31 janeiro 2012

Got myself a one-way ticket

" Ride on
Ride on,
Ride on, standing on the edge of the road
Ride on, thumb in the air
Ride on, one of these days I'm gonna
Ride on, change my evil ways
Till then I'll just keep dragging on
Ride on, got myself a one-way ticket"



AC/DC


from Dirty Deeds Done Dirt Cheap

30 janeiro 2012

Sobre a felicidade

(Inspirado neste post )
Que a felicidade encontra-se no caminho e não somente no destino e que a satisfação está em jogar e não somente nos  resultados, estou de acordo. Na minha perspectiva, escolher acreditar que temos o poder de escolher a felicidade neste jogo (instável, perigoso e, supostamente, de carácter finito) que é a vida, é uma escolha sensata.

No entanto, e considerando a vida um jogo, não nasci para ficar no banco dos reservas sem me esforçar só porque a morte há-de vir. Não considero loucura jogar com afinco e perseverança e que qualquer esforço seja inútil e muito menos que seja a salvação aceitar que se está condenado. A vida não é uma sentença de morte. Se assim fosse, mais valia nem nascer.

Que a felicidade seja somente fruto da nossa escolha, também não é assim tão linear. Há circunstâncias da vida em que não há lugar para a escolha, restando a aceitação daquilo que não escolhemos e, eis a virtude, escolher continuar feliz e com fé, mesmo quando as coisas não correm de forma planeada, ou quando perdemos uma etapa do jogo.

Portanto, arrisco considerar que a felicidade reside na noção de processo (e aqui estamos de acordo) que combina a aceitação daquilo que não podemos escolher, a escolha em tornar esta passagem digna de ser vivida e a tranquilidade de que um dia vamos ter oportunidade de descansar quando a morte nos vier buscar.

Porque afinal, jogar com afinco dá lesões e cansa… e a morte, é o prémio merecido pelo brio e esforços empreendidos durante a vida.

Por favor, ABBA não!

Andei a mergulhar nos sons que ouvia na infância e aqueles que me marcaram e ainda comovem são sons dramáticos, aventureiros, genuínos, irreverentes, estranhos, tecnicamente bem interpretados e pouco populares.

Será que esta influência, bem entranhada no meu inconsciente, moldou de forma determinante a minha personalidade adulta? E daí sentir-me ser desajustado e sem qualquer interesse pelas coisas que interessam a tanta gente?

28 janeiro 2012

Estufim

Nas minhas pesquisas musicais no Youtube encontrei, por acaso, a cantora Adele. E só por acaso, porque a achei bonita e interpretava a minha música preferida dos The Cure. E até gostei muito da sua voz, embora continue a preferir a versão original.

Dias depois encontro uma revista com os recordes de Adele. São seis importantíssimos, uma das marcas alcançadas “21 foi o primeiro álbum de uma cantora a solo a manter-se no primeiro lugar do top britânico dos mais vendidos durante 11 semanas consecutivas.”

Como é que não sabia disto? Como é que não conhecia a Adele?

Em que mundo vivo eu?

27 janeiro 2012

Alquimista

"Turn my sorrow into treasured gold"

in "Rolling in the deep" Adele

25 janeiro 2012

Mente clara e coração musculado

Depois de deambular de mente atordoada e coração combalido e, mesmo assim, ter conquistado parte dos meus intentos, começo a chegar a conclusão que sou um ser abençoado. Tenho a agradável sensação de que (quase) tudo valeu a pena.

“80% já é perfeito”
Ditado Zen

Oleia lá as tuas roldanas

Ouvi dizer que a escrita está para a mente, como o exercício para o corpo. Melhor dizendo, escrever desenvolve os músculos do cérebro. Escrevo há mais de 20 anos praticamente todos os dias, então porque será que ainda não sei escrever?

24 janeiro 2012

País de velhos

" Portugal é um dos países da União Europeia em que se assiste a um maior envelhecimento da população, significando que não nascem pessoas suficientes para equilibrar a balança demográfica. Actualmente há 116 idosos para cada 100 jovens.” Dados INE

Num mundo em que morre 1 criança de fome em cada 6 minutos é doloroso assistir a esta conjuntura pseudo burguesa.

Alegam as mulheres portuguesas emancipadas que não têm condições para ter mais que um filho… umas optam por não ter nenhum, que assim não se comprometem nem perdem o que julgam ser sinónimo de liberdade – a sua bela carreira profissional. Os homens permanecem mais tempo infantilizados, meio que perdidos ainda agarrados às saias das mães, desprovidos do sentido de abdicação e de responsabilidade que uma família exige. Para agravar a situação, os mais capazes para a reprodução fogem como tordos do país empobrecido à procura de melhores primaveras noutros lugares. É o advento do individualismo materialista, o mercantilismo no seu melhor, a família tornou-se numa instituição falida, sem lucros. Um mau investimento, portanto.

Que terrífica tendência. Muito preocupante.

Dá vontade de ter mais filhos…

Sem ti sou ninguém

Qual é a coisa mais importante desta vida? Depende da perspectiva de cada um. Para mim, o mais importante são os momentos de partilha e a memória dessa partilha.

O olhar terno da minha mãe, as palavras doces do meu pai, o abracinho apertado dos meus filhos, o chá  na mesa de cabeceira deixado todas as manhãs pelo marido, as férias de verão com os avós paternos, o meu melhor primeiro beijo, a dança da amizade e os seus laços de lealdade, a fraternidade global numa plataforma social, são alguns exemplos de momentos , ou factos da vida que considero importantes.

Maior o orgasmo contigo, que o orgasmo comigo, menor a dor contigo (como a dor de um parto), que a minha dor de criatura inconformada, menor o inferno em ter que te aturar, que a miséria da solidão, maiores os desafios contigo, que a minha glória individual, maior a alegria da partilha, que a aprazível emancipação.

Sei lá… Não tenho vocabulário nem habilidade para definir esta opinião sobre o que considero o mais importante da vida. Sei que tem ligação com o outro. Nada tem a ver com individualismo ou a solidão. É a potência de mim a manifestar-se na partilha. Potente já sei que sou, mas a prova, o grammy, o oscar, a oportunidade, são os outros.
Sem ti não seria alguém.

11 janeiro 2012

Crisálida

Em Portugal, a actual organização social do trabalho está completamente obsoleta. Com uma taxa de desemprego recorde na história, o culto do trabalho estável nos moldes praticados nos últimos anos, o contrato de trabalho por tempo indeterminado e um conjunto de regalia advindas desse contrato, não pode continuar ser alvo de luta pela sua efectivação. Nos tempos que correm não faz qualquer sentido. E não existe capacidade económica para tal. Afinal, o país está falido.

Deve-se sim, acabar com a instabilidade injusta criada pela dicotomia entre contrato (trabalho seguro) e os recibos verdes (trabalho instável) e criar um sistema flexível que nem aflija os trabalhadores ou profissionais, nem sobrecarregue as empresas e “empresa-estado”, que actualmente se desunham para sobreviver e onde o capital humano é o seu maior encargo.

É prioritário alterar o código do trabalho e criar um sistema flexível em que os trabalhadores passam a ter outro estatuto, aproximado ao actual empresário em nome individual, alterar as práticas de tributação fiscal de forma a facilitar a flexibilização dos vínculos laborais, que passariam a assentar em prestação de serviços no âmbito de objectivos específicos das empresas. Por sua vez, as empresas teriam outra política laboral de contratação e outro modelo de contribuição fiscal. O sistema de trabalho estaria assente em colaboração, parceria e consultoria, numa lógica de partilha e contribuição e não de opressão, rigidez e exploração.

Este novo estatuto do trabalhador trará consigo também outros benefícios, a oportunidade de desenvolver a responsabilidade (gestão individual de produção, trabalho por objectivos), advinda da liberdade (flexibilização de horários e escolha de ritmos de trabalho).

Este estatuto traria consigo uma reviravolta no actual paradigma de liderança autocrática. A alteração da prática da cultura do controlo patronal e estatal, abrindo caminho para uma nova relação baseada na união de esforços, numa lógica de “win-win”( Stephen Covey).

Sim, é uma visão liberal do código do trabalho. O Welfare State fez sentido historicamente, actualmente, desenquadra-se da lógica económica. Não quero com isto dizer que a lógica económica actual seja boa, não, o capitalismo actual não é nada bom, é nefasto e sem ética. O modelo económico do futuro terá de ser uma fusão entre o progresso material e a responsabilidade individual e colectiva, respeito pelos direitos humanos e preservação da natureza. Um "capitalismo" próspero e com ética. Para lá caminhamos, acredito, mas as mudanças são um processo lento e doloroso.

Em Portugal, a indignação será inútil se não houverem mudanças concretas no código actual do trabalho. E a pobreza e a injustiça social aumentarão, como é lógico.

01 janeiro 2012

Memorial

Love Song

The Cure