27 julho 2010

Partilha

Li num blog que costumo seguir, que renunciando ou aceitando a eternidade sobra sempre a banalidade. Esta asserção deixou-me a pensar… não a contesto totalmente, mas falta algo, algo que conheço, algo que supera a aceitação, a aceitação da razão resignada.
E vivo a eternidade. E a tal da banalidade irritante que nos rodeia, não passa de banalidade que existe apartada do meu ser.

Também eu às vezes mergulho nela, na banal experiência do mundo, mas esse participar não afecta a minha experiencia do eterno, porque quando se vive nessa experiência, a banalidade não passa de mais um simples expressar da limitação humana, que perecerá, que cairá no esquecimento da própria eternidade.

Já tentei construir uma analogia materialista sobre a eternidade, para a poder partilhar e contribuir para o enriquecimento da vida banal que andam a viver a maioria dos humanos, porque desejo, do “fundo do meu coração eterno”, que mais a possam vivenciar, mas não tenho tido muito sucesso. Tenho dificuldades em expressar este sentimento de eternidade, aliás, nem sei se é sentimento, se é pensamento, se instinto, se fé, o certo é que o vivo, respiro e vibro.

No fundo não existem palavras, nem imagens que o possam descrever, este sentir.
Mas este sentir, ou seja lá o que for, é algo intrínseco, não existe lugar para lutas entre certezas e dúvidas, não existe lugar para a razão empírica e a abstracta, não existe lugar para a crença banal de querer acreditar em algo para se sentir mais seguro, é simplesmente. Impossível definir.

Mas usando as palavras banais dos humanos, viver na eternidade é uma “coisa” maravilhosa.

E que se **** a banalidade!

1 comentário:

Nuno Lebreiro disse...

O eterno, não deixando de ser maravilhoso, porque sempre esteve, está e estará não poderá deixar de ser algo banal, no sentido de que será algo que sempre nos acompanha, sempre nos rodeia, que é um pano de fundo constante. Banal, como constante. Nesta concepção, o reconhecimento do banal não poderá deixar de significar a partilha do eterno, portanto do maravilhoso porque só quem reconhece - aceita - pode partilhar.