27 dezembro 2013

Como quero


"I wanna be your Ford Cortina
I won't ever rust"

Arctic Monkeys

23 dezembro 2013

Reencontro III

Agora compreendo porque odeio o Império Romano. Mas esse ódio morrerá finalmente porque voltei nesta época para testemunhar o início da sua queda.

Reencontro II

Se a reencarnação existe, andei por aí, porque há reminiscências. Não sei ao certo por onde a minha alma andou, mas nesta vida sinto-me Lusitano novamente.  Também me identifico com o Japão, quando lá estive tive a clara sensação de que já lá tinha estado. E o Chile? Há algo ali que me chama. Os templários movem-me o espírito. Admiro os judeus e dizem os entendido que tenho um nariz de um.  Mas o que foi, foi, e não sei se foi e o que foi. Mas o que sou agora, sou daqui, da Lusitânia. 

22 dezembro 2013

Reencontro

Andava à deriva. Não sabia de que terra era. Se voltava a emigrar. Mas havia um chamamento desta terra. Certo dia encontro o livro “Viriato” e senti um ardor no peito, um reviver da memória do DNA, um reconhecimento, uma epifania. Não sou Celta, nem Visigodo, nem Romano, nem Mouro, nem da Borgonha. Agora sei, sou Lusitano.

21 dezembro 2013

Oleiro


Quando nasci o meu pai tinha 21 anos. Tive sorte por ter tido um pai jovem, culto, atencioso e cheio de vigor durante a minha infância. Um burguês com acesso à cultura nos anos 60 e 70 do séc. XIX em Portugal era um luxo. Nasci naquele meio, meio privilegiado e protegido da ditadura e neutro na revolução. Cresci a ouvir as músicas do meu pai e a única escapadela consentida foram os U2 nos anos 80 em que tive a sorte de os conhecer no início da sua carreira, cheios de garra e inocência no festival de Vilar de Mouros.

Fiquei anos sem ouvir aquelas músicas do meu pai, a descobrir novas sonoridades, a seguir o meu caminho, a acompanhar os U2 nas décadas seguintes. Hoje, quando volto a ouvir as músicas da minha infância, sinto uma sensação estranha, é como se as músicas não fossem só dele mas minhas também, estão entranhadas.

Será que a música molda a nossa personalidade? Acho que sim. Mas não sei bem o que ela me fez...soa a ser estranho.

20 dezembro 2013

Ode ao vinho

Dizem os Romanos In vino, veritas . É uma das poucas “verdades” deste povo que partilho. Bebo e soltam-se as amarras, as amarras das convenções e sou eu, meia tonta, mas genuína, a sorrir, a dançar, a distribuir beijos e abraços. Há aqueles que têm maus vinhos, que pena, coitados, os seus monstros soltam-se e expressam-se medonhos, decadentes.  

Que se danem os conturbados. Eu sou linda, sóbria mesmo embriagada, cheia de alegria e fé. Não há vinho que me derrube. Mesmo que adormeça, acordo num novo dia imaculado, umas vezes com dores de cabeça, outras de lábios roxos, mas nunca corrompida.  

04 dezembro 2013

Phénix Portugal


Assisto com assombro à decadência do meu país. Desmoronam-se os valores, abandona-se a ética, delapidam-se as riquezas, esvai-se a esperança coletiva e impera a mediocridade, o fatalismo e a preguiça.

Mas se esta decadência for o mote para o Renascimento do Quinto Império, que assim seja, que cá estarei para renascer também.