Por outro lado nasceu uma nova perspectiva, se a
memória do passado é ilusão, então todas as dores, os traumas, as alegrias são igualmente
ilusões e assim, não tenho que sofrer ou alegrar-me ao recorda-las no presente,
nem toldar o meu espírito com aquilo que julguei viver mal, e muito menos ter medo (também ilusão) do futuro. E as sensações do
corpo? O corpo é um mero servo da ilusão, um instrumento de experimentação
efémera, porque o presente está sempre a tornar-se passado, e tudo não passa de...,
de um sonho? Um filme da nossa mente? Pensando bem até que pode ser bom. Livrar-me
de tudo que passou, começar a cada instante da eternidade uma nova vida,
desprendida da História, sem o peso das pedras dos castelos e muralhas que construímos.
O pior, é que depois desta reflexão a modos que
conclusiva, não consigo sentir a leveza que uma vida ilusória deveria
proporcionar.
Não me ensinaram como viver a eternidade e
aceitar a ilusão como realidade. Ainda julgo que existe uma placenta ligada ao
passado que alimenta o presente e que sonha o nascimento do futuro.
Ainda não sei ser plenamente ilusão. Tenho uma
pedra no sapato.
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