25 setembro 2011

Ode à minha essência!

Perdi-me, é do álcool. Elemento fogo que transforma. Mas há certas coisas que nunca se perdem. Durante a deturpação, depois da ressaca, permanecem.  Eu. Ser único. Ser terra. Cheia de nutrientes, a mãe da semente, a protectora. A pedra. Terá sentimentos, a pedra? Será um ser vivo, a pedra? Todos acreditam que não. Mas a terra, a montanha, a pedra, o que prevalece através dos conceitos, da cultura, das subjectividades, a pedra, é um ser completo, complexo, cheio de nutrientes e capaz de criar, a estrutura da criação, o porto seguro, o que resiste através dos tempos. Petra, ruínas, terrenos de plantio, terramoto, deixa marca concreta. A mãe da natureza, a terra, o berço da cultura, a referência da crença, o impulso da aventura… o estável que incita ao instável. Instável protegido, pelos braços de mãe complacente, conivente, que lança os seus frutos na descoberta do novo, novo que se tornará velho e volverá à essência da criação.

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