29 abril 2013

O eterno deleite


"Todas as Bíblias ou códigos sagrados foram causas dos erros seguintes.

 1. Que o Homem tem dois princípios realmente existentes, i. e., Corpo e Alma.

 2. Que a Energia, apelidada de Mal, só pertence ao Corpo, e que a Razão, apelidada de Bem, só pertence à Alma.

 3. Que Deus atormentará o Homem pela Eternidade por este seguir as suas Energias.

 Mas são Verdadeiros os seguintes Contrários.

 1. O Homem não tem o Corpo distinto da Alma; pois aquilo a que chama Corpo é uma porção da Alma discernida pelos cinco Sentidos, as principais enseadas da Alma nesta era.

 2. A Energia é a única vida e pertence ao corpo, e a Razão é a fronteira ou circunferência externa da Energia.

 3. A Energia é o Eterno Deleite."
 
[William Blake, excertos de «Casamento do Céu e do Inferno», 1790-93]

28 abril 2013

- São flores, Senhor!

Acabo de chegar do interior bem interiorizado do Alentejo, a avistar as planícies e montes pitalgados de lindas flores. Facto bastante simbólico sobre as terras Lusas, abandonadas, que só quase servem para dar flor 2 meses por ano, tal como as suas gentes de mente criativa mas efêmera, sem visão para além da próxima Primavera em que poderão florescer novamente, sem esforço, espontaneamente, sem ter que construír, tipo pinheiro que leva 50 anos a ficar “maduro”.

Ai, se pelo menos nos tornássemos grandes produtores de mel especial, e doces e rebuçados de mel e, porque não também, de licor de mel; era só lá pôr as colmeias, pois as abelhas não cobram salários e a Primavera oferece a matéria-prima.

Mas não, nem isso, nem cortiça, nem presunto de porco preto, nem licor de bolota, nem queijo de ovelha, nem lã, nem tapetes de Arraiolos, nem óleos essenciais de alfazema, nem azeitonas com oregãos, nem cavalos Lusitanos, nem cães Podengos, nada, um pouco de oliveiras – azeite - (quiçá dos espanhóis), um pouco de vinhas - vinho sem trademark, umas vaquitas, as habitués turistas – cegonhas e andorinhas - de resto... só muitas flores.

27 abril 2013

25 Abril 2013

Pensando bem, que grande revolução foi a de 1974 em Portugal. Um golpe de Estado sem uma gota de sangue. Não foi preciso matar rei, presidente, capitão ou gente inocente.

Hoje, sem glória nem colónias, sem monarquia nem ditadura, sem democracia nem morte e sangue, sem revolução nem bravos, somente involução!

Será que depois da involução virá a erupção?
E depois da erupção, o fim ou a destruição seguida do Renascimento das cinzas fertilizadoras? 

25 abril 2013

Acorda Portugal!

"Algo down"


24 abril 2013

Rejubilar

Sempre notei em mim algo de especial, não sabia explicar o que era, mas agora já sei.
Depois de anos em busca do conhecimento do eu, do ele, do nós, da terra e do céu chegou a hora da clarificação. Foi um processo longo de escuta, a ouvir a música das esferas, a ouvir vozes, violinos, tambores e guitarras, a ouvir as ondas e os trovões, a ouvir o meu coração, a sentir, a dor e o prazer, o vento, o frio e o calor, a provar o picante e o doce, a mastigar... A estudar os livros de ciências, a sistematizar, partilhar, refutar, a sintetizar, a unir, a intuir... chego a um estado estranho, mas reconfortante, entre o que sou e o que vou sendo através da eternidade. Como posso eu ter memórias dos tempos de Akhenaton? E porque tenho um chamamento do Chile? E porque me foi tudo tão familiar no Japão? E como sinto que voltei a Portugal? Disso não sei, nem procuro saber, sei que sou eterno e ser-se sabendo o que se é, é simplesmente muito bom!

23 abril 2013

Esta é do baú

Numa terrinha do centro interior do Brasil havia uma discoteca, o Clubinho, muito, muito fora do meu mundo. A minha educação musical não tolerava as brasileirisses e os produtos de massa dos Estados Unidos da América, referência internacional de excelência naquelas longínqüas paragens. E para conviver tinha que levar com cada tortura musical... Ai, era com cada ressaca moral!
Lentamente estabeleci uma relação de proximidade com o Dj para ver se ampliava o seu campo de audição em cultura geral musical e um dia decidi levar-lhe esta  música - em 1987 - achando que era uma  simples música dançante e de fácil "digestão" capaz de conquistar os corações dos caipiras. Para meu espanto, ele recusou a sugestão.

Passados uns anos deixei a tal terrinha nos cafundeus de Judas de volta à Europa. Quando lá retornei em 1993, na euforia da minha chegada, na festa, os meus amigos levaram-me ao Clubinho (ainda a única discoteca da terrinha) para dançar a comemorar. E ao entrar a tal música começava a tocar. Ahahahahah! A vida dá cá cada volta!

10 abril 2013

Reflexões de um recrutador

Na China usam-se outros símbolos, que não as letras e palavras, são símbolos que indicam ideias. Crise em chinês é representada por um símbolo que tem em si a ideia de perigo + oportunidade. Não poderia haver interpretação mais verdadeira sobre o que significa a crise.

Posto isto, venho por este meio agradecer aos últimos Governos de Portugal por terem criado esta crise e em especial ao actual, que anconselhando a investir na exportação me trouxe a oportunidade de vingar a exportar recursos humanos altamente qualificados.

Num país precário, com poucas ofertas de trabalho ou boas condições laborais, as pessoas querem emigrar e eu limito-me a encaminha-las para excelentes oportunidades de trabalho no estrangeiro. Mas mesmo sem mazela ética e moral, a situação põe-me a pensar: com esta gente toda a ir embora... quem fica? Pobres, velhos, ladrões, mendigos, algumas famílias com heranças, uns estrangeiros que gostam de sol e uns poucos resistentes...

Pergunto: - Onde está a oportunidade para Portugal?

08 abril 2013

Stop!

"Worrying is praying for what you don't want."

Bhagavan Das

07 abril 2013

“Alice no país das maravilhas”

Sou um animal político e por isso não aprecio o cenário político actual do meu país. Que lamaçal! Uns pategos a nadar num lago sem água, todos sujos de lama...

Oh, meu Deus! Digam-me que isto não está a acontecer!!

A minha sorte é que aceito o que não posso mudar e construí uma ponte para o paraíso e só aqui venho para não ser um ser alienado desta alienação.