27 julho 2010

Partilha

Li num blog que costumo seguir, que renunciando ou aceitando a eternidade sobra sempre a banalidade. Esta asserção deixou-me a pensar… não a contesto totalmente, mas falta algo, algo que conheço, algo que supera a aceitação, a aceitação da razão resignada.
E vivo a eternidade. E a tal da banalidade irritante que nos rodeia, não passa de banalidade que existe apartada do meu ser.

Também eu às vezes mergulho nela, na banal experiência do mundo, mas esse participar não afecta a minha experiencia do eterno, porque quando se vive nessa experiência, a banalidade não passa de mais um simples expressar da limitação humana, que perecerá, que cairá no esquecimento da própria eternidade.

Já tentei construir uma analogia materialista sobre a eternidade, para a poder partilhar e contribuir para o enriquecimento da vida banal que andam a viver a maioria dos humanos, porque desejo, do “fundo do meu coração eterno”, que mais a possam vivenciar, mas não tenho tido muito sucesso. Tenho dificuldades em expressar este sentimento de eternidade, aliás, nem sei se é sentimento, se é pensamento, se instinto, se fé, o certo é que o vivo, respiro e vibro.

No fundo não existem palavras, nem imagens que o possam descrever, este sentir.
Mas este sentir, ou seja lá o que for, é algo intrínseco, não existe lugar para lutas entre certezas e dúvidas, não existe lugar para a razão empírica e a abstracta, não existe lugar para a crença banal de querer acreditar em algo para se sentir mais seguro, é simplesmente. Impossível definir.

Mas usando as palavras banais dos humanos, viver na eternidade é uma “coisa” maravilhosa.

E que se **** a banalidade!

14 julho 2010

Interessante

Li algures que a Deusa do Amor – Vénus – e o Deus da Guerra – Marte - tiveram um filho, o Deus do Medo. Quem diria!
É exactamente nestas duas circunstâncias em que costumamos ter medo, medo de amar e medo de morrer.

05 julho 2010

Conversa da tasca

- Aahhh! Pessimista, eu?

- Sim, só porque foi e ainda é, não quer dizer que assim continuará.

- Eu sou é realista e tu um sonhador.

- Pois sim, sou aquele que é optimista e acredita que em toda a obra do homem, o objectivo é o melhoramento;

- Sim , nisso concordo, agora as armas são mais eficazes, matam milhares de uma vez,

- Não percebes e eu não consigo explicar-te…

- Pois, porque a realidade é esta, a humanidade é uma merda, sempre foi, não leste o livros de história, não vives neste mundo?

- Talvez não viva porque não me identifico com ele, como foi e está agora, mas lá para a frente, no mistério do futuro, ninguém sabe, e por não sabermos, nem eu , nem tu, nem ninguém pode dizer que vai ser igual ao que sempre foi.

- Lá estás tu com as tuas filosofias, é simples, é da natureza humana, não te iludas, esta é a realidade.

- Para ti, que não consegues ver outra, criar e realizar outra realidade… afinal, a realidade és tu que a crias.

- anyway, não te safas com esses argumentos da pomba da paz, da chama da esperança, deixas-me doente.

- A doença és tu que a crias, só estás doente porque assim o desejas.

- Já me estás a irritar com esta conversa, deixa-te de balelas e vamos engatar umas garinas.

- Refúgio bom, as garinas, bora lá.

Letra de Palma

"O tempo não sabe nada, o tempo não tem razão
O tempo nunca existiu, o tempo é nossa invenção
Se abandonarmos as horas não nos sentimos sós
Meu amor, o tempo somos nós
O espaço tem o volume da imaginação
Além do nosso horizonte existe outra dimensão
O espaço foi construído sem princípio nem fim
Meu amor, tu cabes dentro de mim
O meu tesouro és tu
Eternamente tu
Não há passos divergentes para quem se quer
Encontrar
A nossa história começa na total escuridão
Onde o mistério ultrapassa a nossa compreensão
A nossa história é o esforço para alcançar a luz
Meu amor, o impossível seduz
O meu tesouro és tu
Eternamente tu
Não há passos divergentes para quem se quer
Encontrar"


Jorge Palma

03 julho 2010

Ode ao povo da zona actual da Alemanha

Depois de ter visto um jogo de futebol em que a equipa da Alemanha alcançou resultados extraordinários com o seu jogo consertado, coeso, planeado, pus-me a pensar no importante papel que a Alemanha tem no processo de “reconstrução” da comunidade europeia.

Outrora a Alemanha que instaurou uma guerra terrível e aniquilou milhares de inocentes, acto que até hoje ecoa na memória colectiva do mundo.
Hoje uma Alemanha potência, com uma equipa de futebol focada e talvez, a “salvadora” da Europa. Salvadora num sentido simbólico, salvadora como responsabilidade moral de retribuir à Europa por um erro do passado.
Uma oportunidade de se redimir, legar ao esquecimento o movimento Nazi.
Uma nação perdoada, um povo liberto!
Porque bom, no sentido de excelência, já ele é.