Pois é, tive uma recaída, o meu fígado está a dar sinal outra vez. Conheço os sinais, conheci-os em tenra idade quando uma epidemia de hepatite deflagrou nas escolas primárias do país ao ponto de muitas fecharem.
Vomito palavrões e os olhos ficam com veias inflamadas de raiva. Já não vejo ao perto.
Esta merda que me rodeia cheira mal e é feia, daí os enjoos, daí a cegueira.
O cansaço de investir as minhas energias a orar e a servir o próximo e tanto de mim é tão pouco para este mundo doente.
A doença do mundo é para mim como um vírus ou uma bactéria que ás vezes me contamina, os intestinos inflamam, o coração fica aflito, porque é idealista.
Convento, casulo, caverna, cubículo, cabana na colina, cantinho no campo. Ou voltar ao caminho a pé, reviver a dor nos joelhos para me vergar perante a utopia humana. De joelhos a ranger e a sangrar á moda Católica, só para dramatizar e voltar a emergir na dor colectiva.
Quero cair. Deixem-me ficar por uns tempinhos, já volto!
Quando voltar à saúde trarei um novo talento.
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