“Ele estava á janela a pensar que tinha que tomar um rumo. Decidir qual o caminho a seguir. Há meses que matutava para encontrar uma forma de se libertar da incerteza, apostar em algo concreto, acreditar e ir. Ir em frente, sem hesitação.
Tinha elegido 3 possíveis rumos. 3 Projectos de vida.
Mergulhar nas profundezas do mundo. Envolver-se em projectos de Empreendedorismo Social nos países do 3º mundo. Era este o projecto preferido. Mas também tinha um senão, levar a família atrás? Porque não? Importa saber se eles querem/podem ir.
O rumo mais difícil, mas não impossível, e por isso elegeu-o, era seguir uma carreira diplomática. Poderia praticar o bem (relações internacionais de paz, justiça social) discretamente e com as “costas quentes”. Até porque nem seria tão perigoso para a família. Mas, não tinha “estudos” para isso…
Desistir de tentar salvar o mundo e tornar-se num lobo dos montes. Ir viver para o Alentejo, ter um trabalho simples, nada de políticas, plantar couves, cebolas, salsa, cenouras, alfaces, morangos e ter laranjeiras, oliveiras e marmeleiros. Ficar com a família numa vida modesta. Mas pensava: “Ficaria o peso de consciência por não ter feito mais nada para além de mim?”
Vai á janela, com um sentir vazio, tão vazio que não há lugar para a ansiedade. Continua na corda bamba, em cima do muro, com a sensação de ser sem sentido, sem rumo.”
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