Durante anos quis abandonar o meu país, nunca o vi como um país
suficientemente bom para mim, tirando a comida, o vinho e a natureza, um país
sem futuro. Mas quando desisti de tentar ir embora, veio a crise (a mais
profunda, porque crise sempre a houve), e vejo aqueles que mais amo, um a um, a
abandonar o país.
Não quero dizer que seja mau aquele que abandona, o que é mau são as razões
que os levam a abandonar. Mau também para quem fica, que fica ainda pior,
porque se já não há desenvolvimento económico, nem intelectual, começa a deixar de haver
desenvolvimento afectivo, a única razão que me impediu de partir.
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