21 maio 2012

Era uma vez no país dos pequeninos

Existe uma organização que nasceu no pós-guerra (2ª guerra mundial), composta por jovens entre os 18 e 40 anos espalhados por mais de 100 países que se unem na mesma missão - a de contribuir para um mundo melhor. Como é que estes jovens de diferentes culturas, credos, extratos sociais e convicções políticas se unem num só propósito, o de contribuir para um mundo mais justo, desenvolvido e pacífico? Agem localmente nas suas comunidades através da criação e implementação de projectos e iniciativas de desenvolvimento pessoal e social ditribuídos em 5 áreas de oportunidades – formação, empreendedorismo, responsabilidade social, networking e fraternidade entre os povos.  Colaboram com Governos, ONG’s como a ONU, Unicef, OMS e tantas outras instituições e empresas globais, nacionais e regionais. Todos os anos organizam mais de 100 conferências nacionais, 4 conferências de área (Américas, Europa, África e Ásia e Pacífico) e um congresso mundial onde se encontram para partilhar experiências e confraternizar. Um Congresso mundial costuma juntar cerca de 5000 membros de todos os cantos do mundo com as suas cores, idiomas e fatos tradiconais. Grandes líderes mundias em várias áreas foram membros desta organização. Uma verdadeira escola de liderança.

Em Portugal, depois de um investimento de 12 anos, impulsionado por um membro extraordinário desta organização que imigrou para Portugal em 1994, o que há para contar?

Legalmente, a delegação portuguesa foi fundada em 2004 e as poucas iniciativas desenvolvidas foram lideradas quase sempre pelas mesmas pessoas, o tal membro extraordinário, a sua mulher e alguns amigos e conhecidos. Os fundadores passaram a barreira dos 40 anos e, embora membros honorários da organização, já não podem contribuir activamente, apenas assistem com tristeza ao abandono daquilo que foi construído, à decadência, à inactividade, à falta de compromisso e amor dos poucos membros que parecem ainda existir.  

As sementes não vingaram no solo estéril de Portugal, país dos pequeninos, dos Sebastianistas e melancólicos fadistas, dos que se tornam bravos porque têm a ambição que nasce na cobiça das riquezas de outras terras, dos velhos do Restelo e dos pessimistas, dos bons de coração de mãos e pés atados, dos sábios ignorados, renegados ou exilados, dos conformados e daqueles com falta de fé capaz de mover montanhas.

Esta ocorrência  é mais um facto sobre a história nacional, que nem os poucos grandes e virtuosos deste país a conseguiram salvar da mediocridade.

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