Nasci numa casa perto de uma estação de comboios. Costumava sentar-me no banquinho do muro a vê-los passar. O meu primo pequenino quando vinha de Inglaterra nas férias de verão, também lá passava horas, fascinado a dizer: look at the train!
Há muito não andava de comboio e numa recente pequena deslocação entre Lisboa e Porto, senti um entusiasmo inusitado na viagem e ao mesmo tempo, uma sensação de nostalgia. Entrei numa viagem no tempo. Lembrei-me daqueles filmes antigos com despedidas intensas por entre vapores que cobrem quem fica. Relembrei as loucas viagens entre o Barreiro e Olhão, nas sextas de madrugada com cantoria, cerveja, fumos e soldados. Entre outras imagens e memórias, voltei a sentir o desejo de realizar um sonho de adolescente, o de fazer a viagem de comboio entre Lisboa e Moscovo.
Fez-me questionar o presente, porque não é o comboio o transporte mais comum? Um transporte tão rápido, seguro, confortável e menos poluente? Não faz sentido.
Oh, individualista arcaico! Levanta lá esse cu do teu veículo movido a petróleo! Oh! Fanáticos do poder! Vão lá arder nos vossos poços do inferno!
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