11 maio 2011

Perversidade das prisões humanas

A dicotomia entre o tempo e o dinheiro, mas intricada e perversamente ligados. Quando combinados desequilibradamente são responsáveis pela escravidão disfarçada de liberdade.

Os que têm a liberdade para gerir, gastar, usufruir do seu tempo como lhes der na gana, ou nasceram ricos, têm quem os sustente ou são uns miseráveis nas sociedades modernas de consumo. Ter tempo é um privilégio, diria até - O luxo maior, no entanto, para aqueles que são sustentados ou nada possuem, terão sempre um preço a pagar: por falta de dinheiro, diminuem a sua liberdade de escolha ou tornam-se pobres, miseráveis, marginalizados ou mendigos.
Depois há os que estão a investir, gastar o seu tempo a fazer (ou roubar) dinheiro, uns para sobreviver, outros para enriquecer. Têm dinheiro, mas são escravos dos horários e perdem a liberdade de decidir sobre o seu tempo. Pelo dinheiro sacrificam o tempo que poderia ser investido a trabalhar menos e mais eficazmente, usufruído em família, partilhado com o próximo e/ou dedicado a si próprio. Mas por outro lado, ao terem dinheiro, aumentam a sua liberdade de escolha no mundo material.

O pior, são todos aqueles que sacrificam o seu tempo para serem escravos do dinheiro ou aqueles que não ganham em proporção ao seu esforço e investimento de tempo, o mínimo de dinheiro para viver dignamente. Têm as suas liberdades sacrificadas.
Viver dignamente, diga-se, é conseguir o equilíbrio entre o tempo e o dinheiro. O que certamente é coisa rara.

Sem comentários: