09 outubro 2012

A pérola no meio dos porcos


Vivo num país lindo de natureza, embora com a sua flora e fauna meio destruída e abandonada pela irracionalidade de decisões insanas. Por exemplo, o eucalipto, árvore estrangeira óptima para fazer celulose e igualmente óptima para secar os riachos e os lençóis freáticos e destruir a fauna que ficou sem alimento, e lá se foram os pássaros, os lobos, as lebres, os corços, os linces e mais uns outros bichos menos famosos.

Sou de nacionalidade portuguesa, mas tenho vergonha de o ser, a ver o meu país amado, pisado e sugado por uma maioria medíocre e outros, que tantos, desprezíveis.

No presente vivem-se tempos difíceis? “Quem semeia ventos colhe tempestades”, andastes a semear vento, sementes ocas, a viver à sombra da glória passada e a sonhar com a galinha dos ovos d’ouro. Conheço pais geniais com filhos absolutamente ignóbeis.
Povo degenerado, governado por um estado obeso, com o sangue cheio de colesterol, pouco oxigénio no cérebro e com os vícios da gula e da soberda.

Por tudo isto e muito mais, por odiar estas gentes de trombas nas rua cheias de pegadas de lama,  por odiar os seus cultos e práticas, é que decidi que vou ficar. Porque, no fundo, até gosto de não ser como eles, mas principalmente porque tenho a oportunidade para dar ainda mais de mim ao país que me pariu.

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