As ruas estão secas, os corações desalmados, tudo quer caminhar para todos os lugares e por fim acabam por não ir a lugar nenhum.
As ruas não levam a lugar nenhum, levam a todos.
E correm, por labirintos de ruas.
O fim em si, é um beco sem saída, os outros fins, que movem a algo, vagueiam sem fim nenhum, de vida oca.
Dor, dor amarela que mascara os rostos de olhos cegos. Olhos com lágrimas sentidas mas não compreendidas. Ou mulas sem cabeça à procura delas.
Ruas secas, com sangue seco, a escurecer. Vacas vagueiam bravas com os olhos a crispar raios de pânico. O pânico leva à bravura. A bravura rasga a carne quente, sangue…
Quando chove, as ruas ainda permanecem secas.
Lisboa, Janeiro 1998
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