10 agosto 2017

Paraíso assombrado por animais humanos porcos, feios e maus.

Não gosto de carne. Só a consigo comer disfarçada de temperos e combinada com outros alimentos que lhe escondam o sabor. Talvez por ter ficado mais 20 anos sem a consumir.

Mas realmente o que não gosto é de comer animais tristes, escravos, doentes, com dor e medo.

Ás vezes como carne de cabra velha que viveu livre a comer ervas, ou de um veado livre e belo caçado por uma bala súbita, ou de um robalo pescado à linha, ou de um grande frango malcheiroso criado ao ar livre.

A vida é sagrada.
Quando se mata e come um animal é um acto sagrado de gratidão pela partilha de energia.
Assim como é quando se comem tomates, maçãs, trigo, alface e algas.
Assim como também é quando se planta e corta uma árvore.
O ar e a água são sagrados, assim como o relâmpago e o vulcão.

Mas quase todos os animais humanos ignoram o sagrado, o paraíso. Esqueceram-se? Ou ainda não acordaram?

Por isso consumo cada vez menos animais criados e mortos por humanos ignorantes.

Por isso tenho um jardim com plantas comestíveis e uns contactos  de produção biológica, para evitar consumir plantas escravizadas, intoxicadas e tristes.

Por isso também evito consumir as químicas dos humanos porcos, feios e maus, como pastas de dentes com flúor, salsishas enlatadas, analgésicos e refrigerantes.

Até os musculados salmãos são enjaulados e drogados com calmantes para não enlouquecerem por não poderem completar o ciclo sagrado de subir o rio, alimentar os ursos, deixar os seus ovos em lugar seguro para depois morrer, certamente com sentimento de missão cumprida.

Parte do meu corpo sagrado está intoxicado de dor e de químicos.
Mas a maior parte do sagrado de mim está a vibrar com o pulsar da vida, mesmo sendo um animal humano intoxicado a viver num paraíso assombrado pela maldade e a morte.

Será que o bacalhau também é “curado” com sal marinho refinado?

Chiça! Vou ter que deixar de comer bacalhau?