25 novembro 2017

Quem és tu?

Quem sou eu?
Gosto tanto de mim  e nem sei porquê
Gosto muito de mim, sou gira e louca
Gosto dos meus diálogos internos, da minha companhia
Gosto do mar, surf, tatuagens e Jesus
De física, poesia e dos Red Hot
De Bethoven, Miles e da Frida e ás vezes nem sei bem quem sou
Como me definir,
Sou natureza, sou sexual, sou uma feminina tosca
Desengonçada em saltos altos que não sabe pintar as unhas nem colocar um eyeliner
Gosto de cozinhar e comer
E de sexo, com amor, e romance e tesão
Sou  franca e honesta e leal, omito mas depois conto tudo
Choro com filmes de romances e anúncios com bébés
Custa mas acabo por admitir
Sou tão gira, risonha e naif
Querida  bruta, acultilante e amiga da ironia
Nem sempre sei quem sou, não me defino por aquilo que faço, ou se calhar defino, não sei
Nem sempre sei o que que faço, pois o que faço nem sempre tem título, é uma mistura de ternura e descoberta e aventura, e ruptura, mas enquanto faço, faço o meu melhor.
Arisca, frágil, prefiro subir a montanha a misturar-me com o rebanho
Não por me sentir superior, mas por me sentir longe da vibração comum
A vibração da materialidade, das certezas, dos partidos, dos clubes de futebol, da pátria, da fama
Acima das nuvens a sonhar por um mundo melhor
Aquele mundo que Deus fez, com o sol a brilhar e a pintar céus

Em que todos andamos livres, com corações alegres e mentes em paz

09 novembro 2017

Chain

O que foi nunca mais será e o que será nunca será como foi

A vida é assim, rica.

Pobres são os que se fecham à dança.

15 outubro 2017

Sim...


“Take a lover who looks at you like maybe you are magic.”


 Marty McConnel (about Frida Kahlo)

27 setembro 2017

Baroque Pop


Fui adolescente nos anos 80 e detestava quase toda a música dessa época. Não apreciava os folhos e os cabelos emproados.
Mas a Kate Bush é uma diva intemporal.
A Tina é a Rainha do Rock
E a Kate a Princesa do Pop
Para mim, claro

20 setembro 2017

Adoro!

"Quando dois mestres se encontram – mestres do seu ser, da sua solidão – a felicidade não é apenas acrescentada: é multiplicada."
Osho

16 setembro 2017

Síndrome de Estocolmo


Dizem alguns que me conhecem que tenho Síndrome de Estocolmo.
Começou com a minha mãe, as imposições dela toldaram a minha liberdade, afastou-me da escola para servir a família.
O padrão repetiu-se com as relações de amizade e amorosas um tanto opressivas, terminando num casamento  tirano e violento, tanto a nível psicológico como físico.
Durante anos estive no limbo entre o ressentimento, a revolta, o sentimento de impotência, a vitimização por um lado e o sentido de missão em servir a família e o próximo e o espírito de liberdade por outro.
Depois destas experiências, descobri que sou livre, livre de escolher o sentido de missão e o espírito de liberdade. O que está à minha volta deixa de ter força,  já não me perturba, escolhi cultivar um carácter humilde e meigo,  o perdão, a solidariedade, a aceitação serena em relação ao que não posso mudar, a apoiar os mais fracos (pois quem oprime está oprimido) e a colher da experiência as coisas úteis, como o espírito de sacrifício, a vontade de estudar, a força de quem resiste às tempestades, a determinação em construir uma vida bela, como se de um oásis se tratasse no meio da miséria, doença e violência.
Claro que perdoo e amo a minha mãe
Claro que perdoo e amo o pai dos meus filhos
A alegria interior é tão mais bela que a mágoa raivosa e frustrada.
Não tenho Síndrome de Estocolmo, não sou uma vítima de maus tratos que compactua com o opressor.
Sou uma alma livre, risonha e linda,
mas muitos não me compreendem, são de opinião que devia contra-atacar, esfolar, prender.
Da última vez que uma prima médica me diagnosticou o tal síndrome, pensei: quiçá tenho é um Síndrome de Seychelles, uma espécie de disfunção que sente a vida mais bela do que de facto ela é.

14 setembro 2017

Nice and slow, go with the flow

Andei a tirar umas fotografias e a testar uns filtros e mergulhei numa reflexão sobre envelhecer. Os papos debaixo dos olhos, as rugas revelam um corpo que já cá anda a algum tempo. A mente, bombardeada pelo mundo dos belos e jovens, demora a ver o corpo a mudar, ou quiçá, uma resistência insconsciente para não ver o óbvio. É parecido com a adolescência, o corpo muda e não se sabe muito bem como é estar naquela pele. Nesta relação de corpo maduro e experiência de vida, o corpo é arrastado pela beleza de ser maduro, uma maturidade alegre e agradecida que vê nas fotografias uma menina com brilho no olhar e com sorriso genuíno. A alma não tem idade e para a mente o tempo é relativo, pois tanto pode viajar pelo passado, presente ou pelo futuro, o corpo é mutante e finito, tem um tempo para funcionar. Daí o corpo poder apresentar-se uma ameaça à alma e à mente e gerar tormento àqueles que envelhecem.

Resta o coração, o que diz o meu coração é que me adoro independentemente do corpo, e esse amor transborda pelo corpo acabando por o amar também.  É tão bom estar comigo, brincar comigo, conversar comigo, envelhecer comigo.

10 agosto 2017

Paraíso assombrado por animais humanos porcos, feios e maus.

Não gosto de carne. Só a consigo comer disfarçada de temperos e combinada com outros alimentos que lhe escondam o sabor. Talvez por ter ficado mais 20 anos sem a consumir.

Mas realmente o que não gosto é de comer animais tristes, escravos, doentes, com dor e medo.

Ás vezes como carne de cabra velha que viveu livre a comer ervas, ou de um veado livre e belo caçado por uma bala súbita, ou de um robalo pescado à linha, ou de um grande frango malcheiroso criado ao ar livre.

A vida é sagrada.
Quando se mata e come um animal é um acto sagrado de gratidão pela partilha de energia.
Assim como é quando se comem tomates, maçãs, trigo, alface e algas.
Assim como também é quando se planta e corta uma árvore.
O ar e a água são sagrados, assim como o relâmpago e o vulcão.

Mas quase todos os animais humanos ignoram o sagrado, o paraíso. Esqueceram-se? Ou ainda não acordaram?

Por isso consumo cada vez menos animais criados e mortos por humanos ignorantes.

Por isso tenho um jardim com plantas comestíveis e uns contactos  de produção biológica, para evitar consumir plantas escravizadas, intoxicadas e tristes.

Por isso também evito consumir as químicas dos humanos porcos, feios e maus, como pastas de dentes com flúor, salsishas enlatadas, analgésicos e refrigerantes.

Até os musculados salmãos são enjaulados e drogados com calmantes para não enlouquecerem por não poderem completar o ciclo sagrado de subir o rio, alimentar os ursos, deixar os seus ovos em lugar seguro para depois morrer, certamente com sentimento de missão cumprida.

Parte do meu corpo sagrado está intoxicado de dor e de químicos.
Mas a maior parte do sagrado de mim está a vibrar com o pulsar da vida, mesmo sendo um animal humano intoxicado a viver num paraíso assombrado pela maldade e a morte.

Será que o bacalhau também é “curado” com sal marinho refinado?

Chiça! Vou ter que deixar de comer bacalhau?

29 julho 2017

Monólogo sobre vaginas

Não paro de me surpreender com a criatividade humana.
Uns criam automóveis, outros sapatos e roupas, outros criam vaginas.
Confesso que nunca pensei que pudesse chegar a ser moda fazer cirurgias às vaginas.
Como é uma vagina bonita?
Rosa, castanha clara, castanha escura ou vermelha?
Com lábios grossos, finos, longos ou curtos?
Com o clítoris escondido, pequeno, avantajado ou a florir por entre os lábios...
Com pêlos, lisos, aos caracóis, loiros, ruivos, sem pêlos, com pêlos em forma de coração?
Não sei.
Como é um pénis bonito?
Para mim, que sou mulher, um pénis bonito é um pénis que me dê prazer, seja grande (não muito grande, por favor), pequeno, com pêlos, sem pêlos, torto, mais fino ou mais grosso, com a cabeça grande ou pequena, roxa, azul, rosa ou vermelha.
Será que a minha vagina é bonita?
Sei lá eu se é bonita, eu gosto dela, com pêlos e sem pêlos, com a cicatriz que o sistema moderno do bisturi me fez durante os meus partos. 
Que estranho... mamas, rostos, barrigas, nádegas e agora vaginas.
Que estranha moda, que estranho ideal, que estranha criatividade.
Serei eu estranha por amar a minha vagina?
Serei eu estranha por estar a perder o conteúdo das mamas e nádegas que declinam lentamente como um balão que vai perdendo o ar e apreciar com ternura o meu corpo refletido no espelho?
Serei eu estranha por achar que as minhas rugas são sinal de vida vivida a rir e a chorar?
Perfeição, boneca cheirosa, a rebolar sobre saltos, delgada de bunda estufada, vagina rosa sem pêlos, eterna menina, menina com medo, menina de beicinho a precisar de atenção.

A criatividade humana é ilimitada, uns criam jardins, outros música, outros criam bonecas de carne e osso com vaginas bonitas.


27 junho 2017

Chiça, que nostalgia!


As nuvens passam

Frio nas güelas
Nevoeiro nos intestinos
Trovoada nos pulmões
Coração saudoso de ti
De ti que esperei meia vida
Mãos frias
Joelho direito que doi
Rotina a embalar a espera
Espera dormente e alegre
O cabelo mantem-se escuro
O corpo resiste
O sorriso ainda é largo

Cheiro-te

21 junho 2017

Homenagem aos Mártires da Pátria!


Queridas Almas dos corpos engolidos pelo fogo,
Gratidão pelo vosso sacrifício para salvar Portugal da monocultura, da ganância, da irresponsabilidade.
Infelizmente tinha que haver vítimas
Fostes vítimas da incúria humana 
Da arrogância humana que não conhece as Leis da Natureza
Mas o Vosso sacrifício não terá sido em vão
Portugal  voltará a ter floresta autóctone a fazer companhia aos pinheiros e eucaliptos que serão em menos quantidade.
Vou também contribuir e plantar carvalhos, castanheiros e loureiros naquelas cinzas férteis
Cada árvore que plantar será em reduto para o vosso espírito descansar em paz

E tudo ficará mais belo, equilibrado e próspero.


Homenagem às vítima do incêndio de Pedrogão Grande
Ano Galo de Fogo
Mês Cavalo de Fogo


31 maio 2017

Escassez de Deus


"Se os homens acreditassem bastante em Deus não haveria tanta teologia, tanto rito, tanta disputa entre as várias crenças ou sistemas de crenças; estou em pensar que o ecumenismo actual demonstra que os homens estão a entender melhor o que é religião e vêem como Deus esplende na religião dos outros, não só na deles. Há escassez de Deus, por isso ainda há tantas igrejas e tanta concorrência e tanto apelo à disciplina, como obrigação de fila em colectivo. Abunde Deus e se calarão a propaganda e os códigos. […] Está indo a religião para o caminho de ver Deus como superior às igrejas e até como mais pronto a aparecer no coração de cada homem, mesmo no daqueles que se dizem ateus, do que em burocracias ou nas cerimónias que vãs são quando do espírito não brotam como sua linguagem e presença."


Agostinho da Silva, "Quando não há, el-rei o perde"

15 maio 2017

Insónia


24 abril 2017

Sem coração não há caminho

Os pés andam no chão, mas é o coração que os leva.

20 abril 2017

Cúmulo do paradoxo

Indignam-se com os pais que optam por não vacinar os filhos, mas ninguém se importa com os pais que andam a dar ritalina aos filhos.
Pois...

09 abril 2017

Hang Around

A lua está cheia
Eu sinto uma mistura cheia indefinida
Perco-me na música repetitiva
Não penso bem
Sai tudo torto
Eles e elas desejam certezas
Não sei nada
Sinto a antimatéria
O que é isso de antimatéria?
Sei lá o que sinto
A morte que está marcada
A ternura da vida, que embala
O renascimento em outro momento
Noite de lua cheia
Cheia de luz
Eu no vácuo
Sei nada
Nem quero saber


02 abril 2017

O Poder de Não Saber


“Whatever inspiration is, it’s born from a continuous ‘I don’t know."

"Polish poet Wisława Szymborska (July 2, 1923–February 1, 2012) ...

Nobel Prize in Literature for capturing the transcendent fragility of the human experience in masterpieces like “Life-While-You-Wait” and “Possibilities.”

More  Here


31 março 2017

As melhores orações são as de gratidão


Tenho a benção de poder escolher se hoje é domingo ou se é feriado, ou se trabalho 12 horas num turbilhão de viagens, ou se há dias em que começo a trabalhar às 11h da manhã e acabo às 20h, ou se há dias em que trabalho 4 horas, para poder dedicar-me ao lazer com os meus lindos filhos ou fruir com a família e os amigos.

Ah, que gratidão maior no meu coração.




26 março 2017

Domingando


24 março 2017

Escravos do tempo

Não tens tempo?
És escravo do tempo?
Ou és dono do tempo?
Não tens tempo?
Quais são as tuas prioridades?
Não tens tempo?
Então é porque não o sabes gerir e deixas que ele guie e tua vida.
Faz do tempo o teu aliado e não o teu carrasco
“A forma como passas o teu tempo é a forma como passas a tua vida” – dizem.
Pois sim, passas a vida sem tempo?
Sem tempo para ti?
A correr ao ritmo do tempo.
Corre, mas no teu tempo.
O tempo não se compra.
O tempo não é dinheiro.
O tempo conquista-se.
Conquista o teu tempo.

Que é como se ele não existisse. 

23 março 2017

Presa e predador


Tenho em mim um lobo paciente que observa o rebanho, capaz de o atacar e leva-lo a morte certa.
Tenho em mim um corço, que foge para o penhasco e fica entre a vida e a morte nas nuvens, para fugir dos lobos.
Por saber como é ter medo dos lobos, das mandíbulas que rasgam a carótida, evito ser o lobo que também sou, por isso, sou lobo solitário e esfomeado, para deixar viver o belo corço sem medo que também sou.
Sou lobo contido, que busca ser amigável e meigo.
Deixo de ser presa de mim mesmo.
Deixo de ser predador de mim mesmo.

12 março 2017

Quote

“Every true theorist is a kind of tamed metaphysicist,”

Albert Einstein

25 fevereiro 2017

Coisas de sexo

Depois do acto, os homens dormem, as mulheres acordam.

Um sinal que o sexo foi bom, é quando se faz sexo com música e no fim, nem sequer saber que e quantas músicas tocaram.

A mulher é uma virtuosa, enquanto o homem tem 1 a mulher pode ter 2,3, 4, 5, 6, 7, 8...

O homem é simples, eriça e está. A mulher é um mistério, nunca se sabe bem se ela lá está.

O homem é livre, não carrega ovos.

Sexo é prazer, sexo é vida

Ter prazer é material, a vida é eterna

17 fevereiro 2017

Prados verdejantes

- Acreditas em Deus?
- Não sei se é acreditar. É um sentir que não se consegue definir com a razão.
É uma espécie de preenchimento. Uma alegria subtil. Um vazio tão cheio.