29 março 2013

Portugal visto de fora

Tenho uma amiga gaúcha (do Estado do Rio Grande do Sul – Brasil) muito engraçada que é de opinião que, na generalidade, o povo português não gosta de pensar e que seria bom proibir de pensar, porque só assim, por serem do contra, iriam começar e pensar e emergiriam grandes cérebros capazes de uma nova revolução e transformar Portugal num país decente.

Prece

Dom Afonso Henriques, Egas Moniz, D. Dinis, Rainha Santa Isabel, Nun’Álvares Pereira, Filipa de Lencastre, Infante Dom Henrique, o Sapateiro de Trancoso...
Isso foi no início, e agora?
“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce. Deus quis que a terra fosse toda uma, que o mar unisse, já não separasse. Sagrou-te, e foste desvendando espuma. E a orla branca foi de ilha em continente, clareou, correndo, até ao fim do mundo, e viu-se a terra toda inteira, de repente, surgir, redonda, do azul profundo. Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez. Senhor, falta cumprir-se Portugal!” O Infante – Fernando Pessoa.
Falta, pois falta. O que fazer? “Vivendo Portugal, neste momento, uma encruzilhada de opções, as cores da nova bandeira poderão levar-nos a cumprir, com coragem, a missão de transformadores ou enfermeiros de uma Europa doente, através da integração do culto do Espírito Santo na vida diária das pessoas, do país e do continente, o que trará alegria e abundância; ou resvalaremos, cada vez mais depressa, pela rampa sem regresso das paixões, da degradação moral, da magia negra e da corrupção, até se atingir um estado de loucura colectiva a poder levar ao enxofre da destruição.” História Misteriosa de Portugal - Victor Mendanha.
Dá para refletir. Tanta mediocridade à minha volta e não saber o que fazer, como obrar a transmutação. Só, já faço por mim e isso ajuda? Claro que não ajuda. A mim basto-me, mas tenho mais para dar. Quero cumprir a minha missão. Meu Pai, não me deixes morrer em vão!

19 março 2013

O polvo

Depois de 21 anos (desde que tenho a minha conta bancária) a resistir com determinação irreverente, tive que me render às exigências da modernidade e obter um cartão de crédito. O meu primeiro cartão de crédito... nem tenho palavras para descrever a sensação de fracasso que sinto. Vivo neste emaranhado de dependências dum cidadão que paga por tudo e por nada numa dita democracia, em que um Estado com capa social e entranhas liberais imorais, cego de ideais, me usurpa a riqueza e as oportunidades de prosperar em troca de protecção e paz. Paz essa, um tanto subjectiva porque nas pequenas grandes guerras diárias, que grassam as minhas forças, também derramo sangue em sacrifícios e lágrimas pelas injustiças. Paz provisória, pois vive-se sempre na eminência de uma guerra, senão para quê que servem os polícias de choque e os exércitos com as suas armas?

Isto tudo por causa de um cartão de crédito? Sim, por causa da imposição, já não me bastam as amarras ao Estado e as outras obrigações de cidadão, como os seguros? E agora as conivências com os bancos e as regras comerciais da grande rede?

Coitado do animal polvo, não tenho nada contra ele, só o referi porque tem muitos braços com tentáculos que se colam, é um excelente predador e um dos animais mais tóxicos para os humanos.

13 março 2013

Fuck the Pope

Quando é que o Império Romano cai?

12 março 2013

Acorda Portugal!

"Nem rei nem lei, nem paz nem guerra, define como perfil e ser este fulgor baço da terra que é Portugal a entristecer. Brilho sem luz e sem arder, como fogo-fátuo encerra. Ninguém sabe que coisa quer. Que ânsia distante perto chora? Tudo é incerto e derradeiro. Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro - É a Hora!"

Fernando Pessoa Mensagem

11 março 2013

Soldadinhos de chumbo

As sociedades modernas apresentam níveis assustadores de intoxicação por absorção de metais pesados, como o chumbo, e ainda mais assustador é, porque não há como fugir, estamos minados, eles estão na água, no ar (fumos de cigarros, combustão dos carros e algumas incineradoras), nas cerâmicas vidradas e vidro, nas conservas e tintas para cabelo, nas sementes agrícolas e nas águas e terras poluídas pelas indústrias. E existem outros metais tóxicos como o mercúrio, cádmio e o alumínio, também presentes em “coisas” que usamos diariamente como um simples desodorizante, um comprimido, a farinha branca para fazer um bolo, refrigerantes ou o sal refinado.

A intoxicação é lenta, não nos mata logo, mas mói, e por isso estamos doentes. Os efeitos tóxicos destes metais no organismo provocam principalmente o enfraquecimento do sistema imunitário (rins)  e causam estragos no cérebro e sistema nervoso que estão na origem de depressões, ansiedade, baixa concentração, confusão mental, alterações eléctricas dos neurónios, insónias, irritabilidade, apatia, medo, demência senil e hiper actividade infantil. Não esquecendo o flagelo do cancro. Excusado será dizer que também dão cabo do fígado, por isso, andamos enraivecidos, mas pesados, incapazes de reagir contra a manipulação duns, que lucram com as “drogas” (democracia coxa, químicos legais e ilegais, progresso, indústria do sexo, prestígio) para aliviar as “dores” (físicas, emocionais, mentais e existenciais). E torna-se um ciclo vicioso perverso. Um ciclo lento de agonia causada pelo peso do chumbo depositado nos nossos orgãos e nos nossos ossos.

E mais preverso o cenário é, porque sabemos que estamos expostos a toda esta poluição que criámos e que consumimos como se nada fosse. Sofremos do síndrome do Homem envenenado. 

Deve haver uma conspiração, isto não é possível!? Depois da morte de Deus, ou dos Deuses, os Homens ficaram perdidos e por isso, difíceis de manipular, então envenenam-nos para permanecerem enfraquecidos, iludem-nos com as maravilhas do progresso enquanto os mantêm cativos.
 
Sim, Aldous Huxley era um visionário.  

08 março 2013

Recadinho ao XIX Governo de Portugal

"Se um Homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe é favorável."

Séneca

05 março 2013

Morreu um homem doente

Hugo Chávez, o presidente da Venezuela morreu. Conheci-o. Era um homem de fortes convicções. Com um ideal. Com grande capacidade de realização, trabalhador, determinado. Mas com um objectivo de vida atordoado por monstros da infância e adolescência, um homem corroído de frustração, por falta de amor e atenção. E chegou longe, muito mais longe que a maioria dos homens, mas pelo pior caminho para chamar a atenção, ser reconhecido, poderoso, respeitado e amado.

Querido filho de Deus, o teu tormento acabou. R.I.P.