É o que sinto por este país.
Amor por esta terra linda, terra plantada virada para o oceano a contemplar o pôr-do-sol. Do verde Minho e das planícies douradas. O cheiro a pinheiros, a maresia, a alfarroba, a montanha com musgo. A comida, que delícia, o peixe assado com batatas e azeite. O vinho e o pão alentejano. A broa e a marmelada. O caldo verde. Os pastéis de nata.
E os meus amigos, os poetas e a RTP 2, o melhor canal do mundo (do mundo que conheço). A guitarra portuguesa, a história dos descobrimentos, a revolução dos cravos.
De resto, só ódio, ódio à mediocridade. Um povo que não comunica embora tenha os melhores telemóveis e internet. Dum povo que se comporta como o velho do Restelo, com escárnio o mal dizer. Provinciano. um povo que dá valor ao que brilha, que avalia por aquilo que temos e não por aquilo que somos. Povo sem ética, tudo a sacar, como que herança do saque das ricas colónias. Povo invejoso e mesquinho. Políticos de merda, corruptos como no 3º mundo, com discursos demagogos de democracia, o tráfego de influências, as cunhas e os tachos. Uma justiça lenta e injusta. Uma economia do crédito e do mau pagador. Gentes que não dão valor aos seus artistas, que para não morrerem de fome têm que vender a sua alma. E aqueles que não a vendem, morrem na obscuridade. Não fossem os brasileiros e não saberíamos quem era Fernando Pessoa, só para dar um exemplo.
Amo o meu país porque nasci aqui, odeio o meu país porque não me sinto em casa. Vagueio como um filho bastardo não assumido, renegado. Choro lágrimas de sal que jamais fertilizarão sementes.
Ó Portugal! Que cante o galo da nova aurora, pois as colónias já não são nossas e D. Sebastião não voltará para nos salvar.
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