Qual não foi a surpresa da razão e do bom senso quando lhes apareceu à frente a emoção sorridente. Mas afinal, como é possível depois de a terem enterrado viva?
A emoção contou que foi salva pelo coveiro, o cupido e o Santo António. O cupido explicou à emoção atordoada com tal improvável resgate que, por mais insensato que um amor possa parecer, é algo que não pode ser morto e que este só morre quando o ser que o sente morrer também. A capacidade de amar é algo inato nos seres humanos e o que morre é apenas a vontade de partilhar esse amor com determinado ser, para passar a partilha-lo com outro.
Há aqueles que vivem o seu amor através de muitas partilhas, há também aqueles que vivem o seu amor apenas com uma só.
- A razão nunca poderá compreender, nem o bom senso controlar a tua natureza e aventuras, disse o cupido à emoção. A razão e o bom senso têm outras finalidades e habilidades, sendo lógico e sensato não insistirem em imiscuir-se nos assuntos amorosos.
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