Poucos tiveram o privilégio de conhecer a Ilha do Farol (Sta Maria). Eu tive.
Já imaginaram um Algarve com uma praia de 7 km virada a Sul, de água cristalina e quente e pouca gente? Um local onde só se chega de barco, onde não há hotéis, pensões ou parque de campismo. Um local sem carros. Numa língua de areia onde nada se pode construir. Com pores-do-sol de arrepiar, vistos do pontão. Com dois restaurantes onde se servem pratos típicos da cozinha algarvia. Num deles, o peixe era pescado pelo próprio dono.
E á noite? O bar de madeira da praia com música boa. As noites estreladas ou a lua cheia a iluminar os corpos nus com água salgada. Na lua nova os mergulhos fluorescentes (plâncton) do lado da ria. Dormir na praia em sacos de cama e adormecer com o murmúrio das ondas. Assar um polvo acabadinho de apanhar numa fogueira rodeada de amigos a cantar.
E o bronze? Devia ser por passar vários dias só a tomar banhos de mar, o sal e o sol adensam o castanho.
Inúmeras vezes, os felizardos que tinham uma casa por lá convidavam-me a ficar, principalmente no Inverno, durante as passagens de ano, os Carnavais, as pontes dos feriados de Dezembro.
Há 10 anos que lá não vou, mas tenho conhecimento que continua a ser um reduto, cujo único estrago da modernidade foi a invasão da Direcção Geral das Pescas e da ASAE, porque o Zé já não pode pescar, tem que ir á lota para comprar peixe certificado para o seu restaurante.
Sem comentários:
Enviar um comentário