A partilha com o outro é um recurso (emocional,
psicológico, material), mas raramente é uma partilha despida de condições. Nas relações mais íntimas a situação piora, o eu relaciona-se com o outro
mediante expectativas daquilo que espera do outro como condição para a sua
felicidade. Em casos patológicos, instala-se a guerra quando o outro não
corresponde ao que é esperado pelo eu intolerante (guerras religiosas, por
exemplo). Por isso, são tão difíceis os relacionamentos, sejam amorosos,
maternais, fraternais ou sociais.
E por isso, o sofrimento continua, numa roda viva
de relacionamentos frustrados, de desapontamentos, porque o eu continua a esperar
dos outros aquilo que espera ou julga justo receber e não aquilo que têm, sabem, conseguem ou podem oferecer. A
natureza dos seres humanos, que precisa de se relacionar, está acorrentada ao
mundo da ilusão do ego, da idealização do outro, da expectativa. O eu acaba por
esperar que o outro seja aquilo que o eu deseja e não aquilo que o outro realmente é.
Posto isto, resta que o eu aprenda a praticar o amor
incondicional e só aí poderá ser feliz, porque será o eu na partilha com os
outros, independente dos outros. A isso chama-se liberdade! E o eu só é feliz
quando é livre!
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