29 novembro 2011

Mentira

"mentira lo que dice
mentira lo que da
mentira lo que hace
mentira lo que va
(la mentira….)

mentira la mentira
mentira la verdad
mentira lo que cuece
bajo la oscuridad
(mentira, mentira, la mentira…)
mentira el amor
mentira el sabor
mentira la que manda
mentira comanda

(mentira, mentira, la mentira…)

mentira la tristeza
cuando empieza
mentira no se va
(mentira, mentira, la mentira…)
mentira no se borra
mentira no se olvida
mentira, la mentira

mentira cuando llega
mentira nunca se va
mentira la mentira
mentira la verdad...

todo es mentira en este mundo
todo es mentira la verdad
todo es mentira yo me digo
todo es mentira ¿por que sera?


(mentira, mentira, la mentira…)"


Manu Chao

27 novembro 2011

Desintegrados

Em Portugal não existe espírito coletivo, ou melhor, até existe, para o Futebol, os Santos Populares e os Festivais.

Já não se canta o fado de corpo e alma

No dia 24 de Novembro de 2011, dia de Greve Geral, acordei cedo, trabalhei 4h e às 14h fui para o Marquês de Pombal juntar-me ao povo que sou. Como observador activo fui testemunhar a história de Portugal. A luta dos trabalhadores, estudantes e indignados por um sistema mais justo.
Que história triste, tanto zombie, tanta estupidez e ignorância. Não houve união, os grevistas não se juntaram aos estudantes, indignados e a um punhado de apoiantes bem-intencionados (“categoria” em que me incluía).

Foi um movimento enfraquecido pelos interesses individuais e não potenciado por objectivos colectivos, a prova disso, os trabalhadores de diferentes categorias fraccionaram-se por grupos, todos movidos, simplesmente, pelos seus interesses pessoais. Nem têm a mínima consciência de que é através do colectivo que nos podemos desenvolver e florir como seres individuais, não ao contrário.

Falava-se muito de Liberdade, os líricos relembram sempre a Revolução dos Cravos.

Liberdade, ahahahahahhahah, que otários, sabem lá o que isso é? Pensam que vivem numa democracia, coitados, são escravos das leis do Estado, das leis do capitalismo, da sua ignorância e preguiça, e as únicas oportunidades de materializar o seu poder, exercer os seus direitos consagrados na Instituição, o direito ao voto e o direito à manifestação pública, são usados em vão ou completamente desperdiçados. Quando é hora de votar estão na praia, quando é hora para se manifestar, não se organizam com espírito de união ou aproveitam o mote da greve para não ir trabalhar e curtir mais um feriadito para ir almoçar fora (o restaurante do meu amigo à beira mar estava a abarrotar).

Para um povo medíocre, um governo medíocre, estão feitos um para o outro. Um povo sem consciência do colectivo, sem noção da responsabilidade que a liberdade acarreta, é um povo fraco. Um povo sem cultura de mérito, disciplina, empenho e sentido de união, é um povo sem força. Um povo em águas de bacalhau.

Emoções marcantes; passar os sinais vermelhos na avenida da Liberdade e uma dor no peito provocada pela desilusão.

23 novembro 2011

Should I stay or should I go

Os meus bisavós, avós, pais, tios, primos e amigos foram ou são emigrantes. Casei com um. Eu fui outro. Com esta herança só tenho vontade de voltar a partir.

Estou neste limbo há anos. Se fico ou se vou. Já fui e voltei. Mas agora já não sei se volto a ir ou se fico para que a terra que me pariu não fique estéril de gente com mente e coração, com consciência e integridade. Gente boa, como eu.

Por outro lado, o espírito aventureiro, o ímpeto da peregrinação está-me nos genes e no nome. Sinto-me do mundo.

Mas a minha terra, será sempre a minha terra, por pior que seja, há uma ligação que se sente nas entranhas, uma ligação histórica, cultural, conceptual, emocional, simbólica, espiritual.

Gostava de me abstrair, mas não consigo habituar-me à mediocridade entranhada nas rotinas inconscientes e obsoletas de muitas gentes do meu país. Temo a contaminação. Para mim tem que haver mais vontade, dedicação e mérito, mais ética e consciência colectiva. Preciso de ter oportunidade para realizar, todos os dias, a acção de contribuir, quanto mais não seja, simplesmente, pelo trabalho, reciclar o lixo ou fazer companhia a um idoso no comboio. Por outro lado, sem oportunidades, com a acção abafada pela estupidez, o provincianismo, a injustiça, o preconceito e a pobreza de espírito, fica difícil vingar.

O que posso fazer por ti, meu país?

País invadido pela peste da ganância e do deboche, onde as suas poucas riquezas naturais foram trocadas pelo progresso e agora estão ao Deus dará, onde os seus recursos humanos ou fogem, ou parasitam ou se conformam refugiando-se nas suas zonas de conforto.

Como posso continuar aqui e fazer por mim para ti, meu Portugal?

22 novembro 2011

Trocar a espada pela varinha mágica

“Uma das coisas importantes da não-violência é que não procura destruir a pessoa, mas transforma-la.”


Martin Luther King

17 novembro 2011

Processo de aprendizagem

“Experience is what you get when you didn’t get what you wanted”


Randy Pausch

Déjà Vu

Há 14 anos o meu 1º amor mudou-se de país, deixando-me para trás.
Há 3 anos o meu 2º amor mudou-se de país, deixando-me para trás.
Há 2 anos o meu 1º amor voltou preparado para me amar e não lhe prestei atenção porque estava à espera que o 2º amor voltasse.
Há uns meses o meu 2º amor voltou para me experimentar, mas não ficou, deixando-me novamente para trás.
Há uns dias o meu 1º amor voltou a contactar a dizer que ia mudar de país e se eu queria ir com ele.

O que é esta merda?!?

14 novembro 2011

Faz a diferença!

"Se pensas que és muito pequeno para fazer a diferença, tenta dormir num quarto fechado com um mosquito."

Provérbio Africano

04 novembro 2011

Baptismo

Quero tirar estas roupas. Despir-me de tudo. Ficar nua sem frio nem pudor e lavar-me na chuva.

Super homem

Depois de uma “partida que a vida me pregou” começo a pôr muita coisa em causa. Já nem sei se foi, se não foi. Ou porquê e para que foi. Muitas convicções desfazem-se como castelos de areia, tudo por terra, estaca zero.

Mas se passo a relativizar tudo o que não consigo compreender corro o risco de me perder num oceano de incertezas ou de vaguear num deserto sem rumo, sem caminho definido. Estas dúvidas talvez sejam resultado da minha resistência à mudança de atitude perante a vida. Passar de um ego cheio de convicções para um espírito livre de conceitos, preconceitos e crenças e com capacidade para ultrapassar o relativo, a ausência da verdade. Serei eu capaz de superar a dualidade entre verdadeiro - falso, certo - errado, lindo - feio, bom - mau, emoção - razão?

Para que serve a verdade? Para nada, nunca podemos saber o que  realmente é verdadeiro, são tudo formas de interpretar e estar na vida. Diferentes parcelas de verdade. Somos todos seres inacabados e relativos a almejar verdades que toldam os espíritos. Ao Homem não é permitido acesso à verdade.

Será que vamos conseguir sobreviver livres de verdades sem nos sentirmos perdidos?

Se quisermos...

"More than this"

"i woke up and the world outside was dark
all so quiet before the dawn
opened up the door and walked outside
the ground was cold
i walked until i couldn't walk any more
to a place i'd never been
there was something stirring in the air
in front of me, i could see

more than this
more than this
so much more than this
there is something else there
when all that you had has all gone
and more than this
i stand
feeling so connected
and i'm all there
right next to you

it started when i saw the ship go down
i saw them struggle in the sea
and suddenly the picture disappears
in front of me

now we're busy making all our busy plans
on foundations built to last
but nothing fades as fast as the future
and nothing clings like the past, until we can see
more than this
more than this

so much more than this
there is something out there
more than this
it's coming through
and more than this
i stand alone and so connected
and i'm all there
right next to you
oh then it's alright
when with every day another bit falls away
oh but its still alright, alright, alright
and like words together we can make some sense

much more than this
way beyond imagination
much more than this
beyond the stars
with my head so full
so full of fractured pictures
and i'm all there
right next to you
so much more than this
there is something else there
when all that you had has all gone
and more than this
i'm alone
feeling so connected
and i'm all there right next to you

more than this
more than this
more than this
more than this"

Peter Gabriel