Como é costume nesta época natalícia, as avenida e praças de Lisboa estávam decoradas com milhares de luzinhas e o frio húmido penetrava nos poros da minha pele, enquanto fazia a caminhada desde a meio da Av. da Liberdade , passando pelos Restauradores, Rossio, Chiado até ao Teatro S. Luís.
Ía ter com o meu pai, o artista com 62, e a minha avó, a mãe do artista com 90 anos, depois do concerto do S. Luís acabar, á meia-noite. Grandas Malucos! E com que artistas estávam o meu pai e a minha avó? Para quem não conheçe, são uma banda de culto aqui das redondezas da “horta” alfacinha, que de verde até tem pouco. Esta banda, com cerca de 20 anos é o ex-líbris das palavras feias e do deboche pitoresco, típico de ondas de cabaré jocoso. Mas desta vez mais estilizado, com uma teatralização soberba e num teatro a sério. E acima de tudo, com um elenco de grandes artistas.
Mas perdi o concerto, memorável segundo o público que lá esteve. É que entretanto, tive um apelo de uma amiga; sentia-se só e triste e fui ter com ela. A minha avó estava tão entusiasmada com o sucesso do seu filho que não conseguia perceber ? - porque perderam o concerto? Dizias á tua amiga para vir também! E seria a melhor proposta, sem dúvida, mas a minha amiga tem uma filha de 14 meses e ninguém para tomar conta dela naquela noite.
O que fariam, se tivessem no meu lugar? Não me interessa o que fariam. Eu fiquei com a minha amiga, sem pestanejar. Principalmente quando são eles, os amigos, a pedir o nosso carinho. Se os amamos, não os vamos abandonar, não é?
Amanhã haverá mais concertos...e quiçá, no próximo ela terá alguém a tomar conta da bebé linda e estará comigo, mais feliz?
Sem comentários:
Enviar um comentário