Depois de desencontros
amorosos dolorosos, de um casamento pesado, aqui vou eu com o
coração cheio de cicatrizes mas inspirado (à Thomas Edison) para viver uma nova experiência amorosa muito melhor do que aquelas que foram e as que não chegaram a ser.
28 outubro 2013
20 outubro 2013
O grande mistério da obra de Deus
Até consigo perceber as belas construções
conceptuais dos filósofos sobre a existência e a essência de Deus. Mas fico
feliz por ser simples de pensamento (e de coração) e de não partilhar da sua
inquietação em relação a este tema. Os senhores eruditos que procuram a verdade
podem julgar-me (de certo que não acontecerá porque as probabilidades de lerem
este blogue são quase nulas) um ser ignorante e iludido que tem como tão certo
algo que eles têm por incerto.
Porém, tenho também uma grande inquietação que
tem origem na incapacidade de perceber qual o propósito da existência humana e,
no fundo, qual é o meu papel nesta existência cujo contexto – humano - não me
identifico.
Porque não somos como o Sol sem Medo que sabe
para que serve?
14 outubro 2013
Com gratidão de um rico filho
Sempre julguei que os meus pais não me tinham
deixado uma herança. Realmente, se se pensar que uma herança são casas,
dinheiro, carros, cursos superiores e/ou jóias, não recebi nada disso deles.
Mas pensando melhor, recebi uma herança bem mais
valiosa que coisas, legaram-me a honestidade, a integridade, o respeito pela natureza, o interesse em
manter o corpo e a mente sãos e o espírito de liberdade.
Uma herança que, depois de partilhada com os meus
filhos, ainda vai comigo pela eternidade.
13 outubro 2013
Os poucos livros da minha vida II
“Não é a cultura aprendida de fora para dentro,
nem a erudição livresca que nos darão a sabedoria: a sabedoria nasce de dentro
de nós. Tanto assim que há analfabetos que são sábios e homens de grande
cultura que são ignorantes.
A cultura vem de fora, penetra pelos sentidos. A
sabedoria nasce do coração, por meio da meditação.”
C. Torres Pastorino
Os poucos livros da minha vida
Desde tenra idade que andava em jardins, praias e piscinas,
estábulos, currais, hortas, montes e pinhais, a subir a árvores, a andar de bicicleta, a bordar
tapetes de arraiolos e a desenhar em estiradores. Passei pelas oficinas de
fundição, cinzelagem e serralharia. Só por gosto pela acção, a Natureza e as
Artes. Mas quando chegaram os tempos de entrar na Universidade, dividia-me
entre Arquitectura, Joalheria, Escultura por um lado, e as Ciências Sociais e
Políticas por outro. Uma bela manhã decidi voltar a fazer o 12º ano em Ciências
Sociais e Humanas. Idealizava projectos
de empreendedorismo social (isto nos princípios dos anos 90 em que ainda
ninguém falava disso e eu nem conhecia o conceito), em que as pessoas
carenciadas de oportunidades e as populações “problemáticas” poderiam florir
através das artes e de pequenos negócios ligados aos ofícios antigos e manuais,
à agricultura e aos animais. Sonhava com o êxodo urbano.
Guardei as canetas de tinta da China, vendi o
estirador, os cinzéis e o torno, deixei a geometria e os desenhos técnicos, esqueci-me da química, das
sementes, das vacas e cavalos e dos enxertos em rosas e mergulhei no programa
de Filosofia. Li Kant, Kierkegaard e Nietzsche pela primeira vez com 24 anos
para o exame de nacional de Filosofia. Preparava-me para entrar no curso de
Serviço Social. Qual não foi a minha surpresa quando descobri que o tal curso
era num Instituto privado com propinas altas demais para o meu orçamento de
trabalhador-estudante com rendimentos (altos) que não davam direito a bolsa
(paradoxal), e não tive outro remédio senão ir para o ensino superior público.
Entrei em Filosofia. E foi por causa dessa experiência de 2 anos que deixei de
ler quase que completamente.
E sei que é por causa da falta de leitura que não
sei escrever suficientemente bem para conseguir materializar os meus
pensamentos e ideias em palavras escritas articuladas com a mestria dos
letrados.
Nunca fui muito de leituras, o meu corpo
precisava de movimento, a minha mente precisava de criar, a minha mãe
necessitava da minha ajuda em casa, o meu pai levava-me para o seu trabalho, o meu ser vibrava com a interacção com a natureza e o com o amor dos
animais. E quando comecei realmente a ler, foi quando entrei na universidade. E
qual não foi o meu desapontamento quando muito do que li até parecia escrito
por mim (a essência, não a forma genial de descrever e sistematizar as ideias),
as minhas reflexões sobre a humanidade e a sua justiça, ética e a metafísica,
estavam ali. Senti-me miserável, um leigo a sentir que já sabia aquilo que os
mestres do pensamento nos legaram.
O impacto foi tão grande que abandonei os livros
e o curso de Filosofia. Voltei à acção, para colocar a Filosofia sobre o Bem e a
Justiça na prática. Acabei por me licenciar em Serviço Social (recebi uma
herança de uma tia-avó), e para isso li livros muito específicos, de Direito,
como o Código Penal e Civil e Direito de Família, Sociologia, Antropologia,
Políticas Nacional e Europeia, Economia, Estatística, portanto, mais técnico e
com uma forte vertente prática (2 anos de estágio). Fiz relatórios de estágios
bem cotados e uma tese de investigação social inovadora naquele Instituto. Mas
pouco lia. Lia o essencial.
Preciso de escrever, escrevo quase todos os dias,
mesmo que de nada se trate, mesmo que sejam futilidades, esquemas ou
planeamento da vida prática, mesmo que sejam coisas simples e de senso comum.
Crio pensamentos em vez de ler pensamentos porque, de certa forma, penso que
tenho tido receio em perder a minha, senão originalidade, pelo menos a
genuídade ou a inocência. Não queria sofrer influências ao ponto de não
conseguir ser independente no pensamento.
Mas depois de tantos anos a escrever coisas
inúteis, por não ter vocabulário e bases suficientes para me expressar, por
querer aprender mais, começo a chegar a uma fase menos arrogante (quem sou eu
para recusar estudar os mestres?) e já sem medo de sofrer influências e
perder-me de mim.
"Amor Combate"
"Eu quero estar lá
Quando tu tiveres de olhar para trás.
Sempre quero ouvir
Aquilo que guardaste para dizer no fim.
Quando tu tiveres de olhar para trás.
Sempre quero ouvir
Aquilo que guardaste para dizer no fim.
Eu não te posso dar
Aquilo que nunca tive de ti,
Mas não,... te vou negar a visita às ruínas que deixaste
em mim.
Aquilo que nunca tive de ti,
Mas não,... te vou negar a visita às ruínas que deixaste
em mim.
Se o nosso amor é um combate,
Então que ganhe a melhor parte.
Então que ganhe a melhor parte.
O chão que pisas sou eu.
O nosso amor morreu quem o matou fui eu.
O chão que pisas sou eu."
O nosso amor morreu quem o matou fui eu.
O chão que pisas sou eu."
08 outubro 2013
8 ou 80
Não sou pessoa dada a depressões, nunca fui. A
única que tive foi uma depressão involuntária que me atacou depois de uma
disfunção hormonal pós-parto, e foi horrível. Adoro viver! Quando estou triste,
estou verdadeiramente triste, vivo a tristeza com a mesma dedicação com que
vivo a alegria. Cheguei a pensar se seria bi-polar, mas não, gosto apenas de
viver intensamente.
Sou extremista?
03 outubro 2013
Sobre a fragilidade das Leis da Babilónia
O Homem usa as Leis para regular as suas relações,
para regular a praxe em sociedade. Acreditam que assim se organizam e serão felizes. E à medida que foi crescendo a população, mais
complexa se tornou a teia de leis. Constituições, Cartas, Códigos, Artigos, um amontoado de correntes derretidas em papel pelo fogo da racionalidade que sonha ser objectiva, justa e imparcial.
Mas se formos ver bem, o que tinha de ser
“descoberto” para uma sociedade virtuosa e feliz já é sabido e é transversal a
todas a culturas, com as suas nuances de expressão simbólica, mas com a mesma
essência. A “Lei” do Amor é simples
"Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e
de todo o teu pensamento." Podem perguntar que Deus é esse. Ora, quem não vê é cego e quem não ama a vida (aquela artista que por aí anda a animar os corpos) não sente, é um miserável, portanto. "Amarás o teu próximo como a ti
mesmo." Então se é um miserável, se é cego e não sente como pode amar-se a si e ao próximo? “A tolerância é a única religião” - O que é a tolerância? As leis é que não são de certeza, as leis nascem exactamente pela falta dela.
Por isto e muito mais, enquanto a generalidade da humanidade
não aprender a viver a simples Lei do Amor / da Vida haverá resmas de leis inúteis, incompletas e
subjectivas que só nos afastam da harmonia, da liberdade e da verdadeira felicidade.
02 outubro 2013
Algures
Estáva a preparar-me para a tua chegada, mas já
sei que não vens. Se doi? Claro que doi, mas o que tem que ser, tem que ser e o
que será, será um dia se tiver de ser. Se te espero? Não. Porque o que se
espera nunca será como será e por isso é melhor não esperar nada daquilo que
será no momento certo de ser e não no esperado ser.
A caminho
Não preciso de nenhuma religião, só visito os templos
por gosto pela história mística da Humanidade e a arte sacra. Não sigo nenhum
profeta ou outro filho de Deus embora simpatize com Buda e, especialmente, Jesus
Cristo. Sou um espírito independente de dogmas e rituais das Igrejas dos
Homens. O meu caminho para Deus foi feito pelos meus pés que seguiram o ímpeto
do meu coração. Sou “filho” de Deus porque me sinto filho é não porque mo
disseram ou instituiram.
Agora só me falta chegar a ter a doçura no
coração para ser completo.
Já estou a tratar do fígado, é um começo.
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