Andei a tirar umas fotografias e a testar uns
filtros e mergulhei numa reflexão sobre envelhecer. Os papos debaixo dos olhos,
as rugas revelam um corpo que já cá anda a algum tempo. A mente, bombardeada
pelo mundo dos belos e jovens, demora a ver o corpo a mudar, ou quiçá, uma
resistência insconsciente para não ver o óbvio. É parecido com a adolescência,
o corpo muda e não se sabe muito bem como é estar naquela pele. Nesta relação
de corpo maduro e experiência de vida, o corpo é arrastado pela beleza de ser maduro,
uma maturidade alegre e agradecida que vê nas fotografias uma menina com brilho
no olhar e com sorriso genuíno. A alma não tem idade e para a mente o tempo é
relativo, pois tanto pode viajar pelo passado, presente ou pelo futuro, o corpo
é mutante e finito, tem um tempo para funcionar. Daí o corpo poder
apresentar-se uma ameaça à alma e à mente e gerar tormento àqueles que
envelhecem.
Resta o coração, o que diz o meu coração é que
me adoro independentemente do corpo, e esse amor transborda pelo corpo acabando
por o amar também. É tão bom estar
comigo, brincar comigo, conversar comigo, envelhecer comigo.
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