saviour, my saviour, my darling, my darling
I can dream, I can dream
I can love, I can love"
Skunk Anansie
26 agosto 2010
Mensagem do Ar
Mais vale viver feliz na ilusão, do que viver numa triste realidade!
Mais vale ser um feliz iludido, do que um miserável realista!
Mais vale ser um feliz iludido, do que um miserável realista!
17 agosto 2010
Não acreditem em tudo o que vos dizem.
Trabalhava num local e tive duas colegas que estudavam no Instituto Superior para onde me queria candidatar. E elas avisaram-me com semblante grave, - quando tiveres o professor fulano tal, vai ser horrível! Uma delas contou histórias mirabolantes sobre o tirano professor.
Acabei por ir estudar nesse Instituto e no 1º ano continuava a ouvir histórias bastante negativas sobre o tal professor. A cadeira que ele leccionava era a mais importante do curso, porque se não tivéssemos um bom aproveitamento não passávamos para o 3º ano. E quantos chumbavam! Caíam como tordos!
Lembro-me do momento em que entrei na 1ª aula dele, antes do tempo, com as batidas aceleradas do coração. Sentei-me na primeira fila com apreensão. Olhei para a sua figura invulgar e imponente. A aula começa, e começou um acto, um acto de amor. Que profissional maravilhoso! Que professor extraordinário! Não percebi porque tantos o “odiavam e temiam”, porque eu, admirei-o, considero-o um dos melhores professores que já tive. Exigente, organizado, justo, eloquente e apaixonado por causas nobres e pela ética.
O meu aproveitamento foi acima da média e até nos tornamos próximos.
Dá o que pensar, não?
Cuidado com o que ouvem por aí.
Acabei por ir estudar nesse Instituto e no 1º ano continuava a ouvir histórias bastante negativas sobre o tal professor. A cadeira que ele leccionava era a mais importante do curso, porque se não tivéssemos um bom aproveitamento não passávamos para o 3º ano. E quantos chumbavam! Caíam como tordos!
Lembro-me do momento em que entrei na 1ª aula dele, antes do tempo, com as batidas aceleradas do coração. Sentei-me na primeira fila com apreensão. Olhei para a sua figura invulgar e imponente. A aula começa, e começou um acto, um acto de amor. Que profissional maravilhoso! Que professor extraordinário! Não percebi porque tantos o “odiavam e temiam”, porque eu, admirei-o, considero-o um dos melhores professores que já tive. Exigente, organizado, justo, eloquente e apaixonado por causas nobres e pela ética.
O meu aproveitamento foi acima da média e até nos tornamos próximos.
Dá o que pensar, não?
Cuidado com o que ouvem por aí.
14 agosto 2010
02 agosto 2010
Frases
"Tem mais presença em mim o que me falta."
Fonte desconhecida
" Em nossa casa a Bíblia, o Alcorão e a Bhagavad Gita, ficam lado a lado na prateleira."
Obama
Fonte desconhecida
" Em nossa casa a Bíblia, o Alcorão e a Bhagavad Gita, ficam lado a lado na prateleira."
Obama
27 julho 2010
Partilha
Li num blog que costumo seguir, que renunciando ou aceitando a eternidade sobra sempre a banalidade. Esta asserção deixou-me a pensar… não a contesto totalmente, mas falta algo, algo que conheço, algo que supera a aceitação, a aceitação da razão resignada.
E vivo a eternidade. E a tal da banalidade irritante que nos rodeia, não passa de banalidade que existe apartada do meu ser.
Também eu às vezes mergulho nela, na banal experiência do mundo, mas esse participar não afecta a minha experiencia do eterno, porque quando se vive nessa experiência, a banalidade não passa de mais um simples expressar da limitação humana, que perecerá, que cairá no esquecimento da própria eternidade.
Já tentei construir uma analogia materialista sobre a eternidade, para a poder partilhar e contribuir para o enriquecimento da vida banal que andam a viver a maioria dos humanos, porque desejo, do “fundo do meu coração eterno”, que mais a possam vivenciar, mas não tenho tido muito sucesso. Tenho dificuldades em expressar este sentimento de eternidade, aliás, nem sei se é sentimento, se é pensamento, se instinto, se fé, o certo é que o vivo, respiro e vibro.
No fundo não existem palavras, nem imagens que o possam descrever, este sentir.
Mas este sentir, ou seja lá o que for, é algo intrínseco, não existe lugar para lutas entre certezas e dúvidas, não existe lugar para a razão empírica e a abstracta, não existe lugar para a crença banal de querer acreditar em algo para se sentir mais seguro, é simplesmente. Impossível definir.
Mas usando as palavras banais dos humanos, viver na eternidade é uma “coisa” maravilhosa.
E que se **** a banalidade!
E vivo a eternidade. E a tal da banalidade irritante que nos rodeia, não passa de banalidade que existe apartada do meu ser.
Também eu às vezes mergulho nela, na banal experiência do mundo, mas esse participar não afecta a minha experiencia do eterno, porque quando se vive nessa experiência, a banalidade não passa de mais um simples expressar da limitação humana, que perecerá, que cairá no esquecimento da própria eternidade.
Já tentei construir uma analogia materialista sobre a eternidade, para a poder partilhar e contribuir para o enriquecimento da vida banal que andam a viver a maioria dos humanos, porque desejo, do “fundo do meu coração eterno”, que mais a possam vivenciar, mas não tenho tido muito sucesso. Tenho dificuldades em expressar este sentimento de eternidade, aliás, nem sei se é sentimento, se é pensamento, se instinto, se fé, o certo é que o vivo, respiro e vibro.
No fundo não existem palavras, nem imagens que o possam descrever, este sentir.
Mas este sentir, ou seja lá o que for, é algo intrínseco, não existe lugar para lutas entre certezas e dúvidas, não existe lugar para a razão empírica e a abstracta, não existe lugar para a crença banal de querer acreditar em algo para se sentir mais seguro, é simplesmente. Impossível definir.
Mas usando as palavras banais dos humanos, viver na eternidade é uma “coisa” maravilhosa.
E que se **** a banalidade!
14 julho 2010
Interessante
Li algures que a Deusa do Amor – Vénus – e o Deus da Guerra – Marte - tiveram um filho, o Deus do Medo. Quem diria!
É exactamente nestas duas circunstâncias em que costumamos ter medo, medo de amar e medo de morrer.
É exactamente nestas duas circunstâncias em que costumamos ter medo, medo de amar e medo de morrer.
05 julho 2010
Conversa da tasca
- Aahhh! Pessimista, eu?
- Sim, só porque foi e ainda é, não quer dizer que assim continuará.
- Eu sou é realista e tu um sonhador.
- Pois sim, sou aquele que é optimista e acredita que em toda a obra do homem, o objectivo é o melhoramento;
- Sim , nisso concordo, agora as armas são mais eficazes, matam milhares de uma vez,
- Não percebes e eu não consigo explicar-te…
- Pois, porque a realidade é esta, a humanidade é uma merda, sempre foi, não leste o livros de história, não vives neste mundo?
- Talvez não viva porque não me identifico com ele, como foi e está agora, mas lá para a frente, no mistério do futuro, ninguém sabe, e por não sabermos, nem eu , nem tu, nem ninguém pode dizer que vai ser igual ao que sempre foi.
- Lá estás tu com as tuas filosofias, é simples, é da natureza humana, não te iludas, esta é a realidade.
- Para ti, que não consegues ver outra, criar e realizar outra realidade… afinal, a realidade és tu que a crias.
- anyway, não te safas com esses argumentos da pomba da paz, da chama da esperança, deixas-me doente.
- A doença és tu que a crias, só estás doente porque assim o desejas.
- Já me estás a irritar com esta conversa, deixa-te de balelas e vamos engatar umas garinas.
- Refúgio bom, as garinas, bora lá.
- Sim, só porque foi e ainda é, não quer dizer que assim continuará.
- Eu sou é realista e tu um sonhador.
- Pois sim, sou aquele que é optimista e acredita que em toda a obra do homem, o objectivo é o melhoramento;
- Sim , nisso concordo, agora as armas são mais eficazes, matam milhares de uma vez,
- Não percebes e eu não consigo explicar-te…
- Pois, porque a realidade é esta, a humanidade é uma merda, sempre foi, não leste o livros de história, não vives neste mundo?
- Talvez não viva porque não me identifico com ele, como foi e está agora, mas lá para a frente, no mistério do futuro, ninguém sabe, e por não sabermos, nem eu , nem tu, nem ninguém pode dizer que vai ser igual ao que sempre foi.
- Lá estás tu com as tuas filosofias, é simples, é da natureza humana, não te iludas, esta é a realidade.
- Para ti, que não consegues ver outra, criar e realizar outra realidade… afinal, a realidade és tu que a crias.
- anyway, não te safas com esses argumentos da pomba da paz, da chama da esperança, deixas-me doente.
- A doença és tu que a crias, só estás doente porque assim o desejas.
- Já me estás a irritar com esta conversa, deixa-te de balelas e vamos engatar umas garinas.
- Refúgio bom, as garinas, bora lá.
Letra de Palma
"O tempo não sabe nada, o tempo não tem razão
O tempo nunca existiu, o tempo é nossa invenção
Se abandonarmos as horas não nos sentimos sós
Meu amor, o tempo somos nós
O espaço tem o volume da imaginação
Além do nosso horizonte existe outra dimensão
O espaço foi construído sem princípio nem fim
Meu amor, tu cabes dentro de mim
O meu tesouro és tu
Eternamente tu
Não há passos divergentes para quem se quer
Encontrar
A nossa história começa na total escuridão
Onde o mistério ultrapassa a nossa compreensão
A nossa história é o esforço para alcançar a luz
Meu amor, o impossível seduz
O meu tesouro és tu
Eternamente tu
Não há passos divergentes para quem se quer
Encontrar"
Jorge Palma
O tempo nunca existiu, o tempo é nossa invenção
Se abandonarmos as horas não nos sentimos sós
Meu amor, o tempo somos nós
O espaço tem o volume da imaginação
Além do nosso horizonte existe outra dimensão
O espaço foi construído sem princípio nem fim
Meu amor, tu cabes dentro de mim
O meu tesouro és tu
Eternamente tu
Não há passos divergentes para quem se quer
Encontrar
A nossa história começa na total escuridão
Onde o mistério ultrapassa a nossa compreensão
A nossa história é o esforço para alcançar a luz
Meu amor, o impossível seduz
O meu tesouro és tu
Eternamente tu
Não há passos divergentes para quem se quer
Encontrar"
Jorge Palma
03 julho 2010
Ode ao povo da zona actual da Alemanha
Depois de ter visto um jogo de futebol em que a equipa da Alemanha alcançou resultados extraordinários com o seu jogo consertado, coeso, planeado, pus-me a pensar no importante papel que a Alemanha tem no processo de “reconstrução” da comunidade europeia.
Outrora a Alemanha que instaurou uma guerra terrível e aniquilou milhares de inocentes, acto que até hoje ecoa na memória colectiva do mundo.
Hoje uma Alemanha potência, com uma equipa de futebol focada e talvez, a “salvadora” da Europa. Salvadora num sentido simbólico, salvadora como responsabilidade moral de retribuir à Europa por um erro do passado.
Uma oportunidade de se redimir, legar ao esquecimento o movimento Nazi.
Uma nação perdoada, um povo liberto!
Porque bom, no sentido de excelência, já ele é.
Outrora a Alemanha que instaurou uma guerra terrível e aniquilou milhares de inocentes, acto que até hoje ecoa na memória colectiva do mundo.
Hoje uma Alemanha potência, com uma equipa de futebol focada e talvez, a “salvadora” da Europa. Salvadora num sentido simbólico, salvadora como responsabilidade moral de retribuir à Europa por um erro do passado.
Uma oportunidade de se redimir, legar ao esquecimento o movimento Nazi.
Uma nação perdoada, um povo liberto!
Porque bom, no sentido de excelência, já ele é.
19 junho 2010
Carta de um soldado
“Querida Paulina, meu Amor,
Minha querida flor, nem posso acreditar que a guerra acabou. A guerra suja do Ultramar. Em breve estarei de volta ao reino, ao reino dos céus porque estás aí. Mal posso esperar por te abraçar quando te vir no cais a sorrir para mim. Meu amor. Cheguei a pensar que a memória de nós se ia perder no tempo. Tive medo. A guerra mete medo. Mas agora o medo morreu em África, eles começam nova vida e nós também. Minha amada linda, em breve estaremos juntos e junto de ti quererei ficar para sempre, mesmo que haja outras guerras.
Parto amanhã …/…e o amanhã seremos nós.”
Fonte: desconhecida
Minha querida flor, nem posso acreditar que a guerra acabou. A guerra suja do Ultramar. Em breve estarei de volta ao reino, ao reino dos céus porque estás aí. Mal posso esperar por te abraçar quando te vir no cais a sorrir para mim. Meu amor. Cheguei a pensar que a memória de nós se ia perder no tempo. Tive medo. A guerra mete medo. Mas agora o medo morreu em África, eles começam nova vida e nós também. Minha amada linda, em breve estaremos juntos e junto de ti quererei ficar para sempre, mesmo que haja outras guerras.
Parto amanhã …/…e o amanhã seremos nós.”
Fonte: desconhecida
17 junho 2010
Vamos construir um palácio?
"Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito.
Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?"
Fernando Pessoa
Pensamentos há muitos, somos livres de criar ilusões;
Memórias não movem moinhos, apenas potenciam o sentir;
Sentimentos, muitos os há, somos seres sensoriais;
Palavras, leva-as o vento e quase nunca conseguem traduzir o que pensamos ou sentimos;
Acção, eis a questão, através dos actos é que vamos fazendo o caminho, através da acção sublimamos a ilusão e a emoção. E dispensam-se as palavras.
Não é a memória daquele abraço que nos vai trazer de volta o abraço. É a vontade de concretizar o abraço - a acção- que nos levará àquele abraço novamente.
Portanto, se queremos realmente alguma coisa, temos que agir!
Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?"
Fernando Pessoa
Pensamentos há muitos, somos livres de criar ilusões;
Memórias não movem moinhos, apenas potenciam o sentir;
Sentimentos, muitos os há, somos seres sensoriais;
Palavras, leva-as o vento e quase nunca conseguem traduzir o que pensamos ou sentimos;
Acção, eis a questão, através dos actos é que vamos fazendo o caminho, através da acção sublimamos a ilusão e a emoção. E dispensam-se as palavras.
Não é a memória daquele abraço que nos vai trazer de volta o abraço. É a vontade de concretizar o abraço - a acção- que nos levará àquele abraço novamente.
Portanto, se queremos realmente alguma coisa, temos que agir!
13 junho 2010
Land of Sunshine
Lembrei-me hoje dum grande concerto da minha vida em Alvalade por volta de 1992/3, Faith No More e Metallica ou Guns and Roses? Já não me lembro bem.
“Land of Sunshine” era uma das "minhas músicas" da altura, principalmente porque é um hino que se não fosse escrito, teria eu de o escrever.
Foi um regozijo canta-la a dançar ao calor de uma tarde de verão.
“You have a winning way, so keep it
Your future
You are an angel heading for a land of sunshine
And fortune us smiling upon you
Prepare for a series of comfortable miracles
From fasting to feasting
And life to you is a dashing, bold adventure
So sing and rejoice
And look for the dream that keeps coming back
Your future
Pat yourself on the back and give yourself a handshake
Cuz everything is not yet lost...
(does life seem worthwhile to you?)
HERE'S HOW TO ORDER!
Does life seem worthwhile to you?
Do others push you around?
Is age against you?
Sing and rejoice!
Does life seem worthwhile to you?
Does emotional music
Have quite an effect on you?
I-I can help - I can help you - I CAN HELP YOU HELP YOURSELF!
HERE'S HOW TO ORDER!
Varicose
Comatose
Senile”
Faith no More
“Land of Sunshine” era uma das "minhas músicas" da altura, principalmente porque é um hino que se não fosse escrito, teria eu de o escrever.
Foi um regozijo canta-la a dançar ao calor de uma tarde de verão.
“You have a winning way, so keep it
Your future
You are an angel heading for a land of sunshine
And fortune us smiling upon you
Prepare for a series of comfortable miracles
From fasting to feasting
And life to you is a dashing, bold adventure
So sing and rejoice
And look for the dream that keeps coming back
Your future
Pat yourself on the back and give yourself a handshake
Cuz everything is not yet lost...
(does life seem worthwhile to you?)
HERE'S HOW TO ORDER!
Does life seem worthwhile to you?
Do others push you around?
Is age against you?
Sing and rejoice!
Does life seem worthwhile to you?
Does emotional music
Have quite an effect on you?
I-I can help - I can help you - I CAN HELP YOU HELP YOURSELF!
HERE'S HOW TO ORDER!
Varicose
Comatose
Senile”
Faith no More
09 junho 2010
Febre
Muitas vezes sinto-me um cão. Um cão que pressente o perigo e tem a missão para dar o sinal de alerta. Mas no mundo do dragão o meu latir é levado pelas labaredas. Sou um cão que perdeu a capacidade de comer fogo e de guardar o portão. Sou um cão burguês para acariciar e fazer companhia. Ser agradável e não usar as mandíbulas. O cão, outrora protector, agora o cão protegido. Sou um cão sem missão.
08 junho 2010
Viagens por minha terra
Andei sempre a olhar para fora, a sonhar, a dedicar-me aos outros. Nos últimos tempos iniciei uma viagem para dentro de mim. Sentia que não podia passar por esta vida sem me conhecer melhor. E estou em plena descoberta. Não é uma nova adolescência como pensava, porque as perguntas da adolescência eram perguntas em relação ao novo mundo que se apresentava. É uma nova aurora, sim, mas com perguntas relacionadas com o meu íntimo, a descoberta dos meus tesouros, a coragem para iluminar os recônditos mais escuros do meu ser. E a meio caminho da minha vida (se viver até aos 80) é que começo realmente a conhecer-me, a perceber certos padrões e medos. A deitar por água auto-sabotagens que me impediam de viver plenamente. A cortar as crenças limitadoras e reaccionárias, as minhas ervas daninhas. Por um lado uma limpeza, por outro, uma aventura. E quando descobri esta frase, fez todo o sentido.
"Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, desperta."
Carl Jung
"Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, desperta."
Carl Jung
07 junho 2010
A culpa é da Cândida?
“Não, não foi uma mulher, foi um fungo numa mulher o culpado pelo colapso de um momento mágico. Irónico. Sim. Tão irónico que dá vontade de rir da comédia trágica do fungo microscópico a matar a grandeza do encontro entre duas almas enamoradas”.
Esta ocorrência é mais um indicador de que a nossa percepção pessoal sobre os factos não passa de percepção. Ponto.
Não interessa a realidade, e aqui neste caso, ela é mesmo inútil, interessa a percepção que temos sobre o que pensamos ser real.
E como é da praxe, mais umas perguntas. Afinal, como é que podemos apurar a nossa percepção ao ponto de a aproximar o mais possível da realidade? Por si só, a percepção não chega lá.
Será a verdade? Sabemos nós alguma coisa sobre a verdade, todos temos as nossas verdades, que muitas vezes são as maiores mentiras jamais inventadas.
O sentir? Um nó no estômago? Pode ajudar, mas também não me parece. A intuição? Está a aquecer, o mal da intuição é que é tão subtil e veloz, que quando chega o pensamento deixa de ser intuição. Só se formos rápidos e crentes. Sim, crentes, quando acreditamos naquele primeiro sinal.
Então como lá chegar, à realidade, como conseguir saber o que realmente se passa? Mesmo que seja uma cândida - só vista a microscópio -.
Ah! Estou no caminho errado. São outros dons que nos levarão à “sabedoria”, à conformidade da percepção ao real.
Não posso deixar de admitir que a importância que damos às coisas pode ser baseada em falsas interpretações da realidade, ou desconhecimento dos factos atrás dos factos. Ou ainda, incapacidade para perceber o outro. Na ausência da coragem de se ser verdadeiro. Ou falta de destreza para seguir o ímpeto do coração.
Com estas considerações, começo a chegar à conclusão que tudo é tão relativo. Como um ser minúsculo que pode ser grande e uma grandeza reduzida ao minúsculo.
E nós aqui a tentar arranjar explicações para os factos, factos esses que podem ser interpretados de diferentes formas. Formas de ilusão.
Quando não conhecemos, deduzimos. E deduzimos sempre alguma coisa que nos convenha, convencemo-nos de algo que nos trará menos confusão ou dor. E quando queremos acreditar, tudo é possível. Independentemente da realidade.
Fica-se assim, aparvalhado com os resultados. Que mais se pode fazer? Rir? Não levar tudo tão a sério. Vistas bem as coisas, tudo poderia ser tão simples, mas nós, seres complexos, cheios de complexos, complicamos tudo. E assim, vamos indo iludidos que está tudo sobre controlo.
Mas afinal quem foi o engraçadinho que deu o nome de cândida a um fungo que gosta de se alojar em vaginas e pénis?
Esta ocorrência é mais um indicador de que a nossa percepção pessoal sobre os factos não passa de percepção. Ponto.
Não interessa a realidade, e aqui neste caso, ela é mesmo inútil, interessa a percepção que temos sobre o que pensamos ser real.
E como é da praxe, mais umas perguntas. Afinal, como é que podemos apurar a nossa percepção ao ponto de a aproximar o mais possível da realidade? Por si só, a percepção não chega lá.
Será a verdade? Sabemos nós alguma coisa sobre a verdade, todos temos as nossas verdades, que muitas vezes são as maiores mentiras jamais inventadas.
O sentir? Um nó no estômago? Pode ajudar, mas também não me parece. A intuição? Está a aquecer, o mal da intuição é que é tão subtil e veloz, que quando chega o pensamento deixa de ser intuição. Só se formos rápidos e crentes. Sim, crentes, quando acreditamos naquele primeiro sinal.
Então como lá chegar, à realidade, como conseguir saber o que realmente se passa? Mesmo que seja uma cândida - só vista a microscópio -.
Ah! Estou no caminho errado. São outros dons que nos levarão à “sabedoria”, à conformidade da percepção ao real.
Não posso deixar de admitir que a importância que damos às coisas pode ser baseada em falsas interpretações da realidade, ou desconhecimento dos factos atrás dos factos. Ou ainda, incapacidade para perceber o outro. Na ausência da coragem de se ser verdadeiro. Ou falta de destreza para seguir o ímpeto do coração.
Com estas considerações, começo a chegar à conclusão que tudo é tão relativo. Como um ser minúsculo que pode ser grande e uma grandeza reduzida ao minúsculo.
E nós aqui a tentar arranjar explicações para os factos, factos esses que podem ser interpretados de diferentes formas. Formas de ilusão.
Quando não conhecemos, deduzimos. E deduzimos sempre alguma coisa que nos convenha, convencemo-nos de algo que nos trará menos confusão ou dor. E quando queremos acreditar, tudo é possível. Independentemente da realidade.
Fica-se assim, aparvalhado com os resultados. Que mais se pode fazer? Rir? Não levar tudo tão a sério. Vistas bem as coisas, tudo poderia ser tão simples, mas nós, seres complexos, cheios de complexos, complicamos tudo. E assim, vamos indo iludidos que está tudo sobre controlo.
Mas afinal quem foi o engraçadinho que deu o nome de cândida a um fungo que gosta de se alojar em vaginas e pénis?
16 maio 2010
2º Aviso
Este blog é um espaço de reflexão muito pessoal, não quero ter razão e muito menos incutir as minhas crenças, que ainda por cima são voláteis.
Por isso, pensem bem antes de investir o vosso precioso tempo a lê-lo.
Por isso, pensem bem antes de investir o vosso precioso tempo a lê-lo.
Um Humanista Neo-Liberal?
Tive fama de neo-liberal num meio de estudantes maioritariamente com ideais comunistas e socialistas, porque defendia e ainda defendo, um estado mínimo e uma economia livre. No entanto, percebo que essa experiência está longe de ser uma realidade, porque, e simplesmente, os humanos não estão educados para isso. A liberdade impõe maior responsabilidade. O desenvolvimento económico liberal exige ética e sentido de justiça. E embora quase todos saibam distinguir o “bem do mal”, mantém-se um sistema composto por práticas anti-sociais, anti-natureza e anti-economia livre. E os que têm algum poder para mudar, não estão interessados em mudar, porque lhes convém manter o controlo. Estado controlador, cheio de leis, economia despótica, o lucro da soberba como fim último, e mais leis para controlar a tendência para a corrupção da ética, porque no final, o dinheiro traz poder, e o poder traz a ilusão de segurança, nesta realidade violenta, e a “máquina” continua a sustentar este padrão de sistema “esquisito”. Com controlo, leis e mais leis, e a liberdade não passa de um sonho por realizar.
Mas digo, e muitos também o dizem, que para chegar a uma economia livre, o investimento prioritário de todos os governos deveria ser na educação, é um investimento a médio/longo prazo, um investimento nas gerações vindouras. Porque antes dos pinheiros de Leiria servirem para construir as naus que descobriram novos mundos, tiveram de os plantar e esperar no mínimo 20 anos. Na Educação terá de ser assim, um investimento para daqui a 50 anos. Mas como se investe na Educação? Num novo paradigma de educação, a educação para a paz e a justiça? Aí é que jaz a questão, é o que os sistemas político e económico, que estão de mãos dadas, estão muito bem montados para que tudo continue como está, e não dão voz aos “sábios” das nações.
No caso português, que é o exemplo que conheço melhor, é perfeitamente claro que quem tem poder de mudar não quer, nem por sombras. Assim é que se está bem. O que é que os outros (“confiança” internacional) iam dizer!
Mas o “povo” sente que o mundo tem que mudar. Exemplo disso, foi a corrente de esperança que se manifestou no apoio a um candidato à presidência do país mais poderoso do mundo. O slogan “YES, WE CAN!” teve um impacto retumbante nos corações de todos aqueles que acreditam na mudança. Foi um momento de inspiração. O “povo” quer mudar, e embora muitos não tenham a menor ideia de como mudar, sofrem menos do que aqueles que têm ideias e vontade de contribuir para a mudança. Como eu.
Uma boa economia liberal é uma economia baseada na ética e na justiça, todos nós sabemos. Mas por enquanto, a ética e a justiça, são conceitos quase abstractos que muito poucos têm a possibilidade de os pôr em prática.
O meu “consolo” é que estou a educar os meus filhos com base na minha prática, nos meus ideais de paz e justiça. Com isso, espero estar a contribuir para um futuro com uma economia livre e um estado mínimo. É o máximo que posso fazer por agora.
Assim como Da Vinci sonhou em poder voar e alguns séculos depois o seu sonho realizou-se, assim espero que daqui uns tempos, também este meu sonho se realize, juntamente com o sonho de John Lennon.
Ah! Mas a história do neo-liberal. Não, claro que não sou neo-liberal, disso estavam eles enganados e estarão aqueles que o considerarem. Embora tenha ideais político-económicos, não sou nada, mas se tiver que escolher uma caixinha seria, definitivamente, Humanista, no sentido pleno do termo.
E um Humanista não pode estar em paz a viver dentro de um sistema económico doente e muito menos neste modelo perfeito de sociedade imperfeita. O espelho da nossa ignorância.
Mas digo, e muitos também o dizem, que para chegar a uma economia livre, o investimento prioritário de todos os governos deveria ser na educação, é um investimento a médio/longo prazo, um investimento nas gerações vindouras. Porque antes dos pinheiros de Leiria servirem para construir as naus que descobriram novos mundos, tiveram de os plantar e esperar no mínimo 20 anos. Na Educação terá de ser assim, um investimento para daqui a 50 anos. Mas como se investe na Educação? Num novo paradigma de educação, a educação para a paz e a justiça? Aí é que jaz a questão, é o que os sistemas político e económico, que estão de mãos dadas, estão muito bem montados para que tudo continue como está, e não dão voz aos “sábios” das nações.
No caso português, que é o exemplo que conheço melhor, é perfeitamente claro que quem tem poder de mudar não quer, nem por sombras. Assim é que se está bem. O que é que os outros (“confiança” internacional) iam dizer!
Mas o “povo” sente que o mundo tem que mudar. Exemplo disso, foi a corrente de esperança que se manifestou no apoio a um candidato à presidência do país mais poderoso do mundo. O slogan “YES, WE CAN!” teve um impacto retumbante nos corações de todos aqueles que acreditam na mudança. Foi um momento de inspiração. O “povo” quer mudar, e embora muitos não tenham a menor ideia de como mudar, sofrem menos do que aqueles que têm ideias e vontade de contribuir para a mudança. Como eu.
Uma boa economia liberal é uma economia baseada na ética e na justiça, todos nós sabemos. Mas por enquanto, a ética e a justiça, são conceitos quase abstractos que muito poucos têm a possibilidade de os pôr em prática.
O meu “consolo” é que estou a educar os meus filhos com base na minha prática, nos meus ideais de paz e justiça. Com isso, espero estar a contribuir para um futuro com uma economia livre e um estado mínimo. É o máximo que posso fazer por agora.
Assim como Da Vinci sonhou em poder voar e alguns séculos depois o seu sonho realizou-se, assim espero que daqui uns tempos, também este meu sonho se realize, juntamente com o sonho de John Lennon.
Ah! Mas a história do neo-liberal. Não, claro que não sou neo-liberal, disso estavam eles enganados e estarão aqueles que o considerarem. Embora tenha ideais político-económicos, não sou nada, mas se tiver que escolher uma caixinha seria, definitivamente, Humanista, no sentido pleno do termo.
E um Humanista não pode estar em paz a viver dentro de um sistema económico doente e muito menos neste modelo perfeito de sociedade imperfeita. O espelho da nossa ignorância.
13 maio 2010
"Put The Freaks Up Front"
"So you're suffering. I know it hurts a lot if it's the first time.
Whenever I begin, make sure to keep my empathy inside.
The harder that it gets, the more the company will do you all in.
Here comes another hit.
This isn't dying, it's just a slow way of falling
You place your frown
heavely down on me and
and try make me weak
too lame to speak, I
Only 'cause of love, (push me don't calm me. Can't win just blame me)
love's the only thing that makes me do this. (We're on the edge of something)
No power from above, (That says if your able)
you do it to yourself, (survive this we've made it)
I'll help you through this (It's out of my system, it hit while our playing)
There's beauty in this place, (It helped me I'm staying)
it took me all these years to realize. (These blows mark a new deal)
(The truth is the threat's real)
Hype up and go hatch a plan (Do you know what this means to me?)
tag onto someone who can (You've respect and no dignity. Do you?)
Believe it
Noble designs slip away (With your backs to the outside you'll burn)
Slide into morbid decay (Your bubble won't block out the sun)
I'm leaving
Come and feel what it does to me,
so much more than fantasy
put your panic on hold, amplify your very soul
and keep breathing.
So you're suffering. I know it hurts a lot if it's the first time.
Whenever I begin, make sure to keep my empathy inside.
The agony preserved, your eyes are slowly losing all their softness.
The alcohol and thyme, so good must be a crime
I see you're fighting"
dEUS – from “The Ideal Crash”
Whenever I begin, make sure to keep my empathy inside.
The harder that it gets, the more the company will do you all in.
Here comes another hit.
This isn't dying, it's just a slow way of falling
You place your frown
heavely down on me and
and try make me weak
too lame to speak, I
Only 'cause of love, (push me don't calm me. Can't win just blame me)
love's the only thing that makes me do this. (We're on the edge of something)
No power from above, (That says if your able)
you do it to yourself, (survive this we've made it)
I'll help you through this (It's out of my system, it hit while our playing)
There's beauty in this place, (It helped me I'm staying)
it took me all these years to realize. (These blows mark a new deal)
(The truth is the threat's real)
Hype up and go hatch a plan (Do you know what this means to me?)
tag onto someone who can (You've respect and no dignity. Do you?)
Believe it
Noble designs slip away (With your backs to the outside you'll burn)
Slide into morbid decay (Your bubble won't block out the sun)
I'm leaving
Come and feel what it does to me,
so much more than fantasy
put your panic on hold, amplify your very soul
and keep breathing.
So you're suffering. I know it hurts a lot if it's the first time.
Whenever I begin, make sure to keep my empathy inside.
The agony preserved, your eyes are slowly losing all their softness.
The alcohol and thyme, so good must be a crime
I see you're fighting"
dEUS – from “The Ideal Crash”
Ratos de Laboratório Precisam-se!
Yin e Yang, Preto e Branco, Negativo e Positivo, Mulher e Homem, Noite e Dia, Medo e Amor.
E a saúde advém do equilíbrio entre estas duas forças presentes em todos os fenómenos que conhecemos.
Então, concretamente em relação aos opostos Medo e o Amor, não se pode viver sem contemplar a existência dos dois como forças antagónicas, mas complementares. Assim como a noite não é, nem pode ser, necessariamente má, o medo também pode ser algo vivido sem que afecte a expressão do amor, assim como todos os dias o sol nasce e faz-se dia, sem prejuízo da noite, assim se poderia viver o medo, como um prelúdio de uma nova aurora, sem prejuízo do amor.
Interessa aprender a viver o medo como complemento do amor deixando de ser o oposto destruidor. O problema está no desequilíbrio, vive-se muito no medo e pouco no amor. Este amor de que falamos até parece algo transcendente, para além de nós, algo quase impossível de alcançar.
Fala-se tanto de amor, nos livros, nas músicas, nos filmes, nos blogs, nas redes sociais, mas os actos não estão em sintonia com o que “pregamos”.
Li algo no blog pensamentosdesblogueados que diz o mesmo “Proclama-se o que não se tem e discute-se o que não se compreende. Uma prova de tal afirmação será, por exemplo, o facto de todos respirarmos e não passarmos o dia a discutir quantas vezes inspiramos ou deixamos de inspirar. Os valores são o alicerce da interacção humana; não há leis que os substituam, não há palavras que os protejam, apenas actos, apenas a experiência dos valores como o arauto da confiança humana.” O tema não é o mesmo, mas a lógica é. Ou seja, se tivéssemos o amor presente nas nossas vidas como experiência, como algo intrínseco, não seria tão importante e necessário falar sobre o amor, não seria necessário Jesus Cristo dar e sua vida e continuar a sangrar na cruz pelo amor.
As fagulhas de amor que aparecem são frequentemente contaminadas pela doença (desequilíbrio) do medo, impedindo a sua expressão plena, como o dia que é pleno de luz.
Afinal, dorme-se á noite e vive-se de dia. Dormir é tão importante como comer, recarrega a energia dos nossos corpos. Não poderia o medo ser a bateria do amor?
Bem, o diagnóstico está feito, falta encontrar a cura.
E a saúde advém do equilíbrio entre estas duas forças presentes em todos os fenómenos que conhecemos.
Então, concretamente em relação aos opostos Medo e o Amor, não se pode viver sem contemplar a existência dos dois como forças antagónicas, mas complementares. Assim como a noite não é, nem pode ser, necessariamente má, o medo também pode ser algo vivido sem que afecte a expressão do amor, assim como todos os dias o sol nasce e faz-se dia, sem prejuízo da noite, assim se poderia viver o medo, como um prelúdio de uma nova aurora, sem prejuízo do amor.
Interessa aprender a viver o medo como complemento do amor deixando de ser o oposto destruidor. O problema está no desequilíbrio, vive-se muito no medo e pouco no amor. Este amor de que falamos até parece algo transcendente, para além de nós, algo quase impossível de alcançar.
Fala-se tanto de amor, nos livros, nas músicas, nos filmes, nos blogs, nas redes sociais, mas os actos não estão em sintonia com o que “pregamos”.
Li algo no blog pensamentosdesblogueados que diz o mesmo “Proclama-se o que não se tem e discute-se o que não se compreende. Uma prova de tal afirmação será, por exemplo, o facto de todos respirarmos e não passarmos o dia a discutir quantas vezes inspiramos ou deixamos de inspirar. Os valores são o alicerce da interacção humana; não há leis que os substituam, não há palavras que os protejam, apenas actos, apenas a experiência dos valores como o arauto da confiança humana.” O tema não é o mesmo, mas a lógica é. Ou seja, se tivéssemos o amor presente nas nossas vidas como experiência, como algo intrínseco, não seria tão importante e necessário falar sobre o amor, não seria necessário Jesus Cristo dar e sua vida e continuar a sangrar na cruz pelo amor.
As fagulhas de amor que aparecem são frequentemente contaminadas pela doença (desequilíbrio) do medo, impedindo a sua expressão plena, como o dia que é pleno de luz.
Afinal, dorme-se á noite e vive-se de dia. Dormir é tão importante como comer, recarrega a energia dos nossos corpos. Não poderia o medo ser a bateria do amor?
Bem, o diagnóstico está feito, falta encontrar a cura.
12 maio 2010
Adoradores de Ídolos
Ah! Como gostaria de estar no meio da multidão, a cantar, a gritar e rejubilar. É uma sensação maravilhosa cantar em uníssono, sentir a energia da multidão inebriada.
Já senti esta sensação durante concertos de música, mas só em concertos de música. Gostaria de a experimentar noutras ocasiões.
Com misto de inveja e desgosto, observei as movimentações de multidões pelas ruas de Portugal, uma para adorar o seu ídolo Benfica e outra para adorar o mais alto representante da Instituição Católica, o Papa.
Desgosto porque não percebo o objectivo de adorar um clube de futebol e continuarem a adorar uma instituição que pouco mais tem a partilhar. O que é que querem que diga? Dá-me um profundo desgosto. Sim, está bem, é importante esquecer por momentos a merda de vida que levam, é o seu momento glorioso de evasão e isso têm direito a gozar. A vida também passa por aí.
Inveja de ver o povo a unir-se. Querem coisa mais linda do que o povo unido por um objectivo, nem que seja por objectivos fúteis ou de “hábito”.
Gostaria de me juntar a uma multidão cheia de vida e cantar por motivos mais “altos”, unir-me à multidão por uma causa, algo que traga a esperança na mudança, algo que leve à rotura deste mundo que não gosto.
Sinto-me tolhido pelo sentimento de impotência perante a realidade que se apresenta, assim, vazia de conteúdo.
O que estarei eu aqui a fazer?
Para sofrer com o que os meus olhos sentem e o meu coração vê?
Mas qual é o objectivo de andar aí a sofrer? Não serve de nada, não passa de um exercício de miserabilidade.
Porquê que não tenho eu um ídolo?
Não seria mais fácil ter um ídolo?
Não, o estúpido do louco teve de ir logo escolher um sonho que a multidão não quer realizar.
Já senti esta sensação durante concertos de música, mas só em concertos de música. Gostaria de a experimentar noutras ocasiões.
Com misto de inveja e desgosto, observei as movimentações de multidões pelas ruas de Portugal, uma para adorar o seu ídolo Benfica e outra para adorar o mais alto representante da Instituição Católica, o Papa.
Desgosto porque não percebo o objectivo de adorar um clube de futebol e continuarem a adorar uma instituição que pouco mais tem a partilhar. O que é que querem que diga? Dá-me um profundo desgosto. Sim, está bem, é importante esquecer por momentos a merda de vida que levam, é o seu momento glorioso de evasão e isso têm direito a gozar. A vida também passa por aí.
Inveja de ver o povo a unir-se. Querem coisa mais linda do que o povo unido por um objectivo, nem que seja por objectivos fúteis ou de “hábito”.
Gostaria de me juntar a uma multidão cheia de vida e cantar por motivos mais “altos”, unir-me à multidão por uma causa, algo que traga a esperança na mudança, algo que leve à rotura deste mundo que não gosto.
Sinto-me tolhido pelo sentimento de impotência perante a realidade que se apresenta, assim, vazia de conteúdo.
O que estarei eu aqui a fazer?
Para sofrer com o que os meus olhos sentem e o meu coração vê?
Mas qual é o objectivo de andar aí a sofrer? Não serve de nada, não passa de um exercício de miserabilidade.
Porquê que não tenho eu um ídolo?
Não seria mais fácil ter um ídolo?
Não, o estúpido do louco teve de ir logo escolher um sonho que a multidão não quer realizar.
06 maio 2010
Ah, mas são falsas II
Reflicto sobre as expectativas e logo a seguir encontro um texto sobre expectativas e é interessante verificar o poder das palavras e a forma como são aplicadas e interpretadas, a mesma palavra ter tanto um sentido negativo, como positivo. A expectativa vista como esperança que alimenta um sonho, por um lado, e a expectativa limitada à projecção dos nossos desejos egoístas e deturpados, por outro.
“Eu (Ana Teresa Silva), por exemplo, acho que pode ser por demais importante termos expectativas, já que elas nos dão impulso para a acção; tê-las pode ser até essencial, desde não fiquemos fechados ao ponto de não apreciar tudo o resto que aparece. Se as portas tiverem sempre abertas à mudança (aceitação da não correspondência ao inicialmente esperado), elas serão um estímulo ao caminho. Como o sonho. Sonhar alto é como querer voar, se para nós o mais importante for a viagem, e não o destino, se a felicidade for sentida pelo simples facto de termos sonhos, desejos com horizontes amplos, a viagem que iniciamos na tentativa de sua concretização pode ser muito mais importante e plena de sentido do que a chegada em si. Aliás, até podemos nunca concretizá-los... Lembra aquela citação do Douglas Adams: “I may not have gone where I intended to go, but I think I have ended up where I needed to be.”
Então questiono-me: será que toda a expectativa é falsa?
Pois bem, se estivermos abertos à mudança, então não existe grande problema termos expectativas desde que haja “aceitação da não correspondência ao inicialmente esperado”. Portanto, o problema não recai sobre se as expectativas são falsas ou não, mas sim na nossa capacidade de aceitação. E aqui voltamos ao reforço da minha “crença” em relação ao amor incondicional. O amor que está aberto à mudança, o amor da aceitação.
E atrevo-me a concluir que todas as expectativas são falsas e só passam a ser verdadeiras quando os resultados são aqueles que esperávamos. O que raramente acontece…
“Eu (Ana Teresa Silva), por exemplo, acho que pode ser por demais importante termos expectativas, já que elas nos dão impulso para a acção; tê-las pode ser até essencial, desde não fiquemos fechados ao ponto de não apreciar tudo o resto que aparece. Se as portas tiverem sempre abertas à mudança (aceitação da não correspondência ao inicialmente esperado), elas serão um estímulo ao caminho. Como o sonho. Sonhar alto é como querer voar, se para nós o mais importante for a viagem, e não o destino, se a felicidade for sentida pelo simples facto de termos sonhos, desejos com horizontes amplos, a viagem que iniciamos na tentativa de sua concretização pode ser muito mais importante e plena de sentido do que a chegada em si. Aliás, até podemos nunca concretizá-los... Lembra aquela citação do Douglas Adams: “I may not have gone where I intended to go, but I think I have ended up where I needed to be.”
Então questiono-me: será que toda a expectativa é falsa?
Pois bem, se estivermos abertos à mudança, então não existe grande problema termos expectativas desde que haja “aceitação da não correspondência ao inicialmente esperado”. Portanto, o problema não recai sobre se as expectativas são falsas ou não, mas sim na nossa capacidade de aceitação. E aqui voltamos ao reforço da minha “crença” em relação ao amor incondicional. O amor que está aberto à mudança, o amor da aceitação.
E atrevo-me a concluir que todas as expectativas são falsas e só passam a ser verdadeiras quando os resultados são aqueles que esperávamos. O que raramente acontece…
O Egoísta
Só sei que sou, quem sou vou sabendo, vou sendo. Sei que sou, porque peso, sinto e penso. Entre espelhos vagueio com olhos a vigiar-me, a julgar-me, com expectativas falsas.
Eu sou, porque estou comigo e vou-me descobrindo. Espero não ter expectativas falsas sobre mim, mas quero continuar a “crescer”, por isso, terei de superar qualquer expectativa, mas só as minhas. Das expectativas dos outros já pouco me preocupa, posso respeita-las simplesmente. Das minhas expectativas em relação aos outros, vou saber que não passam de expectativas que raramente correspondem àquilo que estava à espera.
Por isso, vou praticar o amor incondicional e contribuir para a nova era dos relacionamentos humanos. Como será a nova era? Sei lá! Superem-se e descubram, descubram-se e superem-se, que eu também estou a fazer por isso.
Eu sou, porque estou comigo e vou-me descobrindo. Espero não ter expectativas falsas sobre mim, mas quero continuar a “crescer”, por isso, terei de superar qualquer expectativa, mas só as minhas. Das expectativas dos outros já pouco me preocupa, posso respeita-las simplesmente. Das minhas expectativas em relação aos outros, vou saber que não passam de expectativas que raramente correspondem àquilo que estava à espera.
Por isso, vou praticar o amor incondicional e contribuir para a nova era dos relacionamentos humanos. Como será a nova era? Sei lá! Superem-se e descubram, descubram-se e superem-se, que eu também estou a fazer por isso.
17 abril 2010
Ah, mas são falsas!
O maior problema das relações são as expectativas, porque são falsas. O ser humano tem uma tendência para idealizar e esperar algo de alguém que não corresponde ao outro, à realidade. Emaranha-se naquilo que idealiza e nem sequer se dá ao trabalho de conhecer o outro. Pior, nem se dá ao trabalho de se conhecer, porque está muito ocupado em idealizar. Então nas relações amorosas ainda se torna pior, as pessoas têm a tendência em projectar os seus desejos, que por sua vez são baseados nas suas fraquezas ou necessidades, naqueles que julgam ser o/a tal. E desenvolvem enredos totalmente estapafúrdios e depois, partem a cara e mergulham na desilusão.
Estes factos demonstram o quão atrasados estão os seres humanos nas suas relações, principalmente nas amorosas.
No amor universal isso não acontece, porque o outro é simplesmente da forma que é, espontâneo e verdadeiro, e é aceite como é por aquele que o ama. E aquele que ama, não vai estar à espera de nada, portanto, não fica magoado, ou irado, quando o seu amado afinal não tem aquela qualidade que gostaria que tivesse ou não fez aquilo que estava à espera. Se o ama, é simplesmente porque o ama, sem razão, simplesmente porque sim. Não existe uma condição. Existe comunhão, empatia e amor incondicional. É um amor livre, livre de expectativas falsas.
É por isso que são raros os casais felizes, aqueles que são o que são ao lado um do outro, aqueles que têm a capacidade de perdoar os erros, as falhas, e nem tanto por isso, pois não importa, porque o que vale é estar-se bem ao lado daquele alguém, assim, sem razão. E se há aceitação, não há lugar para a discussão.
Mas ainda se sofre da herança cultural dos casamentos de conveniência e casa-se ainda, com a cabeça, em vez do coração e acabam com aquelas típicas frases, - e eu pensava que ele ia mudar; - e afinal ela não era aquilo que julgava ser. Ora, são frases indicadoras de amor condicional, amor baseado na expectativa. Depois quando não correspondem às expectativas, - ai como pude ser tão burra? – Como é que não vi que ela era assim? Não se trata de inteligência ou “visão”. Não se trata de esperar que o outro seja o que gostaríamos que fosse, porque se aquilo que é nos faz mal, se não há harmonia, então não é. Porque o que é, é o amor incondicional, aquele amor que poucos conhecem.
Mas como podem experimentar o amor incondicional, se a maioria está confinada na roda da expectativa, e andam de roda em roda, a rodar até à tontura total, tortura tal, que acabam por se fechar e perder a capacidade de amar por amar? E daí resultam relações ainda mais racionais, controladas, condicionadas.
Pobre mundo perdido, de meninos perdidos, de mentes expectantes, de corações partidos, de lares desfeitos.
A única boa expectativa é viver na esperança de levar uma vida sem expectativas falsas. O que não é nada fácil. Mas é possível.
Estes factos demonstram o quão atrasados estão os seres humanos nas suas relações, principalmente nas amorosas.
No amor universal isso não acontece, porque o outro é simplesmente da forma que é, espontâneo e verdadeiro, e é aceite como é por aquele que o ama. E aquele que ama, não vai estar à espera de nada, portanto, não fica magoado, ou irado, quando o seu amado afinal não tem aquela qualidade que gostaria que tivesse ou não fez aquilo que estava à espera. Se o ama, é simplesmente porque o ama, sem razão, simplesmente porque sim. Não existe uma condição. Existe comunhão, empatia e amor incondicional. É um amor livre, livre de expectativas falsas.
É por isso que são raros os casais felizes, aqueles que são o que são ao lado um do outro, aqueles que têm a capacidade de perdoar os erros, as falhas, e nem tanto por isso, pois não importa, porque o que vale é estar-se bem ao lado daquele alguém, assim, sem razão. E se há aceitação, não há lugar para a discussão.
Mas ainda se sofre da herança cultural dos casamentos de conveniência e casa-se ainda, com a cabeça, em vez do coração e acabam com aquelas típicas frases, - e eu pensava que ele ia mudar; - e afinal ela não era aquilo que julgava ser. Ora, são frases indicadoras de amor condicional, amor baseado na expectativa. Depois quando não correspondem às expectativas, - ai como pude ser tão burra? – Como é que não vi que ela era assim? Não se trata de inteligência ou “visão”. Não se trata de esperar que o outro seja o que gostaríamos que fosse, porque se aquilo que é nos faz mal, se não há harmonia, então não é. Porque o que é, é o amor incondicional, aquele amor que poucos conhecem.
Mas como podem experimentar o amor incondicional, se a maioria está confinada na roda da expectativa, e andam de roda em roda, a rodar até à tontura total, tortura tal, que acabam por se fechar e perder a capacidade de amar por amar? E daí resultam relações ainda mais racionais, controladas, condicionadas.
Pobre mundo perdido, de meninos perdidos, de mentes expectantes, de corações partidos, de lares desfeitos.
A única boa expectativa é viver na esperança de levar uma vida sem expectativas falsas. O que não é nada fácil. Mas é possível.
26 março 2010
Para desanuviar...
Por quase todo o lado, aparecem estas questões: música preferida, filme preferido, livro preferido. Como se isso fosse possível! Se é possível para alguns, parabéns! Eu não consigo ser tão minimalista. Para mim são muitas músicas, muitos filmes, muitos livros.
Mas mesmo assim, dei-me ao “trabalho” de fazer a selecção dos preferidos, primeiro os filmes. Depois os álbuns, porque são mais fáceis.
Agora os livros.
Depois de uma pré-adolescência a ler “Os cinco”, “O Astrix”, o “Tintin” e o “Tio Patinhas e Cia”, o primeiro livro a sério que li foi o “O Principezinho” de Antoine de Saint-Exupéry. Li-o mais umas 4 /5 vezes desde então. Já o ofereci a diversas pessoas. E irei continuar a oferece-lo e a lê-lo, com certeza. É um livro especial.
Ia eu na marginal de Cascais na direcção de Lisboa, e em Carcavelos, saídos da praia, estava um casal a pedir boleia. Parei e mandei-os entrar. Ele era Italiano e tinha vindo para Portugal para estudar um heterónimo de Fernando Pessoa e começou a citar um verso do “O Guardador de Rebanhos” de Alberto Caeiro. Citava-o com tal amor que os arrepios foram inevitáveis. Como adoro! Em adolescente, lembro-me de fugir para o campo e lê-lo, relê-lo vezes sem conta. Foi o meu primeiro amor literário aos 15 anos. E um amor que continua até os dias de hoje.
Os meus pais tinham um livro de poemas de Bertolt Brecht, de que não me lembro do nome, mas lembro-me de lê-lo diversas vezes. Não sei por anda esse livro, nunca mais o vi.
“A Bíblia” de vários. A Bíblia. Primeiro pela curiosidade, depois por interesse, costumo ler a Bíblia, é um livro interessante de um ponto de vista histórico-filosófico-metafísico. Volta e meia, leio-a. Vezes sem conta, escolho o Livro dos Salmos e acabo sempre por ler o 23.
Independentemente da falta de técnica literária, gostei muito da mensagem do livro “O Alquimista” de Paulo Coelho. Foi graças a esse livro que passei a ter uma perspectiva diferente sobre os sonhos.
Fiquei tão triste com a terrível adaptação do livro “A Casa dos Espíritos” de Isabel Allende para o cinema, e ainda por cima, com um elenco de ouro e gravado em Portugal. Não traduz o livro, nem por sombras. Um livro com uma estética literária belíssima. Gosto muito dos escritores Latino-americanos. Pablo Neruda, Jorge Amado, Gabriel Garcia Marques, Mário de Andrade, Érico Veríssimo.
Um livro que marcou foi “A Insustentável Leveza de Ser” de Kundera. Foi um dos poucos livros que me provocou reacções físicas intensas. E um bom livro é aquele que consegue provocar emoções, boas ou más, que se manifestem também fisicamente.
“O Perfume” de Patrick Suskind também mexeu com os meus sentidos. Eu que tenho o olfacto apurado, comecei a dar por mim a dissecar cheiros e a sentir a cidade mais intensamente. E isso não era tão bom assim, porque os odores da cidade, mistura de petróleo, fritos, odores dos esgotos, cantos do mijo, tabaco, perfumes baratos, e afins, podem causar sério mal-estar. Estive à beira da loucura.
Pelo contrário, “Os Nove Amanhãs” de Isaac Azimov, provocou-me uma torrente de emoções fortes e boas, este livro está muita bom, tão bom, que agora nem consigo tecer nenhum comentário à altura.
“Bichos” de Miguel Torga. Este é o livro pelo qual sinto maior ternura, é de uma singeleza que dói…
Eu, fã de Jesus, quando li o “O Evangelho segundo Jesus Cristo” de José Saramago, achei que finalmente alguém tinha tido a coragem de salvar Jesus da cruz, de uma forma muito arrojada! Fabuloso. Abaixo com o Império Católico Apostólico Romano!
“Assim falou Zaratustra” de Nietzsche, é também afoito. Imaginar a Humanidade Super-Homem!
Estava eu na Faculdade e um professor de Sociologia pediu para escolhermos um livro e explicar o porquê da escolha à luz das análises sociológicas em estudo. É claro que escolhi o “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley. Quando fui fazer a apresentação do trabalho sobre o livro, o professor ficou tal entusiasmado com a minha escolha, que quase nem precisei de falar, ele encarregou-se disso e ainda por cima deu-me 18 valores. Mas este livro é incrível, como é que um escritor do princípio dum século previu um mundo que é praticamente o mundo de hoje, 1 século depois? Uma caricatura da sociedade moderna muito bem sacada!
Acabei de ler o “Lobo da Estepe” de Hermann Hesse, era mesmo este livro que precisava de ler neste momento. Era mesmo.
O próximo que irei ler será: “Alice no País das Maravilhas” de Lewis Carroll. Conheço a história através do filme animado, e agora estreou outro filme “real” em 3D. Mas o livro deve ser melhor, com certeza.
Este exercício de assinalar os meus preferidos é algo que fica em aberto, inacabado, a estas listas vão juntar-se outros livros, outros discos e filmes.
No fundo, ainda não percebi muito bem porque o faço? Qual o objectivo?
Será a necessidade de fazer estes balanços a influência das plataformas de networking social? Será resultado da dita crise da entrada na meia-idade?
Humm, desculpas esfarrapadas.
É típico do ser humano fazer colecções, para desanuviar...
Afinal, também sou um.
Mas mesmo assim, dei-me ao “trabalho” de fazer a selecção dos preferidos, primeiro os filmes. Depois os álbuns, porque são mais fáceis.
Agora os livros.
Depois de uma pré-adolescência a ler “Os cinco”, “O Astrix”, o “Tintin” e o “Tio Patinhas e Cia”, o primeiro livro a sério que li foi o “O Principezinho” de Antoine de Saint-Exupéry. Li-o mais umas 4 /5 vezes desde então. Já o ofereci a diversas pessoas. E irei continuar a oferece-lo e a lê-lo, com certeza. É um livro especial.
Ia eu na marginal de Cascais na direcção de Lisboa, e em Carcavelos, saídos da praia, estava um casal a pedir boleia. Parei e mandei-os entrar. Ele era Italiano e tinha vindo para Portugal para estudar um heterónimo de Fernando Pessoa e começou a citar um verso do “O Guardador de Rebanhos” de Alberto Caeiro. Citava-o com tal amor que os arrepios foram inevitáveis. Como adoro! Em adolescente, lembro-me de fugir para o campo e lê-lo, relê-lo vezes sem conta. Foi o meu primeiro amor literário aos 15 anos. E um amor que continua até os dias de hoje.
Os meus pais tinham um livro de poemas de Bertolt Brecht, de que não me lembro do nome, mas lembro-me de lê-lo diversas vezes. Não sei por anda esse livro, nunca mais o vi.
“A Bíblia” de vários. A Bíblia. Primeiro pela curiosidade, depois por interesse, costumo ler a Bíblia, é um livro interessante de um ponto de vista histórico-filosófico-metafísico. Volta e meia, leio-a. Vezes sem conta, escolho o Livro dos Salmos e acabo sempre por ler o 23.
Independentemente da falta de técnica literária, gostei muito da mensagem do livro “O Alquimista” de Paulo Coelho. Foi graças a esse livro que passei a ter uma perspectiva diferente sobre os sonhos.
Fiquei tão triste com a terrível adaptação do livro “A Casa dos Espíritos” de Isabel Allende para o cinema, e ainda por cima, com um elenco de ouro e gravado em Portugal. Não traduz o livro, nem por sombras. Um livro com uma estética literária belíssima. Gosto muito dos escritores Latino-americanos. Pablo Neruda, Jorge Amado, Gabriel Garcia Marques, Mário de Andrade, Érico Veríssimo.
Um livro que marcou foi “A Insustentável Leveza de Ser” de Kundera. Foi um dos poucos livros que me provocou reacções físicas intensas. E um bom livro é aquele que consegue provocar emoções, boas ou más, que se manifestem também fisicamente.
“O Perfume” de Patrick Suskind também mexeu com os meus sentidos. Eu que tenho o olfacto apurado, comecei a dar por mim a dissecar cheiros e a sentir a cidade mais intensamente. E isso não era tão bom assim, porque os odores da cidade, mistura de petróleo, fritos, odores dos esgotos, cantos do mijo, tabaco, perfumes baratos, e afins, podem causar sério mal-estar. Estive à beira da loucura.
Pelo contrário, “Os Nove Amanhãs” de Isaac Azimov, provocou-me uma torrente de emoções fortes e boas, este livro está muita bom, tão bom, que agora nem consigo tecer nenhum comentário à altura.
“Bichos” de Miguel Torga. Este é o livro pelo qual sinto maior ternura, é de uma singeleza que dói…
Eu, fã de Jesus, quando li o “O Evangelho segundo Jesus Cristo” de José Saramago, achei que finalmente alguém tinha tido a coragem de salvar Jesus da cruz, de uma forma muito arrojada! Fabuloso. Abaixo com o Império Católico Apostólico Romano!
“Assim falou Zaratustra” de Nietzsche, é também afoito. Imaginar a Humanidade Super-Homem!
Estava eu na Faculdade e um professor de Sociologia pediu para escolhermos um livro e explicar o porquê da escolha à luz das análises sociológicas em estudo. É claro que escolhi o “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley. Quando fui fazer a apresentação do trabalho sobre o livro, o professor ficou tal entusiasmado com a minha escolha, que quase nem precisei de falar, ele encarregou-se disso e ainda por cima deu-me 18 valores. Mas este livro é incrível, como é que um escritor do princípio dum século previu um mundo que é praticamente o mundo de hoje, 1 século depois? Uma caricatura da sociedade moderna muito bem sacada!
Acabei de ler o “Lobo da Estepe” de Hermann Hesse, era mesmo este livro que precisava de ler neste momento. Era mesmo.
O próximo que irei ler será: “Alice no País das Maravilhas” de Lewis Carroll. Conheço a história através do filme animado, e agora estreou outro filme “real” em 3D. Mas o livro deve ser melhor, com certeza.
Este exercício de assinalar os meus preferidos é algo que fica em aberto, inacabado, a estas listas vão juntar-se outros livros, outros discos e filmes.
No fundo, ainda não percebi muito bem porque o faço? Qual o objectivo?
Será a necessidade de fazer estes balanços a influência das plataformas de networking social? Será resultado da dita crise da entrada na meia-idade?
Humm, desculpas esfarrapadas.
É típico do ser humano fazer colecções, para desanuviar...
Afinal, também sou um.
25 março 2010
Coisas más de Portugal - Acontecimento do dia no Parlamento Português
Não acredito, não posso acreditar no que acabei de ouvir. A maior força política de oposição ao governo a virar as costas aos Portugueses. Não querem assumir a responsabilidade. Porquê? Não têm nem uma ideiazinha para melhorar o PEC? Não, porque não têm a menor ideia de como contornar a situação actual. Pelo menos por agora, andam tão centrados na nova liderança do seu partido, fechados sobre si e alienados das reais necessidades do país. Ora não têm candidato, ora têm muitos. Falta coesão! E na situação actual do país, em que o mais necessário é a coesão, a aliança, a entreajuda. Somos todos responsáveis !!!!!!!!!!!!!
A situação do país é coisa recente? Claro que não é recente. A crise é o fim, o resultado de uma bolha que rebentou depois de anos e anos de erros consecutivos, um acúmulos de diversos actos governamentais falhados, que se deslumbrou pelo brilho do ouro. Uns melhores outros piores, mas todos envolvidos de uma forma ou de outra.
E dizia hoje a Srª Drª líder, que é competência do governo governar. Então o que estão lá a fazer no Parlamento? Para que servem? De que serviram os votos dos portugueses quando não deram maioria ao governo? Não era para lhes dar a oportunidade de contribuir, servir os Portugueses, de provarem o que valem? Em vez disso, à beira de mudança de liderança, descartam a sua responsabilidade… melhor, a sua oportunidade…
Disse que não ia chorar, mas afinal enganei-me.
A situação do país é coisa recente? Claro que não é recente. A crise é o fim, o resultado de uma bolha que rebentou depois de anos e anos de erros consecutivos, um acúmulos de diversos actos governamentais falhados, que se deslumbrou pelo brilho do ouro. Uns melhores outros piores, mas todos envolvidos de uma forma ou de outra.
E dizia hoje a Srª Drª líder, que é competência do governo governar. Então o que estão lá a fazer no Parlamento? Para que servem? De que serviram os votos dos portugueses quando não deram maioria ao governo? Não era para lhes dar a oportunidade de contribuir, servir os Portugueses, de provarem o que valem? Em vez disso, à beira de mudança de liderança, descartam a sua responsabilidade… melhor, a sua oportunidade…
Disse que não ia chorar, mas afinal enganei-me.
24 março 2010
Coisas más de Portugal - Política
Não há tema que mais me interesse, a política. Mas ao acompanhar a vida política do meu país dá-me vontade de chorar.
Um país onde os políticos investem, pelo menos, 50% do seu tempo a falar uns dos outros, com tricas e intrigas. Parecem uns putos a brincar ás guerrilhas. Pior, parecem umas brejeiras cheias de snobismo (sem nobreza), o que é absolutamente grotesco. E depois vem a imprensa cusca, que em vez de prestar um serviço de informação ao povo sobre política, anda a falar dos políticos. E ainda vêm os entendidos a reforçar este traço empobrecedor da vida política nacional. Depois admiram-se que o povo vote mal ou nem sequer honre o seu direito de voto. Sabem lá o que se passa, pobres coitados.
Não gosto deste tipo de política, política centrada nos políticos e políticos centrados neles próprios.
Onde anda a política que gosto? A política do bem comum, da justiça social e da democracia?
A política proactiva, positiva e nobre!
A política útil!?!
Mas não vou chorar, não vou chorar…
Um país onde os políticos investem, pelo menos, 50% do seu tempo a falar uns dos outros, com tricas e intrigas. Parecem uns putos a brincar ás guerrilhas. Pior, parecem umas brejeiras cheias de snobismo (sem nobreza), o que é absolutamente grotesco. E depois vem a imprensa cusca, que em vez de prestar um serviço de informação ao povo sobre política, anda a falar dos políticos. E ainda vêm os entendidos a reforçar este traço empobrecedor da vida política nacional. Depois admiram-se que o povo vote mal ou nem sequer honre o seu direito de voto. Sabem lá o que se passa, pobres coitados.
Não gosto deste tipo de política, política centrada nos políticos e políticos centrados neles próprios.
Onde anda a política que gosto? A política do bem comum, da justiça social e da democracia?
A política proactiva, positiva e nobre!
A política útil!?!
Mas não vou chorar, não vou chorar…
Babilónia
“Os banqueiros falharam por incompetência”
“- Qual é a sua reacção face à especulação contra os elos fracos da Zona Euro?
- É incrível: as dívidas externas e os défices públicos da Grécia, Portugal, Espanha e Itália são resultado da salvação dos bancos, cujas malfeitorias causaram a crise. E, agora, estas mesmas instituições fazem fortunas mordendo a mão dos seus salvadores!
Mas não devíamos admirar-nos! Não mudaram nem as regras nem as motivações destas instituições. Foi-lhes dado dinheiro barato para fazerem o que queriam, sem limitações, e eles utilizam-nos para maximizar os seus lucros, sem se preocuparem com os custos sociais induzidos.
- A avidez de Wall Street é a única causa da crise? Os reguladores não falharam?
- Escrevi Freefall: Free Markets and the Sinking of the global Economy para sublinhar a responsabilidade primordial dos banqueiros. Não só não fizerem o seu trabalho e destruíram a nossa economia, como fizeram a campanha de atribuir a culpa aos outros. Os banqueiros falharam por incompetência e avidez: puseram em prática um sistema de remunerações que incentiva a assumpção de riscos excessivos e as estratégias a curto prazo. É verdade que os reguladores não impediram os bancos de se portarem mal. Mas quando alguém rouba uma loja, acusamos o ladrão…não a polícia por não estar no local. E os economistas também tiveram um papel importante, ao legitimarem a ideologia da desregulamentação.”
Entrevista a Joseph Stiglitz
Prémio Nobel Economia 2001
in Visão nº888, 11 a 17 Março 2010
Agora contem-me uma novidade. Não é preciso ser Nobel da Economia para perceber o que se passa. Dahhh!
“Mas não devíamos admirar-nos”, diz ele. Devíamos sim! Devíamos mudar o mundo. Para que servem os economistas e os políticos? Sabemos o que se passa e permanecemos impávidos a viver as nossas vidinhas no sistema doente.
Não percebem que a mudança necessária é mais profunda? Uma mudança geral de paradigma.
O Paradigma do Bem Comum.
Fogo à Babilónia!
“- Qual é a sua reacção face à especulação contra os elos fracos da Zona Euro?
- É incrível: as dívidas externas e os défices públicos da Grécia, Portugal, Espanha e Itália são resultado da salvação dos bancos, cujas malfeitorias causaram a crise. E, agora, estas mesmas instituições fazem fortunas mordendo a mão dos seus salvadores!
Mas não devíamos admirar-nos! Não mudaram nem as regras nem as motivações destas instituições. Foi-lhes dado dinheiro barato para fazerem o que queriam, sem limitações, e eles utilizam-nos para maximizar os seus lucros, sem se preocuparem com os custos sociais induzidos.
- A avidez de Wall Street é a única causa da crise? Os reguladores não falharam?
- Escrevi Freefall: Free Markets and the Sinking of the global Economy para sublinhar a responsabilidade primordial dos banqueiros. Não só não fizerem o seu trabalho e destruíram a nossa economia, como fizeram a campanha de atribuir a culpa aos outros. Os banqueiros falharam por incompetência e avidez: puseram em prática um sistema de remunerações que incentiva a assumpção de riscos excessivos e as estratégias a curto prazo. É verdade que os reguladores não impediram os bancos de se portarem mal. Mas quando alguém rouba uma loja, acusamos o ladrão…não a polícia por não estar no local. E os economistas também tiveram um papel importante, ao legitimarem a ideologia da desregulamentação.”
Entrevista a Joseph Stiglitz
Prémio Nobel Economia 2001
in Visão nº888, 11 a 17 Março 2010
Agora contem-me uma novidade. Não é preciso ser Nobel da Economia para perceber o que se passa. Dahhh!
“Mas não devíamos admirar-nos”, diz ele. Devíamos sim! Devíamos mudar o mundo. Para que servem os economistas e os políticos? Sabemos o que se passa e permanecemos impávidos a viver as nossas vidinhas no sistema doente.
Não percebem que a mudança necessária é mais profunda? Uma mudança geral de paradigma.
O Paradigma do Bem Comum.
Fogo à Babilónia!
26 fevereiro 2010
Romeiro, quem és tu?
Aquele que anda por montes e vales a seguir a estrela, sou eu mesmo, independentemente do género, da idade, da profissão, da raça. Se não sou eu na plenitude, pelo menos é uma parte de mim, talvez a mais escondida, talvez aquela que gostaria de ser ouvida ou partilhada e que doutra forma não poderia ser, por acharem que sabem quem sou. Ou aqueles que mal me conhecem pensariam que afinal não sou o que parecia ser.
E por isso, muitas vezes, nem sou, porque ser é perigoso, então represento papéis daquilo que espero que esperam de mim. Represento as minhas outras facetas mais aceitáveis socialmente. As que me ensinaram a representar. E represento-as tantas vezes que acabam por se tornar facetas tão vincadas, que muitas vezes acredito que se calhar, até sou aquilo que represento ser.
Mas eu, Romeiro, sem grande preocupação em ser aceite socialmente, sou eu que quero ser como realmente sinto que sou, como uma fagulha que busca o fogo para voltar à terra e tornar-se pinheiro novamente.
Pinheiro manso.
E por isso, muitas vezes, nem sou, porque ser é perigoso, então represento papéis daquilo que espero que esperam de mim. Represento as minhas outras facetas mais aceitáveis socialmente. As que me ensinaram a representar. E represento-as tantas vezes que acabam por se tornar facetas tão vincadas, que muitas vezes acredito que se calhar, até sou aquilo que represento ser.
Mas eu, Romeiro, sem grande preocupação em ser aceite socialmente, sou eu que quero ser como realmente sinto que sou, como uma fagulha que busca o fogo para voltar à terra e tornar-se pinheiro novamente.
Pinheiro manso.
“Diz-me com quem andas dir-te-ei quem és”
Os provérbios populares são um acúmulo de sabedoria, baseada nas relações humanas e fixados pela regra. E são realmente sábios. Mas em toda a regra há excepção. Principalmente nos dias de hoje, em que temos a oportunidade de representar diferentes papéis e possibilidade de relacionamento com uma diversificada variedade de estilos de pessoas. Bem, estou a questionar este provérbio, porque pode não ser tão linear assim. Pelo menos “ando” com pessoas de diferentes estilos e com distintos gostos. Muitos dos meus amigos não conhecem outros amigos meus, nem nunca ouviram falar. São pessoas tão diferentes que nem arriscaria a “mistura-los”. Mas afinal, quem sou eu? Será que eu tenho um pouco de cada um? Será que estes diferentes tipos de pessoas com quem ando têm algo em comum? Ou terei eu múltiplas facetas? Multicolor. Agrada-me. Mas se sou um ser assim tão multifacetado, posso saber quem realmente sou?
Será que se pode ir mais longe com este provérbio? “diz-me que música ouves, que filmes vês, que livros lês, dir-te-ei quem és”. Vou pensar nisso noutra altura, já tenho material suficiente para me por a pensar nos próximos dias.
Será que se pode ir mais longe com este provérbio? “diz-me que música ouves, que filmes vês, que livros lês, dir-te-ei quem és”. Vou pensar nisso noutra altura, já tenho material suficiente para me por a pensar nos próximos dias.
24 fevereiro 2010
Os 12 Fab de Culto
“Cure for Pain” Morphine
"The Koln Concert" Keith Jarret
“Nigth and Day” Joe Jackson
“The Boatman's Call” Nick Cave and the Bad Seeds
“The Ideal Crash!” Deus
“Closer” Joy Division
“Highway to Hell” AC/DC
“Hot Rats” Frank Zappa
“To bring you my love” PJ Harvey
“Into the Labyrinth” Dead Can Dance
“Let Love Rule” Lenny Kravitz
“Fragile” Yes
*
"The Koln Concert" Keith Jarret
“Nigth and Day” Joe Jackson
“The Boatman's Call” Nick Cave and the Bad Seeds
“The Ideal Crash!” Deus
“Closer” Joy Division
“Highway to Hell” AC/DC
“Hot Rats” Frank Zappa
“To bring you my love” PJ Harvey
“Into the Labyrinth” Dead Can Dance
“Let Love Rule” Lenny Kravitz
“Fragile” Yes
*
“Nada é impossível de mudar”
“Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar”.
“Jamais Te Amei Tanto”
“Jamais te amei tanto, ma soeur
Como ao te deixar naquele pôr-do-sol
O bosque me engoliu, o bosque azul, ma soeur
Sobre o qual sempre ficavam as estrelas pálidas
No Oeste.
Eu ri bem pouco, não ri, ma soeur
Eu que brincava ao encontro do destino negro -
Enquanto os rostos atrás de mim lentamente
Iam desaparecendo no anoitecer do bosque azul.
Tudo foi belo nessa tarde única, ma soeur
Jamais igual, antes ou depois -
É verdade que me ficaram apenas os pássaros
Que à noite sentem fome no negro céu.”
Bertold Brecht
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar”.
“Jamais Te Amei Tanto”
“Jamais te amei tanto, ma soeur
Como ao te deixar naquele pôr-do-sol
O bosque me engoliu, o bosque azul, ma soeur
Sobre o qual sempre ficavam as estrelas pálidas
No Oeste.
Eu ri bem pouco, não ri, ma soeur
Eu que brincava ao encontro do destino negro -
Enquanto os rostos atrás de mim lentamente
Iam desaparecendo no anoitecer do bosque azul.
Tudo foi belo nessa tarde única, ma soeur
Jamais igual, antes ou depois -
É verdade que me ficaram apenas os pássaros
Que à noite sentem fome no negro céu.”
Bertold Brecht
20 fevereiro 2010
"Metamorfose Ambulante"
"Prefiro ser essa metamorfose ambulante
Prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Quero dizer agora o oposto do que eu disse antes
Prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou "estrela" amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio, amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um actor
Chato chegar a um objectivo num instante
Quero viver nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Sobre o que é o amor....
Vou desdizer aquilo tudo que eu lhe disse antes
Prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Vivo a viver a vida no segundo e no instante
Prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo."
Raul Seixas
Prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Quero dizer agora o oposto do que eu disse antes
Prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou "estrela" amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio, amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um actor
Chato chegar a um objectivo num instante
Quero viver nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Sobre o que é o amor....
Vou desdizer aquilo tudo que eu lhe disse antes
Prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Vivo a viver a vida no segundo e no instante
Prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo."
Raul Seixas
14 fevereiro 2010
Sobre o Tempo do Tigre de Metal
O tempo é o tempo que o tempo tem, os seres humanos é que têm formas diferentes de o medir, de o sentir, perceber. Os calendários variam. O Gregoriano, o Muçulmano, o Egípcio, o Chinês, o Maia. Mas qual é que está certo? Certo no sentido de interpretação mais aproximada dos fenómenos do nosso universo.
O tempo como medida parece-me a mim, muito redutor, muito mecânico. O tempo medido a partir do nascimento de profetas parece-me presunçoso, então, resta o tempo do universo, o tempo marcado por encontros energéticos interplanetários. Estes encontros representam mudanças de ciclos energéticos, resultantes da relação astro-físico-química, criando tempos determinados. Das minhas modestas análises sobre o tempo, o tempo terreno e o tempo infinito, tendo a perceber melhor este fenómeno através dos conhecimentos dos povos ancestrais, que embora não “evoluídos na técnica científica positivista”, eram bons conhecedores dos fenómenos da natureza.
Então o tempo não é o mesmo tempo que se costuma medir. É outro tempo. Um tempo que sinto mas não sei definir.
Parece que hoje é tempo de mudança, traduzido em números ocidentais do Gregório, hoje, dia 14 de Fevereiro de 2010 é o dia em que os Orientais comemoram a mudança de mais um ciclo, dentro do ciclo infinito do tempo.
Feliz Ano Novo!
O tempo como medida parece-me a mim, muito redutor, muito mecânico. O tempo medido a partir do nascimento de profetas parece-me presunçoso, então, resta o tempo do universo, o tempo marcado por encontros energéticos interplanetários. Estes encontros representam mudanças de ciclos energéticos, resultantes da relação astro-físico-química, criando tempos determinados. Das minhas modestas análises sobre o tempo, o tempo terreno e o tempo infinito, tendo a perceber melhor este fenómeno através dos conhecimentos dos povos ancestrais, que embora não “evoluídos na técnica científica positivista”, eram bons conhecedores dos fenómenos da natureza.
Então o tempo não é o mesmo tempo que se costuma medir. É outro tempo. Um tempo que sinto mas não sei definir.
Parece que hoje é tempo de mudança, traduzido em números ocidentais do Gregório, hoje, dia 14 de Fevereiro de 2010 é o dia em que os Orientais comemoram a mudança de mais um ciclo, dentro do ciclo infinito do tempo.
Feliz Ano Novo!
12 fevereiro 2010
Esmeralda
“Ele estava á janela a pensar que tinha que tomar um rumo. Decidir qual o caminho a seguir. Há meses que matutava para encontrar uma forma de se libertar da incerteza, apostar em algo concreto, acreditar e ir. Ir em frente, sem hesitação.
Tinha elegido 3 possíveis rumos. 3 Projectos de vida.
Mergulhar nas profundezas do mundo. Envolver-se em projectos de Empreendedorismo Social nos países do 3º mundo. Era este o projecto preferido. Mas também tinha um senão, levar a família atrás? Porque não? Importa saber se eles querem/podem ir.
O rumo mais difícil, mas não impossível, e por isso elegeu-o, era seguir uma carreira diplomática. Poderia praticar o bem (relações internacionais de paz, justiça social) discretamente e com as “costas quentes”. Até porque nem seria tão perigoso para a família. Mas, não tinha “estudos” para isso…
Desistir de tentar salvar o mundo e tornar-se num lobo dos montes. Ir viver para o Alentejo, ter um trabalho simples, nada de políticas, plantar couves, cebolas, salsa, cenouras, alfaces, morangos e ter laranjeiras, oliveiras e marmeleiros. Ficar com a família numa vida modesta. Mas pensava: “Ficaria o peso de consciência por não ter feito mais nada para além de mim?”
Vai á janela, com um sentir vazio, tão vazio que não há lugar para a ansiedade. Continua na corda bamba, em cima do muro, com a sensação de ser sem sentido, sem rumo.”
Tinha elegido 3 possíveis rumos. 3 Projectos de vida.
Mergulhar nas profundezas do mundo. Envolver-se em projectos de Empreendedorismo Social nos países do 3º mundo. Era este o projecto preferido. Mas também tinha um senão, levar a família atrás? Porque não? Importa saber se eles querem/podem ir.
O rumo mais difícil, mas não impossível, e por isso elegeu-o, era seguir uma carreira diplomática. Poderia praticar o bem (relações internacionais de paz, justiça social) discretamente e com as “costas quentes”. Até porque nem seria tão perigoso para a família. Mas, não tinha “estudos” para isso…
Desistir de tentar salvar o mundo e tornar-se num lobo dos montes. Ir viver para o Alentejo, ter um trabalho simples, nada de políticas, plantar couves, cebolas, salsa, cenouras, alfaces, morangos e ter laranjeiras, oliveiras e marmeleiros. Ficar com a família numa vida modesta. Mas pensava: “Ficaria o peso de consciência por não ter feito mais nada para além de mim?”
Vai á janela, com um sentir vazio, tão vazio que não há lugar para a ansiedade. Continua na corda bamba, em cima do muro, com a sensação de ser sem sentido, sem rumo.”
31 janeiro 2010
“ET go home”
O meu mundo é o Universo onde flutua o planeta azul - Terra.
O Planeta Terra é a minha Pátria.
Não tenho nacionalidade, tenho identidade.
O Planeta Terra é a minha Pátria.
Não tenho nacionalidade, tenho identidade.
30 janeiro 2010
Coisas boas de Portugal – Ilha do Farol
Poucos tiveram o privilégio de conhecer a Ilha do Farol (Sta Maria). Eu tive.
Já imaginaram um Algarve com uma praia de 7 km virada a Sul, de água cristalina e quente e pouca gente? Um local onde só se chega de barco, onde não há hotéis, pensões ou parque de campismo. Um local sem carros. Numa língua de areia onde nada se pode construir. Com pores-do-sol de arrepiar, vistos do pontão. Com dois restaurantes onde se servem pratos típicos da cozinha algarvia. Num deles, o peixe era pescado pelo próprio dono.
E á noite? O bar de madeira da praia com música boa. As noites estreladas ou a lua cheia a iluminar os corpos nus com água salgada. Na lua nova os mergulhos fluorescentes (plâncton) do lado da ria. Dormir na praia em sacos de cama e adormecer com o murmúrio das ondas. Assar um polvo acabadinho de apanhar numa fogueira rodeada de amigos a cantar.
E o bronze? Devia ser por passar vários dias só a tomar banhos de mar, o sal e o sol adensam o castanho.
Inúmeras vezes, os felizardos que tinham uma casa por lá convidavam-me a ficar, principalmente no Inverno, durante as passagens de ano, os Carnavais, as pontes dos feriados de Dezembro.
Há 10 anos que lá não vou, mas tenho conhecimento que continua a ser um reduto, cujo único estrago da modernidade foi a invasão da Direcção Geral das Pescas e da ASAE, porque o Zé já não pode pescar, tem que ir á lota para comprar peixe certificado para o seu restaurante.
Já imaginaram um Algarve com uma praia de 7 km virada a Sul, de água cristalina e quente e pouca gente? Um local onde só se chega de barco, onde não há hotéis, pensões ou parque de campismo. Um local sem carros. Numa língua de areia onde nada se pode construir. Com pores-do-sol de arrepiar, vistos do pontão. Com dois restaurantes onde se servem pratos típicos da cozinha algarvia. Num deles, o peixe era pescado pelo próprio dono.
E á noite? O bar de madeira da praia com música boa. As noites estreladas ou a lua cheia a iluminar os corpos nus com água salgada. Na lua nova os mergulhos fluorescentes (plâncton) do lado da ria. Dormir na praia em sacos de cama e adormecer com o murmúrio das ondas. Assar um polvo acabadinho de apanhar numa fogueira rodeada de amigos a cantar.
E o bronze? Devia ser por passar vários dias só a tomar banhos de mar, o sal e o sol adensam o castanho.
Inúmeras vezes, os felizardos que tinham uma casa por lá convidavam-me a ficar, principalmente no Inverno, durante as passagens de ano, os Carnavais, as pontes dos feriados de Dezembro.
Há 10 anos que lá não vou, mas tenho conhecimento que continua a ser um reduto, cujo único estrago da modernidade foi a invasão da Direcção Geral das Pescas e da ASAE, porque o Zé já não pode pescar, tem que ir á lota para comprar peixe certificado para o seu restaurante.
Coisas boas de Portugal - Bidé
Só os há por cá. De resto, não tenho visto muitos bidés. Na Bélgica não os há, em África, só em alguns hotéis, nos EUA, poucos encontrei. No Japão ou Coreia, nem sombra. Poucos vi em Inglaterra, França e Alemanha, parece que os usaram e agora já não tanto. No Brasil estão a aboli-los, mas pelo menos deram uma alternativa, uma mangueirinha com chuveiro e fazem tudo na retrete (eles dizem vaso). Que povo tão criativo! Deve ser da mistura.
Tenho pelo bidé grande admiração, sinceramente, sem pingo de ironia. O Bidé é, por um lado, um objecto útil e prático, por outro, um objecto com o qual tenho uma ligação manifestamente erótica.
Do meu ponto de vista, útil e prático porque dispensa tomar banho todos os dias.
Tomar banho todos os dias só quando se justifica, com o calor do Verão, e ainda se fosse atleta ou alguém que praticasse trabalho braçal.
A água cheia de cloro estraga a pele, no Inverno tira-nos a “cera” que protege contra o frio, desperdiça-se água, polui-se o ambiente com os produtos de higiene pessoal e com o aquecimento das águas. Enfim, não compensa. Acabei de me lembrar da moda das casas modernas terem banheira de hidromassagem e/ou chuveiros com massagens. Muito lindo, quantas vezes irão eles utiliza-la/os, se andam tão ocupados a trabalhar para pagar os seus luxos inúteis?
Mas já me estou a afastar do tema. Estava eu a defender que o bidé (juntamente com o lavatório) consegue garantir uma boa manutenção da higiene pessoal. E o banho diário é dispensável.
Erótico porquê?
Não posso precisar as datas, mas havia umas versões antigas de bidés que eram arredondadas, pareciam um violino, uma forma de mulher. A imagem da mulher sentada no bidé de rabo arrebitado e a água a correr pelo seu clitóris. Para mim é uma imagem erótica. Dá-me tesão, não sei porquê…
Sempre que chego a Portugal fico contente por reencontrar um bidé.
Tenho pelo bidé grande admiração, sinceramente, sem pingo de ironia. O Bidé é, por um lado, um objecto útil e prático, por outro, um objecto com o qual tenho uma ligação manifestamente erótica.
Do meu ponto de vista, útil e prático porque dispensa tomar banho todos os dias.
Tomar banho todos os dias só quando se justifica, com o calor do Verão, e ainda se fosse atleta ou alguém que praticasse trabalho braçal.
A água cheia de cloro estraga a pele, no Inverno tira-nos a “cera” que protege contra o frio, desperdiça-se água, polui-se o ambiente com os produtos de higiene pessoal e com o aquecimento das águas. Enfim, não compensa. Acabei de me lembrar da moda das casas modernas terem banheira de hidromassagem e/ou chuveiros com massagens. Muito lindo, quantas vezes irão eles utiliza-la/os, se andam tão ocupados a trabalhar para pagar os seus luxos inúteis?
Mas já me estou a afastar do tema. Estava eu a defender que o bidé (juntamente com o lavatório) consegue garantir uma boa manutenção da higiene pessoal. E o banho diário é dispensável.
Erótico porquê?
Não posso precisar as datas, mas havia umas versões antigas de bidés que eram arredondadas, pareciam um violino, uma forma de mulher. A imagem da mulher sentada no bidé de rabo arrebitado e a água a correr pelo seu clitóris. Para mim é uma imagem erótica. Dá-me tesão, não sei porquê…
Sempre que chego a Portugal fico contente por reencontrar um bidé.
27 janeiro 2010
The Fab 12
"Tribute to Jack Johnson" - Miles Davis;
“Led Zeppelin” – Led Zeppelin;
“Come and Taste the Band” – Deep Purple
“Animals” – Pink Floyd;
"The Joshua's Tree" - U2
"Symphony Nº 4" - Gustav Mahler
"The Ultimate Collection" - Fleetwood Mac;
"Blood, Sugar, Sex, Magik" - Red Hot Chili Peppers;
"Blue Lines" - Massive Attack;
"Dummy" - Portishead;
"Moon Safari" - Air;
"Grace" - Jeff Buckley“
“Led Zeppelin” – Led Zeppelin;
“Come and Taste the Band” – Deep Purple
“Animals” – Pink Floyd;
"The Joshua's Tree" - U2
"Symphony Nº 4" - Gustav Mahler
"The Ultimate Collection" - Fleetwood Mac;
"Blood, Sugar, Sex, Magik" - Red Hot Chili Peppers;
"Blue Lines" - Massive Attack;
"Dummy" - Portishead;
"Moon Safari" - Air;
"Grace" - Jeff Buckley“
25 janeiro 2010
Eduardo E Mônica
"Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?"
Legião Urbana
Composição: Renato Russo
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?"
Legião Urbana
Composição: Renato Russo
24 janeiro 2010
“De pequenino é que se torce o pepino”
Tive uma mãe génio e como quase todos os génios, não se adaptava ao mundo. Entre outras coisas, não acreditava no sistema educacional. Dizia que a escola não ensinava para a vida, apenas formava seres condicionados a padrões impostos para melhor poderem ser manipulados.
Por isso, com muitas lutas familiares, só fui para a escola quando os meus avós me inscreveram e eu, com sede de aprender, assumi a responsabilidade de ir. Tirou-me da escola aos 12 anos. Aos 16, já podia estudar á noite. Trabalhava o dia inteiro a ansiar a altura de ir para as aulas. E era um aluno exemplar, bebia toda a matéria e nem precisava de estudar em casa (nem podia, porque tinha outras responsabilidades). Depois tirou-me da escola novamente, só porque estava a ler um livro e não tinha ido fazer o que me pediu logo de seguida. Tive que esperar completar os 21 anos para poder sair de casa e só, trabalhei para pagar as necessidades da vida e os meus estudos. Comecei o 10º ano aos 22. Entrei á primeira na Universidade pública com 25 anos. Não foi a minha primeira opção porque o curso que queria só existia num Instituto privado e eu não ganhava o que chegasse para o pagar. Mas “Deus compadeceu-se" e 3 anos mais tarde, uma tia pagou-me as mensalidades do curso que mais gostava. Aos 34 tinha o canudo e um vazio. Cheguei á conclusão que afinal a minha mãe tinha razão. A escola realmente não ensina para a vida. O sistema de ensino forma cordeiros sem autonomia, não ensina a pensar, não dá liberdade para criar.
Dou pontapés na gramática e faço contas devagar. Não sou uma pessoa erudita, não li quase livro nenhum. Não tenho uma carreira de sucesso, nem sou especialista a nada. Também não tenho preparação para viver nesta sociedade, pois o que a minha mãe me ensinou de nada me serve. Ser honesto, cívico, integro, leal e bondoso não é prática corrente. Seguir os ensinamentos de Jesus não é coerente. E para piorar não herdei a genialidade. E sou considerado um ser anormal por não ter tido um “percurso normal”.
Ave rara? Já não me importo de o ser.
A minha mãe já não está neste mundo, mas se tivesse, dir-lhe-ia OBRIGADO.
Por isso, com muitas lutas familiares, só fui para a escola quando os meus avós me inscreveram e eu, com sede de aprender, assumi a responsabilidade de ir. Tirou-me da escola aos 12 anos. Aos 16, já podia estudar á noite. Trabalhava o dia inteiro a ansiar a altura de ir para as aulas. E era um aluno exemplar, bebia toda a matéria e nem precisava de estudar em casa (nem podia, porque tinha outras responsabilidades). Depois tirou-me da escola novamente, só porque estava a ler um livro e não tinha ido fazer o que me pediu logo de seguida. Tive que esperar completar os 21 anos para poder sair de casa e só, trabalhei para pagar as necessidades da vida e os meus estudos. Comecei o 10º ano aos 22. Entrei á primeira na Universidade pública com 25 anos. Não foi a minha primeira opção porque o curso que queria só existia num Instituto privado e eu não ganhava o que chegasse para o pagar. Mas “Deus compadeceu-se" e 3 anos mais tarde, uma tia pagou-me as mensalidades do curso que mais gostava. Aos 34 tinha o canudo e um vazio. Cheguei á conclusão que afinal a minha mãe tinha razão. A escola realmente não ensina para a vida. O sistema de ensino forma cordeiros sem autonomia, não ensina a pensar, não dá liberdade para criar.
Dou pontapés na gramática e faço contas devagar. Não sou uma pessoa erudita, não li quase livro nenhum. Não tenho uma carreira de sucesso, nem sou especialista a nada. Também não tenho preparação para viver nesta sociedade, pois o que a minha mãe me ensinou de nada me serve. Ser honesto, cívico, integro, leal e bondoso não é prática corrente. Seguir os ensinamentos de Jesus não é coerente. E para piorar não herdei a genialidade. E sou considerado um ser anormal por não ter tido um “percurso normal”.
Ave rara? Já não me importo de o ser.
A minha mãe já não está neste mundo, mas se tivesse, dir-lhe-ia OBRIGADO.
21 janeiro 2010
Amor e Ódio
É o que sinto por este país.
Amor por esta terra linda, terra plantada virada para o oceano a contemplar o pôr-do-sol. Do verde Minho e das planícies douradas. O cheiro a pinheiros, a maresia, a alfarroba, a montanha com musgo. A comida, que delícia, o peixe assado com batatas e azeite. O vinho e o pão alentejano. A broa e a marmelada. O caldo verde. Os pastéis de nata.
E os meus amigos, os poetas e a RTP 2, o melhor canal do mundo (do mundo que conheço). A guitarra portuguesa, a história dos descobrimentos, a revolução dos cravos.
De resto, só ódio, ódio à mediocridade. Um povo que não comunica embora tenha os melhores telemóveis e internet. Dum povo que se comporta como o velho do Restelo, com escárnio o mal dizer. Provinciano. um povo que dá valor ao que brilha, que avalia por aquilo que temos e não por aquilo que somos. Povo sem ética, tudo a sacar, como que herança do saque das ricas colónias. Povo invejoso e mesquinho. Políticos de merda, corruptos como no 3º mundo, com discursos demagogos de democracia, o tráfego de influências, as cunhas e os tachos. Uma justiça lenta e injusta. Uma economia do crédito e do mau pagador. Gentes que não dão valor aos seus artistas, que para não morrerem de fome têm que vender a sua alma. E aqueles que não a vendem, morrem na obscuridade. Não fossem os brasileiros e não saberíamos quem era Fernando Pessoa, só para dar um exemplo.
Amo o meu país porque nasci aqui, odeio o meu país porque não me sinto em casa. Vagueio como um filho bastardo não assumido, renegado. Choro lágrimas de sal que jamais fertilizarão sementes.
Ó Portugal! Que cante o galo da nova aurora, pois as colónias já não são nossas e D. Sebastião não voltará para nos salvar.
Amor por esta terra linda, terra plantada virada para o oceano a contemplar o pôr-do-sol. Do verde Minho e das planícies douradas. O cheiro a pinheiros, a maresia, a alfarroba, a montanha com musgo. A comida, que delícia, o peixe assado com batatas e azeite. O vinho e o pão alentejano. A broa e a marmelada. O caldo verde. Os pastéis de nata.
E os meus amigos, os poetas e a RTP 2, o melhor canal do mundo (do mundo que conheço). A guitarra portuguesa, a história dos descobrimentos, a revolução dos cravos.
De resto, só ódio, ódio à mediocridade. Um povo que não comunica embora tenha os melhores telemóveis e internet. Dum povo que se comporta como o velho do Restelo, com escárnio o mal dizer. Provinciano. um povo que dá valor ao que brilha, que avalia por aquilo que temos e não por aquilo que somos. Povo sem ética, tudo a sacar, como que herança do saque das ricas colónias. Povo invejoso e mesquinho. Políticos de merda, corruptos como no 3º mundo, com discursos demagogos de democracia, o tráfego de influências, as cunhas e os tachos. Uma justiça lenta e injusta. Uma economia do crédito e do mau pagador. Gentes que não dão valor aos seus artistas, que para não morrerem de fome têm que vender a sua alma. E aqueles que não a vendem, morrem na obscuridade. Não fossem os brasileiros e não saberíamos quem era Fernando Pessoa, só para dar um exemplo.
Amo o meu país porque nasci aqui, odeio o meu país porque não me sinto em casa. Vagueio como um filho bastardo não assumido, renegado. Choro lágrimas de sal que jamais fertilizarão sementes.
Ó Portugal! Que cante o galo da nova aurora, pois as colónias já não são nossas e D. Sebastião não voltará para nos salvar.
03 janeiro 2010
“Os incomodados que se mudem?”
Cem anos depois, metade do povo português continua …”na mesma estagnada ignorância, na mesma sofredora passividade. Para ele, a liberdade, todos os direitos do homem, continuavam a consubstanciar-se nesta palavra – obedecer. Deram-lhe liberdade, oh! Fartaram-no de liberdade. Tão-somente não o ensinaram a estima-la e defende-la.”
O que fizeram com a liberdade do 25 Abril?
“…a unidade dos indivíduos colectivos depende da estreita sinergia entre os seus elementos. Em Portugal essa sinergia não existe: os elementos da sociedade portuguesa estão distanciados, secularmente distanciados:”
“O mal da sociedade portuguesa é apenas este – a desagregação da personalidade colectiva, o sentimento de interesse nacional abafado na confusão caótica dos sentimentos de interesse individual…a nossa vida política, económica e moral, não tem sido senão uma série lastimosa de actos de egoísmo individual impondo-se despoticamente ao egoísmo colectivo, ou interesse da nação, e subjugando-o.”
“Por seu lado, a minoria inteligente e honesta, umas vezes por credulidade e boa-fé, outras por desmazelo preguiçoso, ia-se deixando iludir por uma ficção de organização civilizada.”
“ Essa harmonia que parece reinar na engrenagem social portuguesa é uma harmonia toda fictícia. A nossa organização social é uma organização mentirosa, sem unidade, uma ficção de engrenagem civilizada, encobrindo a torpeza dum parasitismo desenfreado e imprudente.”
Manuel Laranjeira escreveu estas considerações em “O Pessimismo Nacional” há cerca de 100 anos.
Falava em 4/5 da população analfabeta. De uma pequena “... elite pensadora e civilizada” e uma outra “parte da sociedade portuguesa, constituída por quadrilhas messiânicas,”… que “… instalava-se parasitariamente no corpo da nação, aproveitando-se da obediência cega, animal, da maioria ignorante, domada e escrava, e ao mesmo tempo da passividade e desleixo nessa minoria activa”.
Cem anos passados e a sociedade portuguesa continua tricéfala, com uma ligeira mudança nos números. Podemos dizer que a composição social actual é composta por 60% de ignorantes (mesmo com cursos superiores), 30% “esclarecidos” e 7% de uma classe corrupta de braços dados com a classe política, igualmente corrupta. Os outros 3% deixo para as excepções.
Só que os 7% controlam as máquinas capitalista e do Estado Soberano e usam mais de 80% do capital e património. E para piorar, este dois compactuam e beneficiam-se um ao outro. São muito amigos.
Continua a ficção de organização civilizada, agora, engenhosamente assente na ilusão de segurança, dos créditos e seguros, que escravizam o povo e fomentam a cobiça. A Igreja caquéctica é substituída pelas catedrais do futebol e pelas produções novelescas de Hollywood e da rede Globo.
Entorpecidos que estão, a viver uma vida centrada no ter, em vez do ser. No ter individual, em vez do ser colectivo.
Por debaixo do véu da democracia, Portugal pouco evoluiu nos últimos cem anos.
Os factos confirmam.
“Quanto à minoria ilustrada, como não há-de ela ser pessimista, se se sente isolada, inutilizada, nesta atmosfera de ignorância? Se sente triunfar apenas a escória mental e moral da raça portuguesa?”
Sendo parte dessa minoria inteligente, honesta e de boa-fé (e sem capital), o que me mói, o que realmente me mói, é a questão de sempre: o que posso fazer para contribuir para a mudança deste cenário tétrico?
Claro que não tenho a ilusão de mudar a sociedade portuguesa, mas plantar, nestas terras lusitanas, umas sementes de clarividência, discernimento, empreendedorismo, atitude positiva, autonomia, responsabilidade e amor.
Senão, vou mesmo ter que emigrar… para algum lugar em que possa ter a oportunidade de ser útil.
O que fizeram com a liberdade do 25 Abril?
“…a unidade dos indivíduos colectivos depende da estreita sinergia entre os seus elementos. Em Portugal essa sinergia não existe: os elementos da sociedade portuguesa estão distanciados, secularmente distanciados:”
“O mal da sociedade portuguesa é apenas este – a desagregação da personalidade colectiva, o sentimento de interesse nacional abafado na confusão caótica dos sentimentos de interesse individual…a nossa vida política, económica e moral, não tem sido senão uma série lastimosa de actos de egoísmo individual impondo-se despoticamente ao egoísmo colectivo, ou interesse da nação, e subjugando-o.”
“Por seu lado, a minoria inteligente e honesta, umas vezes por credulidade e boa-fé, outras por desmazelo preguiçoso, ia-se deixando iludir por uma ficção de organização civilizada.”
“ Essa harmonia que parece reinar na engrenagem social portuguesa é uma harmonia toda fictícia. A nossa organização social é uma organização mentirosa, sem unidade, uma ficção de engrenagem civilizada, encobrindo a torpeza dum parasitismo desenfreado e imprudente.”
Manuel Laranjeira escreveu estas considerações em “O Pessimismo Nacional” há cerca de 100 anos.
Falava em 4/5 da população analfabeta. De uma pequena “... elite pensadora e civilizada” e uma outra “parte da sociedade portuguesa, constituída por quadrilhas messiânicas,”… que “… instalava-se parasitariamente no corpo da nação, aproveitando-se da obediência cega, animal, da maioria ignorante, domada e escrava, e ao mesmo tempo da passividade e desleixo nessa minoria activa”.
Cem anos passados e a sociedade portuguesa continua tricéfala, com uma ligeira mudança nos números. Podemos dizer que a composição social actual é composta por 60% de ignorantes (mesmo com cursos superiores), 30% “esclarecidos” e 7% de uma classe corrupta de braços dados com a classe política, igualmente corrupta. Os outros 3% deixo para as excepções.
Só que os 7% controlam as máquinas capitalista e do Estado Soberano e usam mais de 80% do capital e património. E para piorar, este dois compactuam e beneficiam-se um ao outro. São muito amigos.
Continua a ficção de organização civilizada, agora, engenhosamente assente na ilusão de segurança, dos créditos e seguros, que escravizam o povo e fomentam a cobiça. A Igreja caquéctica é substituída pelas catedrais do futebol e pelas produções novelescas de Hollywood e da rede Globo.
Entorpecidos que estão, a viver uma vida centrada no ter, em vez do ser. No ter individual, em vez do ser colectivo.
Por debaixo do véu da democracia, Portugal pouco evoluiu nos últimos cem anos.
Os factos confirmam.
“Quanto à minoria ilustrada, como não há-de ela ser pessimista, se se sente isolada, inutilizada, nesta atmosfera de ignorância? Se sente triunfar apenas a escória mental e moral da raça portuguesa?”
Sendo parte dessa minoria inteligente, honesta e de boa-fé (e sem capital), o que me mói, o que realmente me mói, é a questão de sempre: o que posso fazer para contribuir para a mudança deste cenário tétrico?
Claro que não tenho a ilusão de mudar a sociedade portuguesa, mas plantar, nestas terras lusitanas, umas sementes de clarividência, discernimento, empreendedorismo, atitude positiva, autonomia, responsabilidade e amor.
Senão, vou mesmo ter que emigrar… para algum lugar em que possa ter a oportunidade de ser útil.
Subscrever:
Mensagens (Atom)