13 outubro 2008

Janeiro 1997

Tento lidar o mais sobriamente possível com a dor, investir num jantar com amigos do peito, para distrair. Olham-me com ar sério e emitem palavras de reconforto, dão conselhos com as melhores das intenções, mas são todos contrários ao que desejo. Todos. Então, bebedeira, música bem alta e escuridão iluminada com luzes coloridas. As ruas de Lisboa linda, as ruas que me reconfortam, para elas sou um estranho, estão alheias ao meu sofrimento, por isso não me olham com cara preocupada, fazem parte do meu alheamento ao sonho, porque alheias estão lá, eu vivo a olhá-las e a sentir Lisboa, a boa, com pessoas alheias. Mais um dia, e eu, ao sol, nestes dias azuis de Inverno, caminho com o cabelo a brilhar. Lisboa, o teu padroeiro é Sto António, abençoa o meu primeiro amor!...

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