09 março 2012

História negra de Portugal

Portugal foi-se construindo em campos de batalha a matar e a expulsar Mouros. Depois umas guerrazitas para defesa de fronteiras, como era costume da época, um príncipe que se voltou contra o pai, um rei imaturo que quase pôs em causa o futuro do país, e começam as descobertas (impulsionadas pela geração educada por uma rainha Inglesa). Sim, de louvar a coragem dos navegadores por mares e terras desconhecidas, homens temerários em cascas de nozes pela imensidão dum mundo novo. Mas essa coragem deu-lhes força para pilhar continentes, escravizar e destruir povos e culturas. Anos e anos a explorar as ricas colónias. Oh época gloriosa, de fartura, os donos do mundo da altura. Os donos merceeiros ou mercenários, mas não autores das grandes Revoluções, Industrial e Iluminista. Como se pode considerar um povo que teve tudo e não construiu quase nada? Ou o suficiente para ser actualmente um país rico, como a Inglaterra, os seus grandes compinchas que bem souberam aproveitar-se da aliança mais antiga da história. Mas a verdadeira degradação começa quando assassinam o rei, acto vil inspirado nos franceses que fizeram o mesmo 300 anos antes. E o sangue e intrigas que construíram a República, uma República trôpega, frágil que acabou nas mãos da ditadura. Época dos ditadores, estavam na moda, mas o português foi aquele que mais tempo se manteve a governar um povo na miséria, isolado da época mais gloriosa do mundo moderno, um povo poupado de uma guerra para ser atirado para outras mais longas, as inúteis guerras coloniais. Perderam o império da pior forma possível. Depois veio a Revolução dos Cravos, que de revolução nada tem, foi simplesmente a classe militar, farta de guerras que deu a oportunidade ao povo ignorante, sem preparação para liderar um país e com ideais comunistas, movimento esse, já em decadência noutros cantos do mundo.

Acho bem que haja gente que ame o seu país e se orgulhe da sua história, mas as condições em que nos encontramos hoje só prova que a nossa história não é tão gloriosa quanto parece, ou o ouro das colónias não estaria em Inglaterra, só para dar um simples exemplo.

Somos uns líricos, isso é que somos, a prova disso são os nossos extraordinários poetas. E para um lírico ser feliz, basta o sonho e uns copitos de vinho.

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