"If you hate a person, you hate something in him that is part of yourself. What isn’t part of ourselves doesn’t disturb us."
Hermann Hesse
30 outubro 2012
26 outubro 2012
Every day is the right day
A faca corta, o fogo queima, o vento voa, a água escorre,
a terra segura.
Qual é pior, qual é melhor? Nenhum. Cada qual tem a sua natureza.
E todos fazem parte de tudo, e tudo sou eu e tu, também nós.
A terra que voa, os minerais em brasa, as cinzas fertilizantes, água que sobe em vapor, o vento que levanta vacas, tu e eu, também nós.
E mistura-se.
20 outubro 2012
Gosto tanto!
"There is no key to my gate
But you can still come around
Lean your ladder against my window
And I'll come down
I'll come down."
Twin Shadows
But you can still come around
Lean your ladder against my window
And I'll come down
I'll come down."
Twin Shadows
18 outubro 2012
"Heart and Soul"
"Existence well what does it matter?
I exist on the best terms I can.
The past is now part of my future,
The present is well out of hand.
The present is well out of hand.
Heart and soul, one will burn.
Heart and soul, one will burn.
One will burn, one will burn."
Joy Division
I exist on the best terms I can.
The past is now part of my future,
The present is well out of hand.
The present is well out of hand.
Heart and soul, one will burn.
Heart and soul, one will burn.
One will burn, one will burn."
Joy Division
Fígado aos saltos!
Certamente que um primeiro-ministro deve ter
cuidado com o que diz sobre o povo que governa, mas, sinceramente, o homem tem
razão, grande generalidade do povo português saiu-se cá um piegas!
Notícia no jornal nacional, “23 recém licenciados
em enfermagem vão trabalhar para Inglaterra”, de idades entre 21 e 23 anos,
portanto. 5 minutos de imagens com os pobres jovens a chorar nos braços dos
pais, irmãos e amigos. Até parece que íam para uma guerra. Fossem eles para um
campo de refugiados em África comer pó, fugir aos mosquitos da malária e sem internet para aceder ao Facebook. Francamente!!! Então não pode ser bom ter uma experiência profissional internacional?
É precisamente esta merda que me irrita nestas
gentes, esta falta de contentamento pelas novas oportunidades que podem surgir
das adversidades. A falta de abertura, a tacanhez da mente, o atrofiamento da
comunicação social, a república da pieguice, rrrrrrrrr.
Enfim...não sei mais o que dizer...
...acabam de explodir duas borbulhas no meu
queixo, f***! Bem feito, quem te manda dar atenção a essa gente?
17 outubro 2012
Sem beira nem eira
Embora não haja total controlo sobre a nossa
vida, porque ela está condicionada por diversos factores (internos e externos),
temos a oportunidade, uns mais, outros menos, de desenhar o nosso caminho, de
transformar os sonhos em realidade, de moldar o nosso destino. E eu ia tão bem,
e mesmo com momentos maus, fiz o que gostaria de ter feito, conquistei quase tudo
o que havia idealizado, galgei montanhas, sangrei, mas sempre com um rumo
definido e com o peito cheio de satisfação.
Mas, por obra de sei lá do quê, algo veio
perturbar o meu percurso, algo que fugiu ao controlo, algo inesperado, quiçá
aquilo que me faltava vivenciar. E tudo foi abaixo, 38 anos de trabalho realizado
com determinação deitados por terra. E a minha ingenuidade e inexperiência
em matéria de mistérios do amor, aquela coisa mágica que a minha racionalidade
sonhadora, sim racionalidade sonhadora, nunca antes havia experimentado, o impacto da
emoção que turva o raciocínio, atirou-me para um limbo tenebroso. O que vou
fazer agora? Aqui não estou, e para lá não vou porque não há nada. Permaneço neste impasse, na estagnação,
sem vontade de avançar, de fazer, de realizar. E por mais que me esforce para idealizar
um novo caminho, nada acontece, é como se estivesse estéril, como se tivesse
perdido a capacidade de criar, de sonhar.
Deixo-me ficar no nada, entre o que foi e o que
poderá ser e se o sol me secar ao ponto de me tornar comida para abutres, que
assim seja, é sempre mais útil e digno que viver sem rumo.
12 outubro 2012
09 outubro 2012
A pérola no meio dos porcos
Vivo num país lindo de natureza, embora com a sua
flora e fauna meio destruída e abandonada pela irracionalidade de decisões
insanas. Por exemplo, o eucalipto, árvore estrangeira óptima para fazer
celulose e igualmente óptima para secar os riachos e os lençóis freáticos e destruir
a fauna que ficou sem alimento, e lá se foram os pássaros, os lobos, as lebres,
os corços, os linces e mais uns outros bichos menos famosos.
Sou de nacionalidade portuguesa, mas tenho
vergonha de o ser, a ver o meu país amado, pisado e sugado por uma maioria
medíocre e outros, que tantos, desprezíveis.
No presente vivem-se tempos difíceis? “Quem
semeia ventos colhe tempestades”, andastes a semear vento, sementes ocas, a
viver à sombra da glória passada e a sonhar com a galinha dos ovos d’ouro.
Conheço pais geniais com filhos absolutamente ignóbeis.
Povo degenerado, governado por um estado obeso,
com o sangue cheio de colesterol, pouco oxigénio no cérebro e com os vícios da
gula e da soberda.
Por tudo isto e muito mais, por odiar estas
gentes de trombas nas rua cheias de pegadas de lama, por odiar os seus cultos e práticas, é que
decidi que vou ficar. Porque, no fundo, até gosto de não ser como eles, mas
principalmente porque tenho a oportunidade para dar ainda mais de mim ao país
que me pariu.
04 outubro 2012
Os heróis da bruma
A minha irmã do coração veio das terras frias visitar-me
a Portugal. Numa das actividades turísticas (ìamos de comboio a caminho da Casa
dos Bicos) , contava-lhe sobre as actualidades na cena pública e política e o
que me desagradava em relação aos desenvolvimentos e disse-lhe: - aposto
contigo que poucos portugueses sabem quem foi um dos principais motores da
revolução dos cravos. Quase ninguém conhece ou reconhece Vasco Gonçalves.
Chegando à Casa dos Bicos, começo a relembrar-me
dos tempos em que me chamavam de comunista de uma forma pejorativa por ler livros
do José Saramago, autor português, na altura pouco conhecido e criticado, que
me foi apresentado por esta minha amiga brasileira. E com um misto de raiva e
satisfação, pensava como a generalidade dos portugueses passaram a lê-lo e
admira-lo depois de galardoado com o Nobel da Literatura.
Ela vibrava, eu acompanhava a sua vibração mas, e
embora o espaço estivesse engraçado, nada de excitante, foi quando, no último
andar, dou de caras com o busto de Vasco Gonçalves. Fiquei ali por segundos sem
saber o que pensar, de boca aberta e com a mente confusa. Quando consegui
recuperar do choque, dirigi-me a um Sr. que parecia lá trabalhar e perguntei: -
o que faz aqui o busto do General Vasco Gonçalves?
- Era o grande amigo de José Saramago – respondeu-me
o Sr.
Não sei porquê, mas o meu espanto era tão grande
que tive que me sentar, ora esta!? Disto eu não sabia.
Depois de uns dias a refletir sobre o ocorrido parece-me
bastante provável que tenham sido ambos, o cérebro do escritor e o coração do general
movidos pelo mesmo ideal, os heróis da revolução e os outros, os capitães que a eles se
juntaram, acabaram por receber os louros.
Nunca mais leio livros de História de Portugal a
pensar que estou a conhecer a verdadeira História.
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