27 dezembro 2013

Como quero


"I wanna be your Ford Cortina
I won't ever rust"

Arctic Monkeys

23 dezembro 2013

Reencontro III

Agora compreendo porque odeio o Império Romano. Mas esse ódio morrerá finalmente porque voltei nesta época para testemunhar o início da sua queda.

Reencontro II

Se a reencarnação existe, andei por aí, porque há reminiscências. Não sei ao certo por onde a minha alma andou, mas nesta vida sinto-me Lusitano novamente.  Também me identifico com o Japão, quando lá estive tive a clara sensação de que já lá tinha estado. E o Chile? Há algo ali que me chama. Os templários movem-me o espírito. Admiro os judeus e dizem os entendido que tenho um nariz de um.  Mas o que foi, foi, e não sei se foi e o que foi. Mas o que sou agora, sou daqui, da Lusitânia. 

22 dezembro 2013

Reencontro

Andava à deriva. Não sabia de que terra era. Se voltava a emigrar. Mas havia um chamamento desta terra. Certo dia encontro o livro “Viriato” e senti um ardor no peito, um reviver da memória do DNA, um reconhecimento, uma epifania. Não sou Celta, nem Visigodo, nem Romano, nem Mouro, nem da Borgonha. Agora sei, sou Lusitano.

21 dezembro 2013

Oleiro


Quando nasci o meu pai tinha 21 anos. Tive sorte por ter tido um pai jovem, culto, atencioso e cheio de vigor durante a minha infância. Um burguês com acesso à cultura nos anos 60 e 70 do séc. XIX em Portugal era um luxo. Nasci naquele meio, meio privilegiado e protegido da ditadura e neutro na revolução. Cresci a ouvir as músicas do meu pai e a única escapadela consentida foram os U2 nos anos 80 em que tive a sorte de os conhecer no início da sua carreira, cheios de garra e inocência no festival de Vilar de Mouros.

Fiquei anos sem ouvir aquelas músicas do meu pai, a descobrir novas sonoridades, a seguir o meu caminho, a acompanhar os U2 nas décadas seguintes. Hoje, quando volto a ouvir as músicas da minha infância, sinto uma sensação estranha, é como se as músicas não fossem só dele mas minhas também, estão entranhadas.

Será que a música molda a nossa personalidade? Acho que sim. Mas não sei bem o que ela me fez...soa a ser estranho.

20 dezembro 2013

Ode ao vinho

Dizem os Romanos In vino, veritas . É uma das poucas “verdades” deste povo que partilho. Bebo e soltam-se as amarras, as amarras das convenções e sou eu, meia tonta, mas genuína, a sorrir, a dançar, a distribuir beijos e abraços. Há aqueles que têm maus vinhos, que pena, coitados, os seus monstros soltam-se e expressam-se medonhos, decadentes.  

Que se danem os conturbados. Eu sou linda, sóbria mesmo embriagada, cheia de alegria e fé. Não há vinho que me derrube. Mesmo que adormeça, acordo num novo dia imaculado, umas vezes com dores de cabeça, outras de lábios roxos, mas nunca corrompida.  

04 dezembro 2013

Phénix Portugal


Assisto com assombro à decadência do meu país. Desmoronam-se os valores, abandona-se a ética, delapidam-se as riquezas, esvai-se a esperança coletiva e impera a mediocridade, o fatalismo e a preguiça.

Mas se esta decadência for o mote para o Renascimento do Quinto Império, que assim seja, que cá estarei para renascer também. 

29 novembro 2013

"Carta"

"Não falei contigo
Com medo que os montes e vales que me achas
Caíssem a teus pés...
Acredito e entendo
Que a estabilidade lógica
De quem não quer explodir
Faça bem ao escudo que és...
Saudade é o ar
Que vou sugando e aceitando
Como fruto de Verão
Nos jardins do teu beijo...
Mas sinto que sabes que sentes também
Que num dia maior serás trapézio sem rede
A pairar sobre o mundo
Em tudo o que vejo...
É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou mago feiticeiro
Que a minha bola de cristal é folha de papel
Nela te pinto nua, nua
Numa chama minha e tua.
Desconfio que ainda não reparaste
Que o teu destino foi inventado
Por gira-discos estragados
Aos quais te vais moldando...
E todo o teu planeamento estratégico
De sincronização do coração
São leis como paredes e tectos
Cujos vidros vais pisando...
Anseio o dia em que acordares
Por cima de todos os teus números
Raízes quadradas de somas subtraídas
Sempre com a mesma solução...
Podias deixar de fazer da vida
Um ciclo vicioso
Harmonioso ao teu gesto mimado
E à palma da tua mão...
É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou mago feiticeiro
Que a minha bola de cristal é folha de papel
Nela te pinto nua, nua
Numa chama minha e tua.
Numa chama minha e tua.
Desculpa se te fiz fogo e noite
Sem pedir autorização por escrito
Ao sindicato dos deuses...
Mas não fui eu que te escolhi.
Desculpa se te usei
Como refúgio dos meus sentidos
Pedaço de silêncios perdidos
Que voltei a encontrar em ti...
É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou mago feiticeiro...
...nela te pinto nua, nua
Numa chama minha e tua.
Numa chama minha e tua.
Ainda magoas alguém
O tiro passou-me ao lado
Ainda magoas alguém...
Se não te deste a ninguém
Magoaste alguém
A mim... passou-me ao lado.
A mim... passou-me ao lado."
Conheci esta música hoje. Podia jurar que era uma letra/música do Jorge Palma. 
Grande letra Toranja!

19 novembro 2013

Podem viver as árvores sem raízes?


Como posso eu deixar de lembrar o passado? Se o passado é como uma casa, cada memória, cada tijolo, cada experiência uma janela e uma porta. Dizem que recordar é viver, outros que reviver o passado é não estar pleno no presente, outros ainda defendem que é tudo uma ilusão. Não sei, só sei que move as emoções agora observar os acontecimentos de ontem, numa viagem da mente com novas perspetivas pelas memórias dos sentidos que ficaram fixos como argamassa que une os tijolos. Os tijolos da minha casa, Eu.

12 novembro 2013

Elvira não voltará


Quando chegou àquela terra de cor vermelha aos 13 anos, o maravilhoso Brasil, a sua vida mudou. Uma rapariga cheia de vida foi parar àquele ermo feio, no meio da bela floresta tropical de altitude com um clima seco quente e frio no Inverno e húmido e quente no Verão. No Verão, chovia quase todas as tardes depois do lanche alagando em minutos as ruas de terra, e depois dos húmidos e belos pores-do-sol chegavam os sapos gigantes para comer o excesso de insetos enlouquecidos à volta dos candeeiros das longas e largas ruas. Tinha tudo para ser feliz naquele lugar luxuriante e onde tudo era maior. Acontece que as pessoas que lá viviam não eram tão belas quanto a natureza que as rodeava. Ela era estrangeira. Uma descendente de colonizador, neta de uma das mulheres mais importantes da região e arredores e filha de um guitarrista de rock’n’roll! Uma bela mistura para cair na ribalta sem número, nem vontade. Tornou-se tímida e gorda depois de tanto assédio e olhares de inveja ou cobiça. Isolou-se de tudo. Até da escola a sua mãe a tirou. Maior o isolamento. Tinha os seus cães. Chegou a ter sete. Levava-os para os campos para ver o pôr-do-sol da colina mais próxima da sua casa. Para além da companhia avisavam sempre que apareciam cobras silenciosas, porque as cascavéis dão ao chocalho e sabe-se logo que as há por perto. Mas tirando estas delícias da natureza, da mesa farta e grande da família linda e culta reunida, pairava uma nuvem de frustração, de constante tormento que foi crescendo à medida que lhe cresciam as mamas. Era um meio pobre, não somente pobre materialmente, mas pobre de espírito, aquela gente que já perdeu a inocência das gentes simples do campo, mas que ainda não bebeu do desenvolvimento, principalmente intelectual e espiritual. Estagnou. Morreu lentamente naquelas tardes quentes em que se deitava na cama a ver as nuvens a passar no céu do seu quarto sem janelas de vidro, vagarosamente....
Pior foi aquela mudança de terra, de Florestal para Tavares, lugar horrendo sem árvores, com uma terra quase branca e com gentes feias e ainda menos evoluídas. Horrível, como sofreu, não fosse a sua amiga, que por sinal tinha fama de prostituta (que uns anos depois seria assassinada), acalentar-lhe com as suas gargalhadas contagiantes nas aulas noturnas e a rádio pirata que apanhava bandas desconhecidas da Europa, se calhar tinha-se matado! Nem a comida maravilhosa da sua mãe, nem os caracóis dos seus irmãos, nem as grinaldas sonoras do seu pai acalmavam o seu sofrimento, foi aí que começou a escrever, aos 15 anos. Refugiava-se horas a escrever nada de especial, nada de útil. A família voltou para Florestal e a única escola disponível na zona era uma escola de agricultura, fantástica fazenda escola, com pomares, plantações, animais, instalações soberbas, professores experientes. Mas como tinha sistema de internato, dos cerca de 300 alunos, havia somente 3 ou 4 raparigas. Ela, com 17 anos, com um belo sorriso e grandes mamas, estrangeira, filha e neta de gente ilustre, sofreu o maior tormento que uma adolescente poderia sofrer rodeada de tanta testosterona. Sentia-se uma gazela no meio dos leões, hienas e mabecos. Se fosse uma rapariga de farra, mas não, não bebia, nem fornicava, nem dava confiança a caipiras ou putos da cidade com jeito para inseminar vacas. E o clubinho? Um lugar horrível onde se encontravam para dançar aquelas músicas foleiras dos anos oitenta, com aqueles cabelos de nego alisados e os folhos das mini-saias em pernas feias.
Adorava viver com os seus pais, odiava ter que sair de casa para conviver com os outros. Mas no fundo, não passava de uma rapariga normal, de talentos adormecidos e vontades reprimidas. Por isso lá ia tendo umas pseudo-amizades e conquistando os corações dos melhores partidos da região que ficavam ofendidos quando repudiados. Ai como viveu à margem, como cresceu para dentro. Quantas vezes deixou de os ouvir? Quantas vezes fingiu que era engraçado?

Aos 18 anos decidiu ir viver numa cidade grande depois de ter conhecido a Cristina, a ex-namorada do rapaz mais culto da região pelo qual nutriu um amor platónico. Não o conhecia, mas mandava-lhe poemas de Alberto Caeiro porque sabia que ele ia saber lê-los. E lia-os com ela, liam-nos os dois. Mas Cristina é que se apaixonou por ela e ela por Cristina. É o seu tesouro do Brasil, a sua turmalina Paraíba. E na cidade conheceu um rapaz que nutria genuíno amor por ela. Perdeu a virgindade, por ele, não por si, por isso não foi bom, não foi nada bom todo o namoro. E o pouco de bom, sabia a pouco porque era por pouco tempo. E ela, como pouco sabia dessa matéria, pensava que era assim e o problema era dela, ela é que não conseguia lá chegar. Um ano depois voltou para casa dos seus pais porque não gostou nada da cidade, tinha mais medo de andar nas suas ruas, que nos campos cheios de cobras, de marimbondos, de aranhas, de formigas vermelhas e de tantos outros animais venenosos e picantes. O seu namorado visitava-a todos os fins-de-semana. Mas quando se conjecturou um noivado, não, não podia casar ainda. Ir para Inglaterra aprender Inglês e poder voltar e ter um ofício na cidade onde ele queria viver com ela foi a melhor opção que julgou tomar. Já lá vão mais de 20 anos; bem que ele disse que ela nunca mais ia voltar. Tinha razão.

11 novembro 2013

Strawberry girl

Estáva em arrumações e encontrei um caixa cheia de cartas tuas. Não reli nenhuma, mas senti como foi linda e intensa a nossa partilha. 
Mas com a distância, os filhos, a vida conjugal, parece que a nossa relação caiu naquela rotina das famílias de classe média, minimamente bem sucedidas e acomodadas num casamento de 25 anos, que discutem por causa dum pintelho na banheira e que, depois de um dia cansativo de trabalho, se sentam no sofá a ver a novela das nove sem trocarem uma palavra e deitam-se depois dum beijo mecânico e sem sentido porque o sexo deixou de dar prazer.
Foram as terras frias que te gelaram o coração? Foram os desafios pesados da minha vida que azedaram os meus humores?
Custa abandonar-te. Tu és minha, escolhi-te para seres minha para sempre, como posso desistir de ti?

Ainda nos resta metade das nossas vidas...

28 outubro 2013

“Uma experiência nunca é um fracasso”

Depois de desencontros amorosos dolorosos, de um casamento pesado, aqui vou eu com o coração cheio de cicatrizes mas inspirado (à Thomas Edison) para viver uma nova experiência amorosa muito melhor do que aquelas que foram e as que não chegaram a ser. 

20 outubro 2013

O grande mistério da obra de Deus

Até consigo perceber as belas construções conceptuais dos filósofos sobre a existência e a essência de Deus. Mas fico feliz por ser simples de pensamento (e de coração) e de não partilhar da sua inquietação em relação a este tema. Os senhores eruditos que procuram a verdade podem julgar-me (de certo que não acontecerá porque as probabilidades de lerem este blogue são quase nulas) um ser ignorante e iludido que tem como tão certo algo que eles têm por incerto. 
Porém, tenho também uma grande inquietação que tem origem na incapacidade de perceber qual o propósito da existência humana e, no fundo, qual é o meu papel nesta existência cujo contexto – humano - não me identifico.

Porque não somos como o Sol sem Medo que sabe para que serve?

14 outubro 2013

Com gratidão de um rico filho

Sempre julguei que os meus pais não me tinham deixado uma herança. Realmente, se se pensar que uma herança são casas, dinheiro, carros, cursos superiores e/ou jóias, não recebi nada disso deles.
Mas pensando melhor, recebi uma herança bem mais valiosa que coisas, legaram-me a honestidade, a integridade, o respeito pela natureza, o interesse em manter o corpo e a mente sãos e o espírito de liberdade.

Uma herança que, depois de partilhada com os meus filhos, ainda vai comigo pela eternidade. 

13 outubro 2013

Os poucos livros da minha vida II


“Não é a cultura aprendida de fora para dentro, nem a erudição livresca que nos darão a sabedoria: a sabedoria nasce de dentro de nós. Tanto assim que há analfabetos que são sábios e homens de grande cultura que são ignorantes. 
A cultura vem de fora, penetra pelos sentidos. A sabedoria nasce do coração, por meio da meditação.”

C. Torres Pastorino


Os poucos livros da minha vida

Desde tenra idade que andava em jardins, praias e piscinas, estábulos, currais, hortas, montes e pinhais, a subir a árvores, a andar de bicicleta, a bordar tapetes de arraiolos e a desenhar em estiradores. Passei pelas oficinas de fundição, cinzelagem e serralharia. Só por gosto pela acção, a Natureza e as Artes. Mas quando chegaram os tempos de entrar na Universidade, dividia-me entre Arquitectura, Joalheria, Escultura por um lado, e as Ciências Sociais e Políticas por outro. Uma bela manhã decidi voltar a fazer o 12º ano em Ciências Sociais e Humanas. Idealizava  projectos de empreendedorismo social (isto nos princípios dos anos 90 em que ainda ninguém falava disso e eu nem conhecia o conceito), em que as pessoas carenciadas de oportunidades e as populações “problemáticas” poderiam florir através das artes e de pequenos negócios ligados aos ofícios antigos e manuais, à agricultura e aos animais. Sonhava com o êxodo urbano.
Guardei as canetas de tinta da China, vendi o estirador, os cinzéis e o torno, deixei a geometria e os desenhos técnicos, esqueci-me da química, das sementes, das vacas e cavalos e dos enxertos em rosas e mergulhei no programa de Filosofia. Li Kant, Kierkegaard e Nietzsche pela primeira vez com 24 anos para o exame de nacional de Filosofia. Preparava-me para entrar no curso de Serviço Social. Qual não foi a minha surpresa quando descobri que o tal curso era num Instituto privado com propinas altas demais para o meu orçamento de trabalhador-estudante com rendimentos (altos) que não davam direito a bolsa (paradoxal), e não tive outro remédio senão ir para o ensino superior público. Entrei em Filosofia. E foi por causa dessa experiência de 2 anos que deixei de ler quase que completamente.
E sei que é por causa da falta de leitura que não sei escrever suficientemente bem para conseguir materializar os meus pensamentos e ideias em palavras escritas articuladas com a mestria dos letrados.
Nunca fui muito de leituras, o meu corpo precisava de movimento, a minha mente precisava de criar, a minha mãe necessitava da minha ajuda em casa, o meu pai levava-me para o seu trabalho, o meu ser vibrava com a  interacção com a natureza e o com o amor dos animais. E quando comecei realmente a ler, foi quando entrei na universidade. E qual não foi o meu desapontamento quando muito do que li até parecia escrito por mim (a essência, não a forma genial de descrever e sistematizar as ideias), as minhas reflexões sobre a humanidade e a sua justiça, ética e a metafísica, estavam ali. Senti-me miserável, um leigo a sentir que já sabia aquilo que os mestres do pensamento nos legaram.
O impacto foi tão grande que abandonei os livros e o curso de Filosofia. Voltei à acção, para colocar a Filosofia sobre o Bem e a Justiça na prática. Acabei por me licenciar em Serviço Social (recebi uma herança de uma tia-avó), e para isso li livros muito específicos, de Direito, como o Código Penal e Civil e Direito de Família, Sociologia, Antropologia, Políticas Nacional e Europeia, Economia, Estatística, portanto, mais técnico e com uma forte vertente prática (2 anos de estágio). Fiz relatórios de estágios bem cotados e uma tese de investigação social inovadora naquele Instituto. Mas pouco lia. Lia o essencial.
Preciso de escrever, escrevo quase todos os dias, mesmo que de nada se trate, mesmo que sejam futilidades, esquemas ou planeamento da vida prática, mesmo que sejam coisas simples e de senso comum. Crio pensamentos em vez de ler pensamentos porque, de certa forma, penso que tenho tido receio em perder a minha, senão originalidade, pelo menos a genuídade ou a inocência. Não queria sofrer influências ao ponto de não conseguir ser independente no pensamento.
Mas depois de tantos anos a escrever coisas inúteis, por não ter vocabulário e bases suficientes para me expressar, por querer aprender mais, começo a chegar a uma fase menos arrogante (quem sou eu para recusar estudar os mestres?) e já sem medo de sofrer influências e perder-me de mim.


"Amor Combate"

"Eu quero estar lá
Quando tu tiveres de olhar para trás.
Sempre quero ouvir
Aquilo que guardaste para dizer no fim.
Eu não te posso dar
Aquilo que nunca tive de ti,
Mas não,... te vou negar a visita às ruínas que deixaste
em mim.
Se o nosso amor é um combate,
Então que ganhe a melhor parte.
O chão que pisas sou eu.
O nosso amor morreu quem o matou fui eu.
O chão que pisas sou eu."

08 outubro 2013

8 ou 80

Não sou pessoa dada a depressões, nunca fui. A única que tive foi uma depressão involuntária que me atacou depois de uma disfunção hormonal pós-parto, e foi horrível. Adoro viver! Quando estou triste, estou verdadeiramente triste, vivo a tristeza com a mesma dedicação com que vivo a alegria. Cheguei a pensar se seria bi-polar, mas não, gosto apenas de viver intensamente.

Sou extremista?

03 outubro 2013

Sobre a fragilidade das Leis da Babilónia


O Homem usa as Leis para regular as suas relações, para regular a praxe em sociedade. Acreditam que assim se organizam e serão felizes. E à medida que foi crescendo a população, mais complexa se tornou a teia de leis. Constituições, Cartas, Códigos, Artigos, um amontoado de correntes derretidas em papel pelo fogo da racionalidade que sonha ser objectiva, justa e imparcial. 
Mas se formos ver bem, o que tinha de ser “descoberto” para uma sociedade virtuosa e feliz já é sabido e é transversal a todas a culturas, com as suas nuances de expressão simbólica, mas com a mesma essência. A “Lei” do Amor  é simples "Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento." Podem perguntar que Deus é esse. Ora, quem não vê é cego e quem não ama a vida (aquela artista que por aí anda a animar os corpos) não sente, é um miserável, portanto. "Amarás o teu próximo como a ti mesmo." Então se é um miserável, se é cego e não sente como pode amar-se a si e ao próximo? “A tolerância é a única religião” - O que é a tolerância? As leis é que não são de certeza, as leis nascem exactamente pela falta dela. 

Por isto e muito mais, enquanto a generalidade da humanidade não aprender a viver a simples Lei do Amor / da Vida haverá resmas de leis inúteis, incompletas e subjectivas que só nos afastam da harmonia, da liberdade e da verdadeira felicidade. 


02 outubro 2013

Algures


Estáva a preparar-me para a tua chegada, mas já sei que não vens. Se doi? Claro que doi, mas o que tem que ser, tem que ser e o que será, será um dia se tiver de ser. Se te espero? Não. Porque o que se espera nunca será como será e por isso é melhor não esperar nada daquilo que será no momento certo de ser e não no esperado ser. 

A caminho

Não preciso de nenhuma religião, só visito os templos por gosto pela história mística da Humanidade e a arte sacra. Não sigo nenhum profeta ou outro filho de Deus embora simpatize com Buda e, especialmente, Jesus Cristo. Sou um espírito independente de dogmas e rituais das Igrejas dos Homens. O meu caminho para Deus foi feito pelos meus pés que seguiram o ímpeto do meu coração. Sou “filho” de Deus porque me sinto filho é não porque mo disseram ou instituiram.
Agora só me falta chegar a ter a doçura no coração para ser completo. 

Já estou a tratar do fígado, é um começo.

28 setembro 2013

Está o caldo entornado

Really easy tempo and then hard.

Afinal, quem é que manda aqui?

"Os homens fazem as leis e as mulheres fazem os costumes."

Retirado de um programa brasileiro (?) durante um TV zapping

15 setembro 2013

Adoradores de Ídolos


São mais heróis os de obra interrompida pela tragédia, que aqueles que dedicaram toda a sua vida a uma missão ou obra, muitas vezes esquecidos...


Quem morre velho e com glória, teve que provar a vida toda que estáva à altura da ilusão do povo que precisa de criar ídolos. 

14 setembro 2013

Então era pastor

"Às vezes perguntam-me porque é que a minha música é assim tão distorcida. É o mundo que me rodeia. Vamos sentindo estas coisas. Ou a música sai triste ou revoltada. Eu, de qualquer modo, encaro sempre a música como um retiro espiritual e uma maneira de evoluir, para entreter as pessoas e as deixar num estado de espírito que seja favorável a uma mudança."


Filipe Mendes, que dá pelo nome artístico Phil Mendrix.

03 setembro 2013

Acordo Ortográfico

"Da Cor do Índico: Acordo Ortográfico - José Manuel Fernandes: Tem-se falado muito do Acordo Ortográfico e da necessidade de a língua evoluir no sentido da simplificação, eliminando letras desneces..."

30 agosto 2013

Tango Leporidae

Estáva a apreciar a paisagem,  quando vejo algo que fazia um trilho na neve na minha direcção, a princípio parecia um pequeno cão, mas à medida que se aproximava, enterrado no tapete amarelado pelas luzes, as suas orelhas indicaram-me de que se tratava de uma lebre, uma grande lebre da neve que desapareceu depois de ter passado por mim como se não me tivesse visto.


22 agosto 2013

Terráqueo de pés descalços numa estrada de alcatrão quente

Casa, lar ou ninho, família, bébés e crianças, maminhas com leite, amor e também fazer amor, carinhos e sorrisos, amigos do peito, a generosidade da Terra mãe e a sua maravilhosa expressividade,  ao som de uma bela banda sonora com um prato colorido à mesa e um bom vinho, é o que me basta para nutrir a alma e matar a sede desta minha energia encarnada na matéria. 
O resto são maçadas e castigos, futilidades e ilusões.

20 agosto 2013

Em sentido

"Tanto sentindo
com todos os sentidos
que pouco importa
não fazermos sentido."


Juliana Kalid

29 julho 2013

Jantar com o eco

Sempre ouvi falar da solidão como algo de penoso e mau. Nunca a senti. Quando estou só, gosto da minha companhia, da partilha comigo. E quando estou comigo e com a Natureza, são sempre momentos preenchidos e tantas vezes mágicos.
Se calhar nunca senti solidão porque nunca estive verdadeiramente só, sem pessoas à minha roda.
Mas agora que vivo uma nova experiência de viver só, numa casa vazia de pessoas e despida de móveis, livros e roupa, ainda assim não sei o que é a solidão. Será uma questão de tempo ou tenho mesmo uma faceta eremita?


27 julho 2013

Perfect Strangers

"I know I must remain inside this silent well of sorrow" 

A essência de Deus II

Deus é maravilhoso, grandioso, auto-suficiente, criativo, a transformar-se - “morrendo e nascendo” – eternamente e a manifestar-se de diversas formas e estados. Pegando numa obra de Deus, o Sol, por exemplo. O Sol alimenta o sistema solar, brilha, vive (mas vai morrer), respira e explode sem Medo, é Sol e sabe ser Sol e quando se sabe o que se é, qual o objectivo da própria existência, é-se pleno, assim como o Sol o é. E não é necessária a racionalidade para se chegar a ser pleno, a racionalidade é uma ferramenta humana que constroi conceitos limitados. Para se Ser não é necessário pensar nem sentir. Assim como o Sol também não pensa nem sente. Ser-se é fundir-se com a essência de Deus para lá da emoção e da razão. Consciência, Alma, Fonte, Eu Superior, Sopro da Vida, Energia, há tantos conceitos humanos limitados que tentam explicar a essência de Deus, mas dá para lá chegar quando se compreende (sabe-se lá como?) que somos obras e partes do todo - Deus - com um objectivo ou função, assim como o Sol sem Medo também o é e sabe para que serve. 

20 julho 2013

A essência de Deus

O Medo tráz a Dualidade.

O Medo tráz o inferno ao Homem que tem medo de viver e medo de morrer.

Com o Amor chega-se à Unidade.

E o que é o Amor senão viver e morrer sem Medo?

16 julho 2013

Fuck the Pope (with Love)

Com o novo Papa Francisco o meu coração enche-se de esperança, será que este 266º Papa da Igreja Católica Apostólica Romana lutará por ser o último?
Que a mensagem de Jesus inspire o seu coração, o Espírito Santo alimente a sua consciência, o Sol ilumine o seu espírito e, por favor, que os Anjos o protejam.

14 julho 2013

A idade do lobo

A minha mãe sempre me falou que a década dos 40 era a idade do lobo. Soava-me a algo perigoso, uma época de perdição. 

Passada a barreira dos 40 anos há algo que fica definitivamente para trás, a juventude, a fresca beleza do corpo que alberga o meu espírito, mas o que é maravilhoso é que isso não me incomoda. Passo por um renascimento, sinto a minha alma tão bela que transbordo luz pelos poros. Sou como um fruto maduro, no ponto, doce e suculento.

O que será que a minha mãe queria dizer com a idade do lobo? 

09 julho 2013

O tempo voa

Só agora reparei que este blogue faz 5 anos, como é possível? Não sei se é motivo para comemorar, antes pelo contrário, nem sei qual o valor deste blogue,  o seu verdadeiro objectivo, nem a sua utilidade para os leitores. Sei que é o meu diário.
De qualquer forma vou abrir uma garrafa de vinho verde para fazer um brinde aos meus leitores e porque o tempo o pede.

Quem é que agarra o touro?

Na conjuntura económica e política portuguesa, o actual governo está em maus lençóis. Mas já esteve pior, afinal o Primeiro-Ministro acabou de se livrar do ministro Relvas, um crápula e do ministro Gaspar, um homem com rins fracos – medo -  por isso sem visão e o ministro Portas, o mais capaz da equipa (infelizmente, porque pessoalmente não gosto nada do homem), ganhou espaço para “mexer” na economia (tendo conseguido isso da pior maneira, teria sido melhor ter-se ido embora também). Mas mesmo assim, penso que são boas notícias. Pouco conheço das capacidades técnicas e humanas da nova ministra das Finanças, já ouvi falar mal dela, mas como é desporto nacional falar-se mal um dos outros, estou a dar-lhe o benefício da dúvida e aguardo notícias da sua intervenção.

O país está de rastos, falta dinheiro, falta confiança, falta bom senso, falta fé, mas não há alternativa ao Governo actual, nem por sombras, será um desgaste de energias se o derrubarem, correndo o risco de ficarmos nas mãos do Portas e o seu CDS-PP (embora isso seja bem provável vir a acontecer no futuro, mas por enquanto é muito perigoso este senhor apanhar-se com o poder nas mãos) ou do outro Tó(tó) com mania que é Zé esperto (até tenho uma vontade sádica, que Deus me perdoe, de ver o Tó Zé Seguro inseguro, no lodo, e a provar que não será capaz de fazer melhor, mas que se lixe a minha vontade sádica). A menos que em 3 meses apareça um novo partido de mentes esclarecidas, com “costas quentes” e determinação para agarrar o touro pelos cornos, o que é pouco provável.

Deixem lá o P-M acabar o seu mandato, o homem é idealista, tem força de vontade, ainda a esperança de um jovem e talvez lhe tenham servido de lição os erros cometidos. Tenham paciência, criticar é fácil, mas de certo que poucos gostariam de estar onde ele se encontra, com este pepino, pior, este abacaxi espetado num lugar que eu cá sei. Dêem-lhe um voto de confiança para que sinta ainda mais forte a missão que tem nas mãos, para que o negativismo não lhe tolde a vontade. Precisamos de coesão nacional. Dêem-lhe tempo, que ele até vos pode surpreender, pela positiva, claro.

04 julho 2013

Independence day

Faz hoje 5 anos que me beijaste pela primeira vez. Bem sei que para ti foi só uma brincadeira, mais uma experiência libidinosa. Mas para mim, ali, na areia, começou uma vida nova...abandonada por ti, resgatada por mim como água guardada num poço que espera alimentar um oásis.

03 julho 2013

Bolha

Inundação na Tugolândia – a assistir à agonizante decadência do meu outrora belo país. O país que escolhi para deitar as minhas sementes.

Entro na bolha? Ou afogo-me com eles?

30 junho 2013

Filhos do Sol


Fotossíntese, vitamina D, electricidade, calor, luz...Como não percebi antes? Foram necessários tantos anos para compreender aqueles nasceres e pores-do-sol em que senti que sem Ti não existiria, que sem Ti não havia esta vida.

Terra, minha Mãe, escolheste um bom marido.

17 junho 2013

"De pequenino se torce o pepino"

Voltar a fazer um tapete de arraiolos é como andar de bicicleta, nunca se esquece. Então em companhia desta banda sonora, a agulha até voa!

15 junho 2013

Palavras leva-as o vento, o jornal é bom para limpar vidros e a net só funciona se estiver ligada

O que mudou depois do 25 de Abril? Muita coisa, umas para melhor outras para pior, mas a principal mudança foi o fim da censura e o início da liberdade de expressão.

Na era das comunicações, todos falam, uns com razão outros com menos, mas esse palavreado parece não levar a nenhum lado, afinal as palavras não chegam onde deveriam chegar, são incapazes de mudar seja o que for. Inspirados discursos não passam de uma crónica de jornal, dum post num blogue ou duma nota no Facebook com muitos likes.

Há apenas muito ruído. A Revolução de Abril (mudança) fez-se no silêncio e na acção. O que andamos nós a fazer?

13 junho 2013

Daí o sucesso do Harry Potter

"Durante muito tempo, na sociedade ocidental, a vida de todos os dias só pôde ter acesso ao discurso quando atravessada e transfigurada pelo fabuloso; era preciso que ela fosse retirada para fora de si própria pelo heroísmo, a façanha, a aventura, a prudência e a graça, eventualmente a perversidade; era preciso que fosse marcada por um toque de impossível. Só então se tornava dizível. Aquilo que a punha fora de alcance permitia-lhe funcionar como lição e exemplo. Quanto mais a narrativa fugisse ao vulgar, mais força tinha para fascinar ou persuadir.

Desde o séc. XVII, o Ocidente viu nascer toda uma 'fábula' da vida obscura de onde o fabuloso se achou proscrito. (...) Nasce uma arte da linguagem cuja tarefa já não é cantar o improvável, mas pôr em evidência o que não é evidente (...) A partir do momento em que se instala um dispositivo para forçar a dizer o 'ínfimo', aquilo que não se diz, que não merece glória nenhuma, o 'infame', portanto, toma forma um novo imperativo que vai constituir o que se poderia chamar a ética imanente aos discursos literários do Ocidente: as suas feições universais vão esbater-se pouco a pouco; já não terá por tarefa manifestar de modo sensível a excessiva exuberância da força, da graça, do heroísmo, do pudor; mas sim irá à procura daquilo que é mais difícil de notar, o mais oculto, o que dá mais trabalho a dizer e a mostrar, enfim o mais interdito e o mais escandaloso. Uma espécie de injunção de desentranhar a parte mais nocturna e mais quotidiana da existência (...) vai traçar aquela que é a direcção para que pende a literatura desde o séc. XVII, desde que é literatura no sentido moderno do termo. A ficção substituiu desde essa altura o fabuloso, o romance libertou-se do romanesco e não se desenvolverá a não ser na medida em que dele se se for libertando cada vez mais completamente. A literatura faz assim parte daquele grande sistema de coacção por meio do qual o Ocidente obriga o quotidiano a pôr-se em discurso."
 
Michel Foucault, O que é um Autor

 

12 junho 2013

Never take it for granted

Sejam de amizade, amor, maternais, paternais, fraternais, as relações necessitam de ajustes, de reconquistas, de novos desafios, de “provas de amor”, de confirmações de confiança. Aprofundar uma relação exige não ter medo de se ficar a nu, a cru, com tudo de bom e tudo de mau que nos vão descobrindo, sem máscaras, sem jogos, com coragem de se ser o que se é num palco cheio de holofotes. Mesmo que haja a consciência de que há épocas obscuras em que nos encontramos perdidos, enlouquecidos ou enraivecidos, de que alguma parte de nós apodreceu ou queimou-se, de que temos características que se tornaram vincadas pelo tempo, de que o impacto do sofrimento nos deixou tristes ou ressentidos...
Mesmo assim...
Não podemos continuar a viver num relacionamento somente porque fizemos coisas belas no passado, nem naquilo que fomos, porque o que foi já se foi, o que fomos já não somos e o que temos são estes momentos vivos de hoje que determinam a qualidade da relação. E qualidade, pressupõe-se melhoramento, crescimento, e já agora, felicidade na partilha.

Senão não vale a pena!

10 junho 2013

"Come on, Dover! Move your bloomin' arse!"


"Aquele que deseja mas não age fermenta pestilência."

William Blake

Título: My Fair Lady

09 junho 2013

Obesidade mórbida

De olhos cravados no vazio, deambulam ondas de abandono. Se pudesse acordar. Daria tudo para acordar. Despertar para uma vida sem memórias. Como me posso livrar deste peso?

08 junho 2013

Reflexões sobre o Feminismo

Se falam e agem como se não acreditassem no amor, como se todos os homens não prestassem, como podem inspirar e esperar o amor de um homem?
 
A emancipação da mulher não é ter a liberdade para abrir as pernas sem se ser chamada de puta.

06 junho 2013

Como é fácil ter fama


Quando era adolescente, como quase todos os adolescentes, tinha posters colados às paredes do meu quarto com os meus "ídolos". Era uma colagem feita por mim, com fotografias retiradas da revista Playboy e outras em que estivessem retratadas as mulheres mais belas do mundo.
Ora, para uma adolescente popular, não ter namorados e ter mulheres (muitas nuas) na parede do seu quarto era coisa estranha.

Então a opinião pública fez as contas: 1 + 1 = Gay!

Não me importei nada com a fama. Porque teria eu de namorar se não havia pretendente que me tivesse conquistado o coração ou, no mínimo, estimulado a curiosidade?

E porque, sendo eu mulher, haveria de esconder a minha admiração pela beleza e graça feminina?

05 junho 2013

Nacos e tacos

Ele olhava para as ancas redondas e as nádegas rechonchudas dela a rebolarem a cada passo que dava nos seus saltos altos, para a esquerda, para a direita, como que numa dança suave e doce.

Aquilo é que era uma mulher - pensava  ele - não aquelas lindas esqueléticas com as calças descaídas a mostrarem os ossos nas passarelas de Paris e Milão.

Quinhentos anos depois...


"Se vires alguém abandonado aos seus apetites, rastejando no chão, é uma planta que vês e não um homem."
 
Picco della Mirandola, 1463-1491; Discurso sobre a Dignidade do Homem

28 maio 2013

“Amor e uma cabana”

Parece uma lenda, soa a mito, mas é possível porque já os tive. Ter amor e um lar é tudo o que se pode desejar. E tê-los, é coisa valiosa. E quem os tem, tem do melhor que se pode ter. E aqueles que não lhe vêem valor, ou são cegos ou não sabem o que é o verdadeiro significado da expressão “amor e uma cabana”, e também não devem saber o que é ser feliz.

20 maio 2013

Pentecostes

Tinha combinado com uma amiga ir ao Convento da Arrábida, onde nunca estive, para celebrar o Espírito Santo. A amiga preferiu o amor, está certo, é também uma manifestação do Espírito Santo e eu fiquei só, alegre e contente, a pintar móveis.

Ao entardecer, depois de um dia bom, vou ao Facebook, new feeds: Fulano escreve um inspirado comentário sobre a celebração do Pentecostes e logo a seguir, noutro comentário, sicrana dedica a sua vigorosa fé a apoiar o Benfica.

Ora, todos têm amor por algo, todos dedicamos um pouco de nós a uma coisa grande ou que se faz de grande, uns pela fé espiritual, outros pela fé orgulhosa, outros pela admiração do sagrado da montanha que encontra o mar...

Por mais diversa que seja a expressão humana, há lá sempre o sagrado ou a glória. Deve ser o reconhecimento inconsciente deste magnânimo organismo do qual somos parte...

19 maio 2013

Sobre a ordem do universo e a ordem dos Homens

O Homem, na sua busca de prazer teve sempre diversas experiências sexuais, homens com homens, homens com mulheres, mulheres com mulheres, homens e mulheres com animais, objectos, raízes ou frutas, homens e mulheres com crianças, também.

Para que o universo se mantenha vivo e tenha continuidade, somente o encontro e a relação entre yin (protão) e o yang (eletrão) o poderá manter. E igualmente, para se gerar vida humana, só é possível com a união do óvulo (yin) e do espermatozóide (yang).

Portanto, a busca de prazer dos Homens pode estar completamente desvinculada da natureza do universo.  

Mas o Homem é um grande inventor de artimanhas para continuar a defender o seu prazer e construir normas sociais para se manter na festa.

Tenho sentimentos confusos sobre a aprovação do Projecto Lei para adopção para casais do mesmo sexo. Por um lado, estranha-se um lar sem yin e yang , por outro, quantas crianças a precisar de um lar e quantos homens e mulheres com amor para dar?

Este é um novo facto da história da humanidade, a homossexualidade sempre existiu mas nunca como pilar fundamental de uma sociedade: a família.

Será bom ou mau? Não sei, só sei que tudo isto é novo e tudo o que é novo ou dá entusiasmo ou assusta.

17 maio 2013

Truques


"O SEXO

O famoso comediante Groucho Marx escreveu um bem-humorado, mas seríssimo, texto sobre a paixão:

     — "Eu acredito que o amor verdadeiro só aparece quando o fogo inicial da paixão diminuiu, e as brasas ficaram ali ardendo." Isso é amor. Este tipo de relação só conhece o sexo de vista e de lembrança. Suas partes componentes são a paciência, o perdão, o entendimento mútuo, e uma grande tolerância pelas faltas do outro.

     — "A paixão é um truque. É uma pena que, como diz Shaw, justamente quando duas pessoas se encontram sob a influência da mais violenta, insana, e ilusória das paixões, sempre aparece alguém exigindo que permaneçam continuamente nesta condição excitada, anormal e exaustiva, até que morte os separe".
 
In Maktub - Paulo Coelho

12 maio 2013

Lei do retorno

A França de Napoleão invadiu os estados Germânicos e a península Itálica  e muitos outros países, inclusivé Portugal. Um século e pouco depois, a Alemanha e Itália invadem a França.

Portugal, um Império durante quase 5 séculos, um grande colonizador cheio de terras, recursos humanos e naturais, é actualmente um país pobre.

“Cá se fazem cá se pagam”, mesmo que sejam os nossos filhos a pagar.

11 maio 2013

Sem sangue, nem missão

Estive a ver o filme “À procura do soldado Ryan” enquanto grande parte dos portugueses, que dizem viver uma crise, se excitam com o futebol. Se ao menos usassem essa paixão, esse vigor de esperança em prol de algo mais nobre e mais útil para além do orgulho (1 dos 7), como, por exemplo, trabalhar por um país mais justo e próspero?

Enfim, é o que temos...não é tão mau como uma grande guerra...

08 maio 2013

"Inútil paisagem"

Parece que antigamente era mais romântico...
Nos dias de hoje é só para alguns.

If You Never Come To Me (Inútil Paisagem) - Frank Sinatra & Tom Jobim


07 maio 2013

Cornadas na pança!

É costume dizer-se que uma mulher forte é uma guerreira. Uma guerreira que anda sempre na luta. Ora, o facto de não querer andar em guerra, embora tenha algum mau génio, não faz de mim uma pessoa mais fraca por me recusar ser guerreira. Não sou guerreira, não quero guerra, não quero andar ao ataque nem na defensiva. Igualmente não luto pela paz, porque para se ter paz tem que deixar de haver luta, guerra, confronto, conflito. Não se luta pela paz, não se conquista a paz através da guerra. A paz é para ser vivida sempre que possível, é para ser praticada todos os dias e em paz.

E o facto de me recusar ser guerreira não quer dizer que não seja forte, sou forte como uma pedra dura que vai aguentando a pressão, a erosão. Ás vezes reajo agressivamente, mas não passam de rompantes de génio, tipo relâmpago seguido de trovão, que depois da chuva dá lugar ao sol.

Sou forte como uma cabra com cascos e cornos rijos que galga montanhas e arrisca a vida nas alturas, mas singela e tímida, que nada mais quer senão uma erva verde e a paz do silêncio da montanha, entrecortado pelo vento.

05 maio 2013

Mãe, Maria, Mágica


Lembras-te quando dançávamos juntas esta música?

29 abril 2013

O eterno deleite


"Todas as Bíblias ou códigos sagrados foram causas dos erros seguintes.

 1. Que o Homem tem dois princípios realmente existentes, i. e., Corpo e Alma.

 2. Que a Energia, apelidada de Mal, só pertence ao Corpo, e que a Razão, apelidada de Bem, só pertence à Alma.

 3. Que Deus atormentará o Homem pela Eternidade por este seguir as suas Energias.

 Mas são Verdadeiros os seguintes Contrários.

 1. O Homem não tem o Corpo distinto da Alma; pois aquilo a que chama Corpo é uma porção da Alma discernida pelos cinco Sentidos, as principais enseadas da Alma nesta era.

 2. A Energia é a única vida e pertence ao corpo, e a Razão é a fronteira ou circunferência externa da Energia.

 3. A Energia é o Eterno Deleite."
 
[William Blake, excertos de «Casamento do Céu e do Inferno», 1790-93]

28 abril 2013

- São flores, Senhor!

Acabo de chegar do interior bem interiorizado do Alentejo, a avistar as planícies e montes pitalgados de lindas flores. Facto bastante simbólico sobre as terras Lusas, abandonadas, que só quase servem para dar flor 2 meses por ano, tal como as suas gentes de mente criativa mas efêmera, sem visão para além da próxima Primavera em que poderão florescer novamente, sem esforço, espontaneamente, sem ter que construír, tipo pinheiro que leva 50 anos a ficar “maduro”.

Ai, se pelo menos nos tornássemos grandes produtores de mel especial, e doces e rebuçados de mel e, porque não também, de licor de mel; era só lá pôr as colmeias, pois as abelhas não cobram salários e a Primavera oferece a matéria-prima.

Mas não, nem isso, nem cortiça, nem presunto de porco preto, nem licor de bolota, nem queijo de ovelha, nem lã, nem tapetes de Arraiolos, nem óleos essenciais de alfazema, nem azeitonas com oregãos, nem cavalos Lusitanos, nem cães Podengos, nada, um pouco de oliveiras – azeite - (quiçá dos espanhóis), um pouco de vinhas - vinho sem trademark, umas vaquitas, as habitués turistas – cegonhas e andorinhas - de resto... só muitas flores.

27 abril 2013

25 Abril 2013

Pensando bem, que grande revolução foi a de 1974 em Portugal. Um golpe de Estado sem uma gota de sangue. Não foi preciso matar rei, presidente, capitão ou gente inocente.

Hoje, sem glória nem colónias, sem monarquia nem ditadura, sem democracia nem morte e sangue, sem revolução nem bravos, somente involução!

Será que depois da involução virá a erupção?
E depois da erupção, o fim ou a destruição seguida do Renascimento das cinzas fertilizadoras? 

25 abril 2013

Acorda Portugal!

"Algo down"


24 abril 2013

Rejubilar

Sempre notei em mim algo de especial, não sabia explicar o que era, mas agora já sei.
Depois de anos em busca do conhecimento do eu, do ele, do nós, da terra e do céu chegou a hora da clarificação. Foi um processo longo de escuta, a ouvir a música das esferas, a ouvir vozes, violinos, tambores e guitarras, a ouvir as ondas e os trovões, a ouvir o meu coração, a sentir, a dor e o prazer, o vento, o frio e o calor, a provar o picante e o doce, a mastigar... A estudar os livros de ciências, a sistematizar, partilhar, refutar, a sintetizar, a unir, a intuir... chego a um estado estranho, mas reconfortante, entre o que sou e o que vou sendo através da eternidade. Como posso eu ter memórias dos tempos de Akhenaton? E porque tenho um chamamento do Chile? E porque me foi tudo tão familiar no Japão? E como sinto que voltei a Portugal? Disso não sei, nem procuro saber, sei que sou eterno e ser-se sabendo o que se é, é simplesmente muito bom!

23 abril 2013

Esta é do baú

Numa terrinha do centro interior do Brasil havia uma discoteca, o Clubinho, muito, muito fora do meu mundo. A minha educação musical não tolerava as brasileirisses e os produtos de massa dos Estados Unidos da América, referência internacional de excelência naquelas longínqüas paragens. E para conviver tinha que levar com cada tortura musical... Ai, era com cada ressaca moral!
Lentamente estabeleci uma relação de proximidade com o Dj para ver se ampliava o seu campo de audição em cultura geral musical e um dia decidi levar-lhe esta  música - em 1987 - achando que era uma  simples música dançante e de fácil "digestão" capaz de conquistar os corações dos caipiras. Para meu espanto, ele recusou a sugestão.

Passados uns anos deixei a tal terrinha nos cafundeus de Judas de volta à Europa. Quando lá retornei em 1993, na euforia da minha chegada, na festa, os meus amigos levaram-me ao Clubinho (ainda a única discoteca da terrinha) para dançar a comemorar. E ao entrar a tal música começava a tocar. Ahahahahah! A vida dá cá cada volta!

10 abril 2013

Reflexões de um recrutador

Na China usam-se outros símbolos, que não as letras e palavras, são símbolos que indicam ideias. Crise em chinês é representada por um símbolo que tem em si a ideia de perigo + oportunidade. Não poderia haver interpretação mais verdadeira sobre o que significa a crise.

Posto isto, venho por este meio agradecer aos últimos Governos de Portugal por terem criado esta crise e em especial ao actual, que anconselhando a investir na exportação me trouxe a oportunidade de vingar a exportar recursos humanos altamente qualificados.

Num país precário, com poucas ofertas de trabalho ou boas condições laborais, as pessoas querem emigrar e eu limito-me a encaminha-las para excelentes oportunidades de trabalho no estrangeiro. Mas mesmo sem mazela ética e moral, a situação põe-me a pensar: com esta gente toda a ir embora... quem fica? Pobres, velhos, ladrões, mendigos, algumas famílias com heranças, uns estrangeiros que gostam de sol e uns poucos resistentes...

Pergunto: - Onde está a oportunidade para Portugal?

08 abril 2013

Stop!

"Worrying is praying for what you don't want."

Bhagavan Das

07 abril 2013

“Alice no país das maravilhas”

Sou um animal político e por isso não aprecio o cenário político actual do meu país. Que lamaçal! Uns pategos a nadar num lago sem água, todos sujos de lama...

Oh, meu Deus! Digam-me que isto não está a acontecer!!

A minha sorte é que aceito o que não posso mudar e construí uma ponte para o paraíso e só aqui venho para não ser um ser alienado desta alienação.

29 março 2013

Portugal visto de fora

Tenho uma amiga gaúcha (do Estado do Rio Grande do Sul – Brasil) muito engraçada que é de opinião que, na generalidade, o povo português não gosta de pensar e que seria bom proibir de pensar, porque só assim, por serem do contra, iriam começar e pensar e emergiriam grandes cérebros capazes de uma nova revolução e transformar Portugal num país decente.

Prece

Dom Afonso Henriques, Egas Moniz, D. Dinis, Rainha Santa Isabel, Nun’Álvares Pereira, Filipa de Lencastre, Infante Dom Henrique, o Sapateiro de Trancoso...
Isso foi no início, e agora?
“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce. Deus quis que a terra fosse toda uma, que o mar unisse, já não separasse. Sagrou-te, e foste desvendando espuma. E a orla branca foi de ilha em continente, clareou, correndo, até ao fim do mundo, e viu-se a terra toda inteira, de repente, surgir, redonda, do azul profundo. Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez. Senhor, falta cumprir-se Portugal!” O Infante – Fernando Pessoa.
Falta, pois falta. O que fazer? “Vivendo Portugal, neste momento, uma encruzilhada de opções, as cores da nova bandeira poderão levar-nos a cumprir, com coragem, a missão de transformadores ou enfermeiros de uma Europa doente, através da integração do culto do Espírito Santo na vida diária das pessoas, do país e do continente, o que trará alegria e abundância; ou resvalaremos, cada vez mais depressa, pela rampa sem regresso das paixões, da degradação moral, da magia negra e da corrupção, até se atingir um estado de loucura colectiva a poder levar ao enxofre da destruição.” História Misteriosa de Portugal - Victor Mendanha.
Dá para refletir. Tanta mediocridade à minha volta e não saber o que fazer, como obrar a transmutação. Só, já faço por mim e isso ajuda? Claro que não ajuda. A mim basto-me, mas tenho mais para dar. Quero cumprir a minha missão. Meu Pai, não me deixes morrer em vão!

19 março 2013

O polvo

Depois de 21 anos (desde que tenho a minha conta bancária) a resistir com determinação irreverente, tive que me render às exigências da modernidade e obter um cartão de crédito. O meu primeiro cartão de crédito... nem tenho palavras para descrever a sensação de fracasso que sinto. Vivo neste emaranhado de dependências dum cidadão que paga por tudo e por nada numa dita democracia, em que um Estado com capa social e entranhas liberais imorais, cego de ideais, me usurpa a riqueza e as oportunidades de prosperar em troca de protecção e paz. Paz essa, um tanto subjectiva porque nas pequenas grandes guerras diárias, que grassam as minhas forças, também derramo sangue em sacrifícios e lágrimas pelas injustiças. Paz provisória, pois vive-se sempre na eminência de uma guerra, senão para quê que servem os polícias de choque e os exércitos com as suas armas?

Isto tudo por causa de um cartão de crédito? Sim, por causa da imposição, já não me bastam as amarras ao Estado e as outras obrigações de cidadão, como os seguros? E agora as conivências com os bancos e as regras comerciais da grande rede?

Coitado do animal polvo, não tenho nada contra ele, só o referi porque tem muitos braços com tentáculos que se colam, é um excelente predador e um dos animais mais tóxicos para os humanos.

13 março 2013

Fuck the Pope

Quando é que o Império Romano cai?

12 março 2013

Acorda Portugal!

"Nem rei nem lei, nem paz nem guerra, define como perfil e ser este fulgor baço da terra que é Portugal a entristecer. Brilho sem luz e sem arder, como fogo-fátuo encerra. Ninguém sabe que coisa quer. Que ânsia distante perto chora? Tudo é incerto e derradeiro. Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro - É a Hora!"

Fernando Pessoa Mensagem

11 março 2013

Soldadinhos de chumbo

As sociedades modernas apresentam níveis assustadores de intoxicação por absorção de metais pesados, como o chumbo, e ainda mais assustador é, porque não há como fugir, estamos minados, eles estão na água, no ar (fumos de cigarros, combustão dos carros e algumas incineradoras), nas cerâmicas vidradas e vidro, nas conservas e tintas para cabelo, nas sementes agrícolas e nas águas e terras poluídas pelas indústrias. E existem outros metais tóxicos como o mercúrio, cádmio e o alumínio, também presentes em “coisas” que usamos diariamente como um simples desodorizante, um comprimido, a farinha branca para fazer um bolo, refrigerantes ou o sal refinado.

A intoxicação é lenta, não nos mata logo, mas mói, e por isso estamos doentes. Os efeitos tóxicos destes metais no organismo provocam principalmente o enfraquecimento do sistema imunitário (rins)  e causam estragos no cérebro e sistema nervoso que estão na origem de depressões, ansiedade, baixa concentração, confusão mental, alterações eléctricas dos neurónios, insónias, irritabilidade, apatia, medo, demência senil e hiper actividade infantil. Não esquecendo o flagelo do cancro. Excusado será dizer que também dão cabo do fígado, por isso, andamos enraivecidos, mas pesados, incapazes de reagir contra a manipulação duns, que lucram com as “drogas” (democracia coxa, químicos legais e ilegais, progresso, indústria do sexo, prestígio) para aliviar as “dores” (físicas, emocionais, mentais e existenciais). E torna-se um ciclo vicioso perverso. Um ciclo lento de agonia causada pelo peso do chumbo depositado nos nossos orgãos e nos nossos ossos.

E mais preverso o cenário é, porque sabemos que estamos expostos a toda esta poluição que criámos e que consumimos como se nada fosse. Sofremos do síndrome do Homem envenenado. 

Deve haver uma conspiração, isto não é possível!? Depois da morte de Deus, ou dos Deuses, os Homens ficaram perdidos e por isso, difíceis de manipular, então envenenam-nos para permanecerem enfraquecidos, iludem-nos com as maravilhas do progresso enquanto os mantêm cativos.
 
Sim, Aldous Huxley era um visionário.  

08 março 2013

Recadinho ao XIX Governo de Portugal

"Se um Homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe é favorável."

Séneca

05 março 2013

Morreu um homem doente

Hugo Chávez, o presidente da Venezuela morreu. Conheci-o. Era um homem de fortes convicções. Com um ideal. Com grande capacidade de realização, trabalhador, determinado. Mas com um objectivo de vida atordoado por monstros da infância e adolescência, um homem corroído de frustração, por falta de amor e atenção. E chegou longe, muito mais longe que a maioria dos homens, mas pelo pior caminho para chamar a atenção, ser reconhecido, poderoso, respeitado e amado.

Querido filho de Deus, o teu tormento acabou. R.I.P.  

28 fevereiro 2013

Bright

“Know the rules well, so you can break them effectively.”
 

Dalai Lama XIV

Às armas, pró c******

Não quero ser um guerreiro, porque já sou o cão do pastor.

20 fevereiro 2013

Porto Seguro II

Sabes porque sou feliz?
Porque respiro a essência da vida. Não conheço todos os fenómenos de manifestação  divina, mas compreendo-lhe o mecanismo e sinto-lhe a natureza. Por isso, o meu tormento é simplesmente humano, a dificuldade em compreender e viver num mundo criado por humanos desequilibrados que me perturbam o caminho. A vibração da confusão instalada na vivência humanóide é absolutamente destruidora e de má índole. Uma mentira escabrosa! Como poderia ficar indiferente a esta loucura e não me perturbar?
Para se viver nesta sociedade que conheço temos que estar sempre em guerra, ora à defensiva, ora ao ataque. Eu não quero e não gosto de viver assim, mas ainda não descobri uma forma de não me afectar pela estupidez humana cravada na minha mente e no meu corpo. Por isso sofro. Mas só por isso. Porque a minha relação com o Universo em simbiose com a sua magia e maravilhas fazem de mim um ser em paz, grato e feliz.

Porto Seguro

19 fevereiro 2013

Trigrama

Conheço pouco sobre Mandalas, sei que são desenhos bonitos e simétricos oriundos do Oriente, creio que da Índia, e com um valor espiritual.

Num curso, recebi uma folha verde e aguarelas de um mestre Yoga que me pediu para fazer uma. Durante 35 minutos dediquei-me ao acto de criação da minha primeira Mandala. Concentrei-me no desenho, na simetria e na sua aparência estética sem pensar no seu simbolismo, sem integrar qualquer significado, até porque não fazia a mínima ideia dos significados simbólicos das Mandalas.

Mal acabado o exercício, alguém a meu lado disse: - parece um símbolo dos Templários.

Qual não foi o meu espanto ao observar melhor o desenho e verificar que realmente parecia um símbolo dos Templários com um círculo interior  azul e branco, depois de um centro amarelo com ligações a outros círculos compostos por formas de cor vermelha e verde (o verde da folha de papel integrado no desenho) que desvendavam a forma de uma cruz pátea. 

Como é que aquela simbologia apareceu sem eu ter pensado nela enquanto criava as formas e integrava as cores no desenho da minha primeira Mandala?

Será influência da história da minha pátria enraizada no insconsciente ou terá algum significado mais profundo? Como uma missão espiritual que perdura na alma daqueles que estão em conexão com o espírito sagrado que une o Filho ao Pai.

14 fevereiro 2013

Absinto

E eu que pensava que as memórias do passado eram a única coisa concreta da minha vida? Mas se as memórias do passado são ilusões, e eu fruto desse passado, por isso, também eu ilusão, quem sou eu? E o que é a vida? A primeira sensação, depois desta reflexão, foi um balançar de estruturas, porque se tudo é ilusão (passado também), então o dito facto, a acção, a suposta realidade também o é, e por isso a ilusão é a única realidade.

Por outro lado nasceu uma nova perspectiva, se a memória do passado é ilusão, então todas as dores, os traumas, as alegrias são igualmente ilusões e assim, não tenho que sofrer ou alegrar-me ao recorda-las no presente, nem toldar o meu espírito com aquilo que julguei viver mal, e muito menos ter medo (também ilusão) do futuro. E as sensações do corpo? O corpo é um mero servo da ilusão, um instrumento de experimentação efémera, porque o presente está sempre a tornar-se passado, e tudo não passa de..., de um sonho? Um filme da nossa mente? Pensando bem até que pode ser bom. Livrar-me de tudo que passou, começar a cada instante da eternidade uma nova vida, desprendida da História, sem o peso das pedras dos castelos e muralhas que construímos.

O pior, é que depois desta reflexão a modos que conclusiva, não consigo sentir a leveza que uma vida ilusória deveria proporcionar.

Não me ensinaram como viver a eternidade e aceitar a ilusão como realidade. Ainda julgo que existe uma placenta ligada ao passado que alimenta o presente e que sonha o nascimento do futuro.

Ainda não sei ser plenamente ilusão. Tenho uma pedra no sapato.

12 fevereiro 2013

O retorno do louco


Dizem que a paixão dura cerca de 2 anos, esses já passaram. Quanto tempo dizem que dura o amor? Ou será isto tudo uma grandessíssima comédia?

Nocturne

About today

You're my favorite daydream

Castles in the Snow

05 fevereiro 2013

O ouro perdido

"A história, proveniente da queda, isto é, de não ter tido o homem bastante confiança em Deus, trouxe sucessivamente outras quedas: uma delas e porventura a mais terrível, foi a de terem os homens deixado de serem à imagem e semelhança de Deus nesse ponto: o de serem capazes, como ele, da multiformidade da vida e não apenas da sua uniformidade. Fomos todos obrigados a ser especialistas. (...)
É por este lado o Renascimento uma das raras épocas da história em que se firma de novo a nossa confiança de que a humanidade não é massa medíocre e amorfa de que emergem modelados picos a topetar o céu, mas pelo contrário a inexplorada mina em que, por alquimia nova, toda a ganga que porventura houver ou aparecer se transformará em metal de seguro quilate."

Agostinho da Silva, As Aproximações, 1960

29 janeiro 2013

As duas faces da moeda

Será que uma pessoa boa, torna-se má por conviver com pessoas más?
Ou será que essa maldade já lá estava em potência e só precisava de um incentivo para se manisfestar?

28 janeiro 2013

Vulvas vulgares

O lado negro da emancipação feminina é que ao facilitarem o acesso ao sexo, os homens já não têm razão para se “sacrificar” nas artes da conquista. Há gajas boas prontas para curtir em qualquer esquina sem qualquer compromisso, nem mesmo financeiro (quantas prostitutas perderam a sua fonte de rendimento). As mulheres, na sua ingenuídade, perderam o único tesouro que poderia fazer dos homens os seus aliados e companheiros. Perderam a arte do mistério, a arte feminina de encher o coração dos homens de amor e ternura e o poder que advém da sexualidade.

Tudo o que era mais sagrado tornou-se vulgar. Foi pior a emenda que o soneto, ó feministas solitárias, profanas e tristes!

 

27 janeiro 2013

"Strawberry Fields Forever"

O eu busca no outro algo de si, espera do outro uma combinação de caraterísticas que aprecia, aprova e que estejam em harmonia com aquilo que é, a tal familiaridade que conforta. O outro encerra em si a oportunidade que o eu tem para se desenvolver e ser.

A partilha com o outro é um recurso (emocional, psicológico, material), mas raramente é uma partilha despida de condições. Nas relações mais íntimas a situação piora, o eu relaciona-se com o outro mediante expectativas daquilo que espera do outro como condição para a sua felicidade. Em casos patológicos, instala-se a guerra quando o outro não corresponde ao que é esperado pelo eu intolerante (guerras religiosas, por exemplo). Por isso, são tão difíceis os relacionamentos, sejam amorosos, maternais, fraternais ou sociais.

E por isso, o sofrimento continua, numa roda viva de relacionamentos frustrados, de desapontamentos, porque o eu continua a esperar dos outros aquilo que espera ou julga justo receber e não aquilo que têm,   sabem, conseguem ou podem oferecer. A natureza dos seres humanos, que precisa de se relacionar, está acorrentada ao mundo da ilusão do ego, da idealização do outro, da expectativa. O eu acaba por esperar que o outro seja aquilo que o eu deseja e não aquilo que o outro realmente é.

Posto isto, resta que o eu aprenda a praticar o amor incondicional e só aí poderá ser feliz, porque será o eu na partilha com os outros, independente dos outros. A isso chama-se liberdade! E o eu só é feliz quando é livre!

26 janeiro 2013

Coração partido, mas com poesia

 
"O meu coração quebrou-se
Como um bocado de vidro
quis viver e enganou-se"
...
"A pálida luz da manhã de Inverno,
O cais e a razão
Não dão mais esperança, nem uma esperança sequer,
Ao meu coração.
O que tem que ser
Será, quer eu queira que seja ou que não.

No rumor do cais, no bulbício do rio
Na rua a acordar
Não ha mais sossego, nem um vazio sequer,
Para o meu esperar.
O que tem que não ser
Algures será, se o pensei; tudo mais é sonhar."
 

21 janeiro 2013

Escandinávia

Com as mãos secas e os lábios gretados, sento-me à janela a contemplar a alvura da neve e penso:
Posso ser feliz em qualquer parte do mundo. 


15 janeiro 2013

Exaltação!

Se eu pudesse escolher um momento para nascer na curta história do Homo Sapiens, escolheria o mesmo  momento em que nasci.

11 janeiro 2013

"Onde é que está o capital?"

A realidade são ideias e ideais que se transformaram em algo concreto.

Então, FMI, fundos comunitários, troika, capital privado, ministérios das finanças, banco central, dívida externa, PIB, bolsa. Pára tudo! Pensem, òs da esquerda, enquanto lutam contra eles vão alimentando esta realidade que tanto repudiam. Isso é um contracenso!

!? não percebem? Então, enquanto lutam por garantias de condições de trabalho dadas pelos capitalistas não estão a alimentar o tal sistema capitalista? Salários mais altos, garantias, seguranças ganhas na lógica capitalista. Salários mais altos mais consumo de produtos produzidos pelos capitalistas. O Estado? É também ele um senhor do capital.

O poder está na união, mas um grupo que não está unido e que luta por um modelo social que só fez sentido no passado, num determinado contexto histórico, é um grupo a viver na ilusão e que não vai a lado nenhum, e esse grupo, em Portugal é grande, país de desazados.

Portanto, deixem-se lá dessa atitude indignada, com esse discurso vitimizador (para disfarçar a inveja) em que o capital é o lobo mau. E se não têm um objectivo maior de grupo (povo), digo um plano, um ideal, ideias criativas, arrojadas, originais, não será melhor começar, passo a passo, a viver de forma independente? Deixando lentamente a dependência e contribuição ao Estado, não contrair créditos bancários, não comprar acções, consumir o indispensável e produzir os seus tomates e abóboras, lentamente, a descobrir os próprios talentos e criar uma actividade longe da opressão do mercado laboral stressante e ao mesmo tempo taciturno, boicotar a lógica tecnocrata, deixar de desejar um emprego por conta de outrém.

Sim, e o capital? Tudo pode gerar capital, o dinheiro é apenas uma ferramenta pródiga para facilitar trocas de recursos, produtos e serviços. O problema não está no capital, o problema está na dependência, na ignorância, na ilusão dum líder, de um Deus, de alguém que tome conta de nós. Pobre humanidade, miúdas e miúdos, que preguiçosos, que medrosos, não sabem que todos temos um líder dentro de nós, que somos parte da centelha divina e que só nós é que podemos fazer o melhor por nós, porque só nós é que sabemos o que gostamos e quem somos. Aah! Não sabem quem são? Então parem de gastar energias a lutar contra o monstro do capital e partam à busca do “capital” que há em vós. E depois criem a vossa oportunidade. Só assim os donos do capital passarão a ser todos e não somente alguns.

E o que será nunca mais será como dantes.

 

07 janeiro 2013

"Breathe in and out through me"

"(Oh that feelin's rising...
rising over me)
Oh, that song is singin'
Singin' in to me.
Over everything,
I used to be.

Oh, that song is singin'
Singin' in to me.

Slow and sweet
It caries me
Caries me
Out to sea

And swallows me
In to the deep
And comforts me

(Oh, it's all around me, it's all I can see
Even when I close my eyes, It's holdin' me)
Oh, that weight is liftin'
Liftin' on me

(Tenderly)
It caries me
Out to the sea
And swallows me
Into the deep
And comforts me
In ... In to the deep
And comforts me..."

Cinematic Orchestra

06 janeiro 2013

Save me

Save me

03 janeiro 2013

"Live and let die"


Quando começaram a falar sobre o fim do mundo, nos idos anos 90 do século XX do calendário Gregoriano, obviamente que julguei que era uma má interpretação da Bíblia, como tantas outras.

Depois de passada a data anunciada para o tal evento apocalíptico e nada ter acontecido como previsto, não rogados, os loucos, anunciaram um novo fim do mundo com base, mais uma vez, na má interpretação das profecias Maias.

Epá, se anseiam tanto por esse fim, deixem de esperar por tal evento e dêem um tiro na cabeça ou atirem-se ao mar com uma pedra presa ao tornozelo, aí realizar-se-á o vosso desejo: o fim do vosso estúpido mundo!

Live live!

02 janeiro 2013

Será o acaso da grande net?

Se ainda vivéssemos na época da guerra fria, poderia pensar que este blogue estava a ser vigiado pela KGB. Como vivemos noutra época, porque será que recebo tantas visitas da Rússia?