14 setembro 2017

Nice and slow, go with the flow

Andei a tirar umas fotografias e a testar uns filtros e mergulhei numa reflexão sobre envelhecer. Os papos debaixo dos olhos, as rugas revelam um corpo que já cá anda a algum tempo. A mente, bombardeada pelo mundo dos belos e jovens, demora a ver o corpo a mudar, ou quiçá, uma resistência insconsciente para não ver o óbvio. É parecido com a adolescência, o corpo muda e não se sabe muito bem como é estar naquela pele. Nesta relação de corpo maduro e experiência de vida, o corpo é arrastado pela beleza de ser maduro, uma maturidade alegre e agradecida que vê nas fotografias uma menina com brilho no olhar e com sorriso genuíno. A alma não tem idade e para a mente o tempo é relativo, pois tanto pode viajar pelo passado, presente ou pelo futuro, o corpo é mutante e finito, tem um tempo para funcionar. Daí o corpo poder apresentar-se uma ameaça à alma e à mente e gerar tormento àqueles que envelhecem.

Resta o coração, o que diz o meu coração é que me adoro independentemente do corpo, e esse amor transborda pelo corpo acabando por o amar também.  É tão bom estar comigo, brincar comigo, conversar comigo, envelhecer comigo.

Sem comentários: