31 dezembro 2008
Aquele abraço bom
"Nos teus braços, abraços, já descansei cansaços, já fiz florir sementes de sentimentos, já vi desconstruir muralhas e conquistar alegrias, já pude chorar oceanos de passados e sorrir futuros mais confiantes, e sentir tão simplesmente calor, na dança fundida dos nossos corações.
Estás presente, agora, em mim, pedaços de vida partilhada que se alojaram, que são corpo, lembranças quentes desses instantes eternos, nativos de um outro lugar sem tempo e sem palavras nos dicionários terrenos, fotografias humanas de momentos cheios daquela esperança pura que não espera nada, para além de ser, de viver plenamente, de encontrar no seu rumo a confiança dos passos, dos abraços e do amor."
Ana Teresa Silva
22 novembro 2008
Liberdade, que já cá cantas!
Ter liberdade é viver sem medo
É viver livre do medo
Sem medo de decidir
Sem medo de errar
Sem medo de sofrer
Ser-se livre é acreditar que vale a pena
A liberdade é a possibilidade de escolher
Escolher sem pressões, sem a aprovação condicional dos outros
É assumir a responsabilidade
Todas as consequências
E se “escolhermos mal”, algo que nos faça sofrer,
Não será mal escolhido, porque também no sofrimento
Há uma vaga libertadora
A chama da aprendizagem!
Ser livre é aceitar o devir
É gerir pacificamente as relações humanas
É usufruir das oportunidades da mudança
E viver na esperança
Estou eu aqui a dizer alguma novidade?
É viver livre do medo
Sem medo de decidir
Sem medo de errar
Sem medo de sofrer
Ser-se livre é acreditar que vale a pena
A liberdade é a possibilidade de escolher
Escolher sem pressões, sem a aprovação condicional dos outros
É assumir a responsabilidade
Todas as consequências
E se “escolhermos mal”, algo que nos faça sofrer,
Não será mal escolhido, porque também no sofrimento
Há uma vaga libertadora
A chama da aprendizagem!
Ser livre é aceitar o devir
É gerir pacificamente as relações humanas
É usufruir das oportunidades da mudança
E viver na esperança
Estou eu aqui a dizer alguma novidade?
11 novembro 2008
Súplica
“Não adiem a nova primavera
Olhem que ramos tristes, os meus braços!
Trinta invernos a fio, e só dez anos
De rosas de inocência e de perfume!
Lume! Lume é que a vida quer nos ímpetos gelados!
Homens a arder de sonho e de alegria,
Em vez de candelabros de agonia,
Apagados.”
Miguel Torga 1950
Olhem que ramos tristes, os meus braços!
Trinta invernos a fio, e só dez anos
De rosas de inocência e de perfume!
Lume! Lume é que a vida quer nos ímpetos gelados!
Homens a arder de sonho e de alegria,
Em vez de candelabros de agonia,
Apagados.”
Miguel Torga 1950
09 novembro 2008
Poema sem técnica para uma amiga
Amo-te dez vezes ao quadrado.
E eu que vivo nos anos dois mil
Ter este amor e não o viver
Até parece condição do século passado
Praga, praga desta certeza que não tem fim
Um amor ao sabor de uma vaga
Que te leva para longe mim
Queria eu perder a esperança e não dar atenção
Mas o coração
Segue soberbo em direcção ao tormento
Que desalento…
Carradas, carradas de nuvens
Não há razão que aguente
Porque o meu encontro contigo
Não está na cabeça, mas no ventre
E eu que vivo nos anos dois mil
Ter este amor e não o viver
Até parece condição do século passado
Praga, praga desta certeza que não tem fim
Um amor ao sabor de uma vaga
Que te leva para longe mim
Queria eu perder a esperança e não dar atenção
Mas o coração
Segue soberbo em direcção ao tormento
Que desalento…
Carradas, carradas de nuvens
Não há razão que aguente
Porque o meu encontro contigo
Não está na cabeça, mas no ventre
05 novembro 2008
"YES, We Can!"
"What a day, what an incredible day to remember! Whether you're a Democrat, a Republican, an Independent, White, Black, Latino, Native American, Straight, Gay, Christian, Muslim, Jew, a mix of everything or something else, you will probably agree with me: November 4th 2008 was an extraordinary day which will certainly be remembered for a long time. One day, there will be people telling their kids and grand-kids: "I was there and I saw it with my own eyes: November 4, 2008 was the day Barrack Obama became President of the United States of America!
Being in France at the moment (I lived in America for seven years), I watched CNN all night, I waited until 5am Paris time for the polls to close on the West Coast to hear the result; then I listened to Senator John McCain's remarkable speech at the Biltmore Hotel in Phoenix, AZ and then of course, I waited impatiently to listen to President OBAMA's speech in Chicago! A wonderful piece of American History in my humble opinion, what a momentum!! What a day... what a day for America and her people, what a day to remember...
We all perfectly know that President OBAMA will face daunting challenges, with two wars and the economy in shambles; let's pray for the very best of course and that he will be able to deliver all or most of his promises.
Now is the time to transcend all the differences that are dividing us and are throwing the world out of balance, be it difference of opinions, beliefs, faith ... now is the time to focus on everything we have in common, our dream of a better world, a world with more justice, more happiness for the largest possible number of people around the world. Let's unite and work together hand in hand, now is the time...
As the founder and chairman of the International Network of Social Entrepreneurs (INSE), I am offering, with my excellent partners Kenn Parks (founder and president of Our One Planet) and Iain MacKenzie (founder and chairman of Results InSight) to collaborate and help President Obama and his administration to get America back on her feet and the world in better order; together, yes we can.
O1P/INSE's primary mission is to increase Global Social Responsibility (GSR) worldwide and inspire the largest possible number of entrepreneurs to become social entrepreneurs.
Social entrepreneurship has got nothing to do with Socialism, it's actually the opposite: we want the poor to get richer, only rich people can help poor people.
We are strong proponents of the capitalist model with the concept of free enterprise which thus far and in spite of the recent turmoil has proven to be the best economic model; however, we are promoting a capitalist model which is more mature, a model where the bottom line is no longer the only thing that matters, we are in favor of globally adopting the concept of "triple bottom-line": People, Planet, Profits -- some people call it "Capitalism with a Conscience", other people call it "Spiritual Capitalism"
Whatever you call it, it's the next stage in our evolutionary process and a remedy to all the global issues threatening us and the planet: extreme poverty, destruction of the environment, lack of education.
We are contributing to making the world a better place, now and for generations to come; as Kenn says: "we are bringing Love where hate exists, Hope where there is despair, Peace where there is strife, Sustenance where there is hunger, Health where there is disease, Tolerance where there is ignorance, Knowledge where there is lack of education, Respect where there is division and Passion where there is apathy!"
Our ultimate objective is to promote a culture of peace and tolerance on Earth where the beauty and diversity of humanity is celebrated everyday instead of being feared.
May God Bless America and the American People and all the people around the world that are working toward the edification of a better world now and for generations to come.
We are ONE! One family, the Human family... Together, YES we can! And we will...
With love, passion, compassion, admiration and gratitude"
Christophe Poizat
CEO of Our One Planet / INSE Founder & Chairman
http://inse.collectivex.com
04 novembro 2008
O desencanto
Crónica “O contador de histórias” por João Aguiar
“…um Abominável Homem das Neves. Que chora duas grossas lágrimas. …antes disso tenho que explicar que estou a escrever em plena crise financeira mundial, because Estados Unidos e capitalismo selvagem correlativo. …Ora bem, sucede que esta crise, extremamente irritante para não dizer mais, me leva a outras reflexões … esta crise, muito antes de ser financeira e económica, é mental e ética. Muito certamente, ela não teria acontecido se na sociedade contemporânea houvesse valores éticos e o pensamento dominante fosse outro. Retenham, por favor, esta ideia para avançarmos na direcção do nosso simpático e abominável homem das neves.
O Yeti é, aqui, um símbolo. E chora porque o pessoal deixou de acreditar nele. Ao longo de gerações, tiveram-no como um animal simiesco e monstruoso, habitante dos recantos gelados dos Himalaias… Com tanto mistério em seu redor, acabou por tornar-se um abominável simpático. Porém, as expedições científicas e o turismo de grandes alturas, para além de encherem as encostas nevadas com latas de coca-cola, cerveja e outros detritos vários, trouxeram a descrença. Nenhum dado minimamente fiável foi encontrado até à data. Para um Yeti que seja consciente e responsável, esta cessação de existência justifica, naturalmente, todas as lágrimas… O pior é que não só: o abominável não é a única vítima. Hoje, nada é sagrado…
…Um autor francês, Marcel Gauchet, publicou recentemente um livro de reflexão histórica chamado Le désenchantement du monde. ….aqui, vou ficar-me pelo título, que contém uma ambiguidade: “désenchantement” pode significar “desencantamento”, no sentido de quebra de feitiço (o sentido que o autor lhe dá), mas também pode significar desencanto, no sentido de desilusão, de perda. Portanto, em vez de falar de desencantamento do mundo – que para Gauchet, é a libertação, a emancipação do homem em relação à natureza e às suas próprias superstições – eu falo, aqui, de desencanto do mundo. …e um tal desencanto é perigoso, porque nos afasta de tudo quanto seja sagrado, ou melhor, neste caso: de tudo quanto seja digno de respeito. O nosso próximo, o ambiente, a paisagem, o planeta. No momento presente, repito, nada é sagrado. Menos que tudo, a honra – e por isso a crise, porque os manipuladores da economia não se preocupam com a honestidade nem com o mal que possam fazer aos outros; menos que tudo, o ambiente a paisagem, o património. Menos que tudo – tudo. Porque “tudo” só serve para levar ao lucro, não importa a que preço. Mesmo ao preço da fome, da doença, do sangue, e até, por que não, do desaparecimento da vida na Terra. ….A ver se não ficamos totalmente yetificados.”
“Super Interessante” Novembro 2008.
14 outubro 2008
Pensar é estar doente dos olhos
"O meu olhar é nítido como um girassol.
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás…
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem…
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo…
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender…
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar…
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar…"
Alberto Caeiro
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás…
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem…
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo…
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender…
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar…
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar…"
Alberto Caeiro
A essência de Deus
Ele disse que Ele era esse, o outro disse que Ele é o outro, mas aquele tem a dizer que Ele não é Aquele outro, nem Esse, nem Aqueloutro, mas sim Este, mais tarde Aquele será contestado por outrem e neste andamento cíclico, as guerras instituem-se, depois a misericórdia, depois a guerra, depois a reconstrução, a guerra, a paz, a guerra e assim continuam á procura onde não está, pois aqui não é e ali é melhor.
E há aqueles que não procuram porque procurar cansa, dá desassossego e ansiedade, é melhor acreditar que não acreditar é que é.
Passar a não ter um caminho para a verdade, melhor, a procura desta, que implica respostas para a existência, Deus. Levar ao tal niilismo de que Nietzsche fala, a filosofia a perder o estatuto abstracto da procura da verdade e passar a ser a filosofia da consciência do sentir. Daí o salto, o início da descoberta, o desafio do reencontro com a essência, a consciência do todo como tudo, seja esse todo finito ou infinito.
Génesis: “então disse o Senhor Deus: eis que o homem se tornou um de nós, conhecedor do bem e do mal”.
E porque está guardada a árvore da vida? Será essa a procura que o homem se empenhou e empenha para alcançar a eternidade? Ou será a árvore da vida a procura que o homem nunca se empenhou?
…o homem minimiza-se ao ponto de se tornar um angustiado, num imoral joguete que a ele próprio se impôs. Não será Ele um álibi para nos desviar da árvore da vida?
Fevereiro 1997
Quem me diz que a vida não passa de um sonho? Quem me diz que a vida não é um exercício do espírito que, provisoriamente, anda por este mundo, uma etapa da sua existência infinita?
Sou uma alma nova? Esta vida talvez seja uma das primeiras provas – a consciência de um estado material. Daí a dificuldade de viver, porque o nosso estado natural, etéreo, entra em choque com uma coisa que é estranha á sua natureza, a matéria, a prisão. O meu espírito não quer sentir-se preso, por isso luta com inquietude, sem saber muito bem o que fazer para se sentir livre.
A liberdade é o desligamento consciente e amistoso com a matéria.
13 outubro 2008
Janeiro 1997
Tento lidar o mais sobriamente possível com a dor, investir num jantar com amigos do peito, para distrair. Olham-me com ar sério e emitem palavras de reconforto, dão conselhos com as melhores das intenções, mas são todos contrários ao que desejo. Todos. Então, bebedeira, música bem alta e escuridão iluminada com luzes coloridas.
As ruas de Lisboa linda, as ruas que me reconfortam, para elas sou um estranho, estão alheias ao meu sofrimento, por isso não me olham com cara preocupada, fazem parte do meu alheamento ao sonho, porque alheias estão lá, eu vivo a olhá-las e a sentir Lisboa, a boa, com pessoas alheias.
Mais um dia, e eu, ao sol, nestes dias azuis de Inverno, caminho com o cabelo a brilhar.
Lisboa, o teu padroeiro é Sto António, abençoa o meu primeiro amor!...
27 setembro 2008
A cura
“…nessa tua mão deserta… vem teu amor … não é o tempo , …não é o momento… “ canta deprimente, António Variações. Agora, Bee Gees “loving is just a beautiful thing, oooh! …make my world a summer day… I’m waiting in line…you’re my looooove”. Mais ironias?
Agora tenho vontade de rir! Rir deste filme melodramático, rir com o peito a doer, mistura de doce e amargo. Vai um chocolate?
Chegam os The Cure “boys don’t cry”!!!!!!!!!
01 setembro 2008
Estado de ser sem nada ter
Não tenho casa, não tenho uma carreira, não tenho um amor.
Tenho dois filhos que em breve deixarão de ser meus.
Um ego despido de poder, de posse.
7 anos em sinopse
Tanta coisa já se passou, e pensar que fiquei longe do diário durante 7 anos…
Percorri os quatro cantos do mundo, vi desgraças e belezas. Durante 6 anos, envolvi-me voluntariamente numa organização que contribui para um mundo melhor.
Conheci pessoas horríveis no mundo do trabalho, conheci pessoas maravilhosas em todo o lado.
Casei e tive dois filhos, uma menina e um menino, o desejo dos reis realizado.
Nunca tinha lido antes os meus diários, que escrevia desde os quinze anos, e foi interessante observar o meu processo de desenvolvimento. E apesar de ter refinado os meus quadros de referência, continuo igual, a minha essência está intacta.
O que mudou, e muito, foi a forma de fazer as coisas. A aprendizagem em focar no que realmente importa, o constante ensaio da serenidade para aceitar o que não posso mudar e ter a coragem de mudar o que posso. E a gratidão, muita gratidão por participar no milagre da vida.
Tudo mudou. Os cenários, as pessoas, os desafios. Acabo de adquirir uma nova pele. Mantem-se a fé inabalável, a quantidade ilimitada de amor para dar e a missão de contribuir para um mundo melhor. Soa a cliché? Se assim for, é um bom cliché.
Agosto 08
Aniversário da Mª João
Jogam Susana, o Sueli, Mª João, Filipa, Gonçalo e Zé António.
Dia de anos da João. Momento de confraternização. “Desculpa” para o reencontro de amigos. Ilusão á mistura, tipicidade portuguesa, mil anos de história
e como a história somos nós e vamos cá estar. O estarmos e o sermos é uma realidade
de merda sintética!!!!! Raios partam a nacional fosforeira e a Imprensa nacional!
Estamos aqui todos juntos a tentar a diversão, mas que grande confusão, estou aqui ou não? Estou com a João e a sua tribo de transgressão
aqui a comer melão, encontro com cajado, entoo a velha canção. Sou Benfiquista
num dia tão clamoroso, não vamos estragar com referencias menos próprias, sugiro que vamos todos para o Sílvio
sim, mudar, sempre a vagar pela noite e pelo dia. Agora é noite e é bom o acalentar
como um sono meigo, nós flutuamos numa nuvem que dura e é fofa, que nos leva para perto de nós só para descobrir
que quando a rola saltou por cima dos túbaros do boi foi só com intenção de se declarar e de se reclamar como batata de pacote fora de data!
Ah é! Ah e eu que não sabia dessa história, estava convencida que sabia e agora só sei que nada sei. É bem, Zé António, estamos contigo e vamos Para a frente!
Sim, fui e espero voltar.
FIM
Bairro Alto,
16 Março 1999
Dia de anos da João. Momento de confraternização. “Desculpa” para o reencontro de amigos. Ilusão á mistura, tipicidade portuguesa, mil anos de história
e como a história somos nós e vamos cá estar. O estarmos e o sermos é uma realidade
de merda sintética!!!!! Raios partam a nacional fosforeira e a Imprensa nacional!
Estamos aqui todos juntos a tentar a diversão, mas que grande confusão, estou aqui ou não? Estou com a João e a sua tribo de transgressão
aqui a comer melão, encontro com cajado, entoo a velha canção. Sou Benfiquista
num dia tão clamoroso, não vamos estragar com referencias menos próprias, sugiro que vamos todos para o Sílvio
sim, mudar, sempre a vagar pela noite e pelo dia. Agora é noite e é bom o acalentar
como um sono meigo, nós flutuamos numa nuvem que dura e é fofa, que nos leva para perto de nós só para descobrir
que quando a rola saltou por cima dos túbaros do boi foi só com intenção de se declarar e de se reclamar como batata de pacote fora de data!
Ah é! Ah e eu que não sabia dessa história, estava convencida que sabia e agora só sei que nada sei. É bem, Zé António, estamos contigo e vamos Para a frente!
Sim, fui e espero voltar.
FIM
Bairro Alto,
16 Março 1999
Auto de boa-fé
… e eu, no meio disto tudo? Rodeado de mentiras… Tenho que gramar as instituições caóticas, observar impotente a justiça deformada e a sujeitar-me “às modas”. Vestir-me como eles, ver filmes e beber álcool com eles, comer alimentos com agro-tóxicos, respirar o ar poluído. O meu corpo está corrompido e a minha alma grita.
Mas quero estar acordado, mesmo que doa, que doa muito, quero ver, sentir, reflectir.
Mas tenho mesmo dificuldades em compreender como não se dão conta do incrível sentir da vida… alegam que a sua verdade é a verdadeira e andam todos às cabeçadas em guerras de verdades… não existem verdades finalistas, afinal, tudo pode ser interpretado como quisermos, porque tudo faz parte de tudo e acaba por ser a mesma verdade, vista e interpretada em parcelas e de diferentes formas, diferentes quadros de referência.
E se descobrissem isso? Acabavam-se as guerras das verdades finalistas e ia nascer uma nova era, onde os alicerces básicos do ser suportariam a casa do futuro, terra á vista!. Ah! Gozar a liberdade de se ser. E pensar que quanto mais caminharmos mais teremos que percorrer, pois não existe um fim, tão bom ter esperança!
Sentir isto é ter tudo, é ter o principal.
Começar a viagem pelo infinito e deixar de se estar virado para o finito, a verdade, a morte.
O mistério é o motor que nos faz avançar, há tanto para encontrar, porque pouco conhecemos, pouco alcançámos com a visão racional. A humanidade investiu, ainda investe, em fins últimos, a procurar verdades últimas, a fazer tratados, mas ainda não aprendeu a aplicar a racionalidade em coisas básicas da vida real, da nossa existência. A justiça, a saúde, o amor ao próximo e pela natureza, para mencionar alguns exemplos. Como Sócrates disse “saúde da alma em harmonia com a saúde do corpo”, isto ainda está por conseguir, senão não existiam tantos médicos, hospitais e laboratórios, estamos todos doentes, de corpo e alma, a maioria com a doença do sono, outros cegos ou com cataratas, uns indispostos, muitos verdes de inveja, outros com a febre da ganância, uns mais fortes, outros com sorte, mas doentes.
Alerta, balde de água fria, um raio de luz ofuscante, algo que vos faça despertar, sair da caverna, e passar a ver, não com os meus olhos, mas com os vossos.
Medo do desassossego de nada se saber? O desassossego e o desconhecido são necessários, ou queriam descobrir a verdade última. E depois, o que fazíamos com ela?
A terra, nossa casa, o jardim de Éden, a flutuar no cosmos nosso pai e filha da luz, nossa mãe também, a luz que dá á luz imensas estrelas que aquecem o universo. Paraíso, por ser bela, autónoma e equilibrada, onde as leis são aplicadas na perfeição.
Vejam este admirável mundo, os potenciais ilimitados do espírito e a força do amor!!
Para onde olham? Porque permanecem a olhar para as sombras?
29 agosto 2008
Desventuras de Amor
Música entra e toca, mexe na minha mistura oprimida. Então, estremeço.
Música embala, leva-me aos lugares mais íntimos de mim, dói-me o coração.
Música relembra tudo o que me esqueço e esqueci, estremeço, dói-me o estômago. …
Nunca mais chega a minha Primavera! Estou a hibernar… O violino soa triste, a apelar a algo.
Peito definhado de ansiar, o rosto afina-se e os lábios descaem-se nos cantos. Momento de estagnação, pântano, antro de bichos esquisitos do imaginário. A densidade da inércia… Fuga nestas fúteis palavras que desenho. A música ampara-me, cruel e piedosa. O meu ser chora de olhos secos.
Maio 1998
A lua nasce quente de Verão. O vento vai forte e frio. Dentro de mim um oco, um abandono da vontade de ir em frente e deixar-me morrer de dor infecunda, abrir ferida e lá permanecer, sem me mexer, no meio do sangue.
Junho 1998
Música embala, leva-me aos lugares mais íntimos de mim, dói-me o coração.
Música relembra tudo o que me esqueço e esqueci, estremeço, dói-me o estômago. …
Nunca mais chega a minha Primavera! Estou a hibernar… O violino soa triste, a apelar a algo.
Peito definhado de ansiar, o rosto afina-se e os lábios descaem-se nos cantos. Momento de estagnação, pântano, antro de bichos esquisitos do imaginário. A densidade da inércia… Fuga nestas fúteis palavras que desenho. A música ampara-me, cruel e piedosa. O meu ser chora de olhos secos.
Maio 1998
A lua nasce quente de Verão. O vento vai forte e frio. Dentro de mim um oco, um abandono da vontade de ir em frente e deixar-me morrer de dor infecunda, abrir ferida e lá permanecer, sem me mexer, no meio do sangue.
Junho 1998
Corações vazios e almas ocas e Manifesto Feminino
Corações vazios e almas ocas
É o culto do corpo que impera nos vossos corações, a vossa alma reflecte a sociedade de hoje. O conforto instituído composto por ar condicionado, belos trajes e bonitos restaurantes, carros e muita luxúria. Tudo gira à volta da matéria.
Defende-se a liberdade, a que temos direito a usar. Dizem que ser livre é ir para a cama com quem se tem vontade, é natural. Quantas vezes se quiser, é coisa boa.
Criticam-me, dizem que sou moralista por não querer experimentar as vivências luxuriantes. Comparam-me a dogmas e clichés, o religioso corriqueiro e opressor.
A cumplicidade, a intimidade sagrada, rica, rica porque tem o sentimento, a razão e o sexo, o prazer carnal que se eleva á expressão suprema da fusão.
Quero partilhar o meu corpo com um coração habitado pelo amor ou, no mínimo, pela esperança, e a alma luminosa de virtude e felicidade.
Não quero corpos estranhos com corações vazios e almas ocas.
1998
Manifesto feminino
Citações “O poder da vontade baseia-se na aptidão para participar na felicidade” Sto Agostinho
“A minha grande ambição é conquistar o amor” – não sei de onde veio isto, mas gosto.
Agosto 1998
É o culto do corpo que impera nos vossos corações, a vossa alma reflecte a sociedade de hoje. O conforto instituído composto por ar condicionado, belos trajes e bonitos restaurantes, carros e muita luxúria. Tudo gira à volta da matéria.
Defende-se a liberdade, a que temos direito a usar. Dizem que ser livre é ir para a cama com quem se tem vontade, é natural. Quantas vezes se quiser, é coisa boa.
Criticam-me, dizem que sou moralista por não querer experimentar as vivências luxuriantes. Comparam-me a dogmas e clichés, o religioso corriqueiro e opressor.
A cumplicidade, a intimidade sagrada, rica, rica porque tem o sentimento, a razão e o sexo, o prazer carnal que se eleva á expressão suprema da fusão.
Quero partilhar o meu corpo com um coração habitado pelo amor ou, no mínimo, pela esperança, e a alma luminosa de virtude e felicidade.
Não quero corpos estranhos com corações vazios e almas ocas.
1998
Manifesto feminino
A mulher moderna, fruto da cultura milenar da opressão. Suas ilusões, suas fantasias, ambições e enganos. O peso do seu valor no mercado de trabalho. O feminismo machista, a futilidade dos luxos da moda e da beleza, imagem de objecto sexual.
Como andam enganadas as mulheres que julgam que a sua emancipação passa pelo abandono da sua natureza (feminina, maternal, a doçura e a sensibilidade e até os dotes das artes domésticas) e passam a comportar-se de forma masculina. De certa forma, o extremismo do feminismo é tal funesto como o puro machismo.
Como andam enganadas as mulheres que julgam que a sua emancipação passa pelo abandono da sua natureza (feminina, maternal, a doçura e a sensibilidade e até os dotes das artes domésticas) e passam a comportar-se de forma masculina. De certa forma, o extremismo do feminismo é tal funesto como o puro machismo.
A emancipação da mulher é, e só é, a luta pelo reconhecimento das características inerentes à natureza da mulher, é a procura do respeito e igualdade de direitos de duas naturezas que embora opostas, não podem ser inimigas, mas sim complementares.
A luta pela supremacia, gera a confusão de papeis, a mulher empurra o homem para baixo como antes o homem fazia com ela. Assim não há evolução, apenas uma luta de poder, com jogos de hostilidade e competição. Imaginem uma luta entre um homem e uma mulher dentro de água, onde é necessário empurrar um para baixo, para que outro, apoiado naquele que fica debaixo de água sem voz, sem ar, possa respirar á tona dágua. Não, não, não é nada disso.
A emancipação da mulher é a reconquista do seu valor, é o respeito e a valorização da sua natureza, é o complemento e a aliança com o homem. É como no acto sexual, onde os distintos órgãos sexuais encaixam e juntos promovem prazer e vida.
Por isso mulheres, não sejam machistas e continuem a lutar sim, mas para caminhar lado a lado dos homens e não para os ultrapassar, porque ao estarem á frente, acabam por ficar sozinhas, tão sós como se continuassem atrás.
1998 Citações “O poder da vontade baseia-se na aptidão para participar na felicidade” Sto Agostinho
“A minha grande ambição é conquistar o amor” – não sei de onde veio isto, mas gosto.
Agosto 1998
17 julho 2008
Bairro Alto
As ruas estão secas, os corações desalmados, tudo quer caminhar para todos os lugares e por fim acabam por não ir a lugar nenhum.
As ruas não levam a lugar nenhum, levam a todos.
E correm, por labirintos de ruas.
O fim em si, é um beco sem saída, os outros fins, que movem a algo, vagueiam sem fim nenhum, de vida oca.
Dor, dor amarela que mascara os rostos de olhos cegos. Olhos com lágrimas sentidas mas não compreendidas. Ou mulas sem cabeça à procura delas.
Ruas secas, com sangue seco, a escurecer. Vacas vagueiam bravas com os olhos a crispar raios de pânico. O pânico leva à bravura. A bravura rasga a carne quente, sangue…
Quando chove, as ruas ainda permanecem secas.
Lisboa, Janeiro 1998
As ruas não levam a lugar nenhum, levam a todos.
E correm, por labirintos de ruas.
O fim em si, é um beco sem saída, os outros fins, que movem a algo, vagueiam sem fim nenhum, de vida oca.
Dor, dor amarela que mascara os rostos de olhos cegos. Olhos com lágrimas sentidas mas não compreendidas. Ou mulas sem cabeça à procura delas.
Ruas secas, com sangue seco, a escurecer. Vacas vagueiam bravas com os olhos a crispar raios de pânico. O pânico leva à bravura. A bravura rasga a carne quente, sangue…
Quando chove, as ruas ainda permanecem secas.
Lisboa, Janeiro 1998
De se ser
A infinitude do mistério de se ser, ser-se algo que não se conhece. O abismo do ser num contexto de não saber o que se é, ou de onde se é, ou para onde se vai.
Nós, o único ponto de referência entre os dois infinitos. O abismo exterior, a imensidão do cosmos, uma distância espácio-temporal inconcebível, a esmagadora fatalidade do devir, o constante movimento que nos empurra para o existir, existir na cegueira … o imenso abismo interior, a caixa de surpresas, o poço sem fundo, o labirinto dos pensamentos nascidos da ligação com um corpo que caminha para a morte… as prisões do espírito, as tendências da razão em luta com a emoção, guerras instituídas. O medo de avançar no abismo das nossas almas, tão misteriosas e imensas como o firmamento cheio de planetas e estrelas desconhecidas.
Olho para dentro de mim e vejo a galáxia, um céu escuro, quase negro com muitos pontinhos a brilhar, longínquos. Sinto um vento a vaguear, traz pensamentos movediços, sem nexo e direcção a despentear toda a minha alma…o estímulo da minha existência, o fogo que me mantém, ser-se tão pequeno e tão grande. Uma pequena partícula que em si tem tudo o que tudo tem, tudo o que o mistério tem…
1997
Vaga de notas
Vulgata, aproximação de ser “vulvo”. O som balança os tímpanos, timbalóides, que invadem os ouvidos do coração, com um cenário cheio de imagens sem sentido que dizem tudo. Até o silêncio de fundo está impregnado de notas oblíquas que atravessam os tecidos fibrosos do ser sensorial. Visão cheia de meandros clarificados pelo fogo que nasce na imagem acesa da mente, mente que vaga numa vaga de notas…
10 julho 2008
Poetas de Lisboa
Ode a Fernando Pessoa
Tão oco
Tão cheio
O teu ser estremecia de agonia
Onde foste com ela?
Ias e voltavas na tua forte fraqueza
Na tua fortaleza
Eras tão pequenino, tão insignificante
Com as angústias da tua passagem desassossegante
O teu frenético medo e a tua brilhante e inadaptável alma.
Espero-te agora grande
Não pelo que foste e nos deixaste
Mas pelo que brilhas no universo, pela eternidade
Teu lugar
Esplanada de Lisboa
Ócio…
Ócio dos bons
A tarde esvai-se
O vento frio voa
Perdem-se coisas malandras e confusas
O amarelo tenta reflectir
O cão passa, passas…
Pulgas
Vão, vêm, vai
Autocarro apinhado
Trabalho por vagas febris
Aqui, ócio
Só fresco
Divagar, devagar…
Lisboa, que me tens no teu regaço, deixa as estrelas invadirem a tua nostalgia!
Março 1996
Tão oco
Tão cheio
O teu ser estremecia de agonia
Onde foste com ela?
Ias e voltavas na tua forte fraqueza
Na tua fortaleza
Eras tão pequenino, tão insignificante
Com as angústias da tua passagem desassossegante
O teu frenético medo e a tua brilhante e inadaptável alma.
Espero-te agora grande
Não pelo que foste e nos deixaste
Mas pelo que brilhas no universo, pela eternidade
Teu lugar
Esplanada de Lisboa
Ócio…
Ócio dos bons
A tarde esvai-se
O vento frio voa
Perdem-se coisas malandras e confusas
O amarelo tenta reflectir
O cão passa, passas…
Pulgas
Vão, vêm, vai
Autocarro apinhado
Trabalho por vagas febris
Aqui, ócio
Só fresco
Divagar, devagar…
Lisboa, que me tens no teu regaço, deixa as estrelas invadirem a tua nostalgia!
Março 1996
06 julho 2008
De volta ao Brasil
Parece que voltei ao passado, está tudo igual, as crianças cresceram, umas casitas novas, mas continua tudo igual, a mentalidade, os rituais, o céu. Uma semana já passou, não fiz nada, esta pasmaceira deixa-me ansioso, queria sumir pelos campos fora com as minhas cadelas que já morreram. Só eu mudei….
Julho 1994
Eu, a escrever num livro quem nem é caderno ou agenda, em pleno público. “I know you miss me blind” canto. Aviões, malas, passageiros anónimos no meu mundo. Revista Federal, 1ª vez, é legal! Pois, estava tudo na cabeça! Deixei os discos dos UB40 e YES em Florestal, floresta astral, viagens… que viagens… Devia ter ficado em Minas, saí, assim, de “sulapanço”. Vou sentir a tua falta… Brásiu!
“Meu verde que te quero rosa!”
Prisão das memórias do passado, doce prisão...
Aeroporto S.Paulo, 6 Setembro 1994
Julho 1994
Eu, a escrever num livro quem nem é caderno ou agenda, em pleno público. “I know you miss me blind” canto. Aviões, malas, passageiros anónimos no meu mundo. Revista Federal, 1ª vez, é legal! Pois, estava tudo na cabeça! Deixei os discos dos UB40 e YES em Florestal, floresta astral, viagens… que viagens… Devia ter ficado em Minas, saí, assim, de “sulapanço”. Vou sentir a tua falta… Brásiu!
“Meu verde que te quero rosa!”
Prisão das memórias do passado, doce prisão...
Aeroporto S.Paulo, 6 Setembro 1994
Será que vou te amar?
Tenho ilusão!
Pois a vida é tão certa e nada te importa,
Como passar de porta em porta
Quando fecho os olhos, vejo o sol a bater-te na cara,
Como se fosse algo de belo
E no entanto, a felicidade não passará dali
Como algo de borga.
Cadela Íris
Deus comunica-se comigo. Estou com as costas ao frio e as pernas ao sol, o vento agita as folhas nos galhos leves, numa massagem ardentemente refrescante, os pássaros cantam quase abafando o som do motor movido a petróleo. Atirei-lhe o osso, é tão linda, brilhante ao sol e tão inocente. Quero ser como tu.
1994
Pois a vida é tão certa e nada te importa,
Como passar de porta em porta
Quando fecho os olhos, vejo o sol a bater-te na cara,
Como se fosse algo de belo
E no entanto, a felicidade não passará dali
Como algo de borga.
Cadela Íris
Deus comunica-se comigo. Estou com as costas ao frio e as pernas ao sol, o vento agita as folhas nos galhos leves, numa massagem ardentemente refrescante, os pássaros cantam quase abafando o som do motor movido a petróleo. Atirei-lhe o osso, é tão linda, brilhante ao sol e tão inocente. Quero ser como tu.
1994
Mar e livros de poesia, refúgio do deslocado
Estou nas Azenhas do Mar, a casa é bonita, o riso vem da sala, enquanto a lareira e o álcool os aquece. Sinto-me, outra vez, excluído, não por eles, mas por todos os círculos da sociedade. Não me consigo integrar.
Vi televisão a noite toda, as desgraças filmadas do mundo, um filme de terror que até me deixou com medo não sei de quê e um de sexo explícito que comeu o meu tesão. Encontrei um livro de poesia grosso na prateleira cheia de pó, vou ler para tentar “fugir” ou “encarar” a minha existência neste mundo. Não gosto de como o mundo anda, mas gosto do mundo, do seu potencial, da sua beleza. Não gosto de estar neste mundo, mas adoro viver.
O jazz salva o ar…. “um sinal de eternidade espalhado nos corações rápidos” gostei desta frase.
Pelo menos, tenho o mar e livros de poesia.
1994
Por onde andas?
Amor, quando me vens visitar? Está bem, não estou preparada… sonhos, sonho contigo. Onde está a minha outra metade? Parecem-me todos tão “fracos”, tenho que ser eu a descer os degraus para vos puxar docilmente, a tentar abrir-vos a alma, com o prazer do corpo, o pecado, a paixão, carne, o meu duo, animal e espiritual; o conflito acaba por gerar a harmonia?
Posso dizer-te que te amo? Posso? Posso? Desliga esse rádio e deixa-me dizer-te que te amo. “Ai quem me dera ser uma rosinha” – rio-me da música. Em vez de palavras, quero seguir o ritmo do instinto, do criar de tudo, da música do universo, do criar da vida.
1994
Posso dizer-te que te amo? Posso? Posso? Desliga esse rádio e deixa-me dizer-te que te amo. “Ai quem me dera ser uma rosinha” – rio-me da música. Em vez de palavras, quero seguir o ritmo do instinto, do criar de tudo, da música do universo, do criar da vida.
1994
O que vai na cabeça de uma criatura de 22 anos?
1993
O andarilho!
Tantas coisas se passam nestes dias agitadíssimos, de um lado para o outro, na minha euforia de viver, na minha inquietude dos vais e vens de andarilho. Não chego a sentir cansaço, isso não, mas uma vontade, cada vez maior, de ter um lar. Quando é que vens, morte? Mata-me, enterra este andarilho desasado. Só não leves a euforia que sinto por estar vivo.
...
“o encontro com Deus (a fé) nasce no mar infinito da incerteza” – Kierkegaard …
Nós
Amo-te, não sei como, porquê, amo-te sem querer possuir-te, mas sim fazer parte de ti, de nós.
O caminho
Espírito de aventura sem os olhos na conquista.
Novo Mundo
Às bombas, aos preservativos, à pílula, ao papa, à Igreja, aos da direita e da esquerda, ao petróleo, ao aborto, à moeda d’ouro, ao parlamento, ao álcool, aos entorpecentes do corpo e da mente, aos meios de comunicação, aos carros, máquinas mortíferas, aos fanáticos – vamos dissolvê-los no oceano? Evaporá-los no espaço?
O andarilho!
Tantas coisas se passam nestes dias agitadíssimos, de um lado para o outro, na minha euforia de viver, na minha inquietude dos vais e vens de andarilho. Não chego a sentir cansaço, isso não, mas uma vontade, cada vez maior, de ter um lar. Quando é que vens, morte? Mata-me, enterra este andarilho desasado. Só não leves a euforia que sinto por estar vivo.
...
“o encontro com Deus (a fé) nasce no mar infinito da incerteza” – Kierkegaard …
Nós
Amo-te, não sei como, porquê, amo-te sem querer possuir-te, mas sim fazer parte de ti, de nós.
O caminho
Espírito de aventura sem os olhos na conquista.
Novo Mundo
Às bombas, aos preservativos, à pílula, ao papa, à Igreja, aos da direita e da esquerda, ao petróleo, ao aborto, à moeda d’ouro, ao parlamento, ao álcool, aos entorpecentes do corpo e da mente, aos meios de comunicação, aos carros, máquinas mortíferas, aos fanáticos – vamos dissolvê-los no oceano? Evaporá-los no espaço?
02 julho 2008
Nirvana
Minha casa é em qualquer lugar
- estou sempre mudando
- É o tempo que não espera para envelhecer
É o mundo que não coube na minha cabeça...
Universo - Fragmento
Minha casa
Meu átomo-eu
Matéria que limita o meu cérebro
Minha casa
Minha cabeça
Minha prisão
Março 1989 - Brasil - Fernando Silva
- estou sempre mudando
- É o tempo que não espera para envelhecer
É o mundo que não coube na minha cabeça...
Universo - Fragmento
Minha casa
Meu átomo-eu
Matéria que limita o meu cérebro
Minha casa
Minha cabeça
Minha prisão
Março 1989 - Brasil - Fernando Silva
A Flor
Linda flor num vaso
No parapeito da janela
As pessoas passam por acaso
Sem perceberem a presença dela
E assim, o tempo passou
E a rotina das pessoas continuava
De sede a linda flor murchou
Porque ninguém a regava
Os fortes raios de sol a torravam
As pessoas agora faziam caso
Com desdem a olhavam
"- Que feia flor naquele vaso."
Junho 1986
No parapeito da janela
As pessoas passam por acaso
Sem perceberem a presença dela
E assim, o tempo passou
E a rotina das pessoas continuava
De sede a linda flor murchou
Porque ninguém a regava
Os fortes raios de sol a torravam
As pessoas agora faziam caso
Com desdem a olhavam
"- Que feia flor naquele vaso."
Junho 1986
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