26 junho 2012

A nascente


“Mude, mas comece devagar, porque a direcção é mais importante que a velocidade.”
Edson Marques
A mudança é gradual, o enamoramento deve ser lento, em crescendo, em vez de pregar a fundo mal entre na viagem. Sim a velocidade é uma grande emoção, uma adrenalina, o princípio é sempre empolgante, na bela expectativa da viagem...mas fugaz é o foguete, que faz muito barulho e luz colorida mas dura pouco.
Começar devagar é sensato, e depois  se quiser acelerar mais à frente naquela recta tão apetecível, não faz mal, porque já se sabe para onde se vai.
O que quero dizer com este texto de merda, é que sou uma montanha que já foi vento, mas que em breve serei um rio.  

Longe do passado e do futuro

Existem muitas teorias sobre o tempo, uns dizem que existe, outros dizem que não existe, uns tentam medi-lo, outros relativa-lo, entretanto vão-se perdendo no tempo, ora fruto do passado, ora anseio no futuro. Mas de facto existe um tempo, talvez um tempo mal percebido e apreendido pelos humanos. Mas o tempo existe, porque se não existisse não haveria a potência da manifestação da matéria, em termos físicos seria impossível. Sem tempo não haveria existência e sem existência não haveria eternidade.

20 junho 2012

Sobre o futebol

Adoro futebol, porque é muito educativo e faz bem à pele. Quando há jogo vou ler ou dormir.

Gosto de acompanhar os meus amigos enquanto vêem jogos de futebol, se a equipa perde ou ganha não interessa, porque no final acabamos todos numa grande bebedeira. E quem está bêbado, normalmente está alegre.

O futebol é a continuidade da tradição romana, em vez de gladiadores, são usados jogadores para entreterem o povo enquanto os Césares lhes sacam o dinheiro.

Sem futuro

Há pessoas que vivem tanto no passado, que no presente só conseguem ser aquilo que foram, mas no fundo não o são, porque o que foi já não é, e por isso, é como se estivessem a apodrecer em vida.

19 junho 2012

A lançar sementes sem nunca colher os frutos

Aquilo que se ama nas pessoas é a alma e não a beleza, o dinheiro ou as honrarias.  Pelo menos, penso que deveria ser assim. Se se permanecer na busca das emoções que nascem de um objecto físico, não se ultrapassa a esfera do desejo e da paixão, e assim jamais se conhece o amor, porque o mundo físico é efémero – a beleza, a juventude, a riqueza, a honra – transforma-se, mas a alma - a essência do ser - é sempre a mesma. A paixão é o ímpeto da semente lançada à terra cheia de esperança e de desejo de realização de um sonho. O amor começa com a dor do pequeno, frágil mas determinado rebento que rasga a terra em busca de luz.


Então porque andamos nós a tentar possuir o efémero e a desejar aquilo que acaba, se podemos simplesmente amar a essência do outro?

Beatles, a melhor banda de sempre!

Deve haver poucas pessoas que não conheçam os Beatles ou uma versão de uma música deles. Embora a banda tenha estado sempre presente na minha vida, digamos que a sua influência foi indirecta. Como ouvi-los na barriga da minha mãe ou como aquela fabulosa ocasião em que trabalhava numa loja de música na altura em que foi lançada uma coletânea deles, nem queria acreditar na quantidade de gente de todas as idades, raças e classes que afluiu à loja durante aquela semana em que esgotaram o stock.


Há cerca de um mês pus-me a ouvir Beatles todos os dias. Não é que os gajos são mesmo extraordinários?!?

16 junho 2012

Intensidade II


"Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento ...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva ...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja ..."

Alberto Caeiro

Acontece que o guardador de rebanhos está a envelhecer, e o bom da maturidade é a calma que nasce da aceitação da intensidade do sentir e pensar.



Intensidade

"Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz."

Alberto Caeiro

Sou o guardador de rebanhos do poema. Sou tão feliz e triste que até doi. A intensidade com que vivo as coisas às vezes pesa e, algumas vezes, dá-me vontade de ser um simples guardador de um rebanho de cabras, acompanhado por um cão amigo e a percorrer montes e vales a seguir a estrela, sem dinheiro, nem impostos e seguros. Se calhar seria igual...
Mas se não tivesse esta intensidade no pensar e sentir, o que me restaria da passagem por esta insólita, estúpida e caótica existência humana?   

   

12 junho 2012

Árvore da vida!

És fruto daquilo que acreditas ser.

10 junho 2012

Devo comemorar o quê?

Recebi um sms de uma conhecida da Ucrânia a dizer: "Feliz dia de Portugal!"
Algo que deveras me surpreendeu, nunca ninguém o tinha feito antes, principalmente vindo de um emigrante.  Mais, porque nem me dei conta que hoje era dia 10 de Junho.

O velho tem mais experiência!

"Muitas vezes, para podermos tomar uma boa decisão, para agirmos na direção certa, devemos ouvir alguém que tenha mais experiência. Assim, depois estaremos prontos para efetuar o nosso próprio julgamento."
(?)

Se me dissessem que o fogo queima e isso doi ou até pode matar, porque iria eu querer experimentar esse perigo deliberadamente?


07 junho 2012

Doutra forma não teria graça

" ... success and personal satisfaction is found through contributing to something greater than oneself. ...replace the quest for success with the quest for contribution. The critical question is not, "How can I achieve?" but "What can I contribute?"

Peter F. Drucker

02 junho 2012

Black Milk


  You're not my eater
I'm not your food
Love you for God
Love you for the Mother

Eat me
In the space
Within my heart
Love you for God
Love you for the Mother

Mother fountain
Or live or not at all

The most level
Sunken chapel
Love you for God
Love you for the Mother

All's there to love
Only love