01 setembro 2008

Auto de boa-fé

… e eu, no meio disto tudo? Rodeado de mentiras… Tenho que gramar as instituições caóticas, observar impotente a justiça deformada e a sujeitar-me “às modas”. Vestir-me como eles, ver filmes e beber álcool com eles, comer alimentos com agro-tóxicos, respirar o ar poluído. O meu corpo está corrompido e a minha alma grita. Mas quero estar acordado, mesmo que doa, que doa muito, quero ver, sentir, reflectir.
Mas tenho mesmo dificuldades em compreender como não se dão conta do incrível sentir da vida… alegam que a sua verdade é a verdadeira e andam todos às cabeçadas em guerras de verdades… não existem verdades finalistas, afinal, tudo pode ser interpretado como quisermos, porque tudo faz parte de tudo e acaba por ser a mesma verdade, vista e interpretada em parcelas e de diferentes formas, diferentes quadros de referência.
E se descobrissem isso? Acabavam-se as guerras das verdades finalistas e ia nascer uma nova era, onde os alicerces básicos do ser suportariam a casa do futuro, terra á vista!. Ah! Gozar a liberdade de se ser. E pensar que quanto mais caminharmos mais teremos que percorrer, pois não existe um fim, tão bom ter esperança! Sentir isto é ter tudo, é ter o principal.
Começar a viagem pelo infinito e deixar de se estar virado para o finito, a verdade, a morte.
O mistério é o motor que nos faz avançar, há tanto para encontrar, porque pouco conhecemos, pouco alcançámos com a visão racional. A humanidade investiu, ainda investe, em fins últimos, a procurar verdades últimas, a fazer tratados, mas ainda não aprendeu a aplicar a racionalidade em coisas básicas da vida real, da nossa existência. A justiça, a saúde, o amor ao próximo e pela natureza, para mencionar alguns exemplos. Como Sócrates disse “saúde da alma em harmonia com a saúde do corpo”, isto ainda está por conseguir, senão não existiam tantos médicos, hospitais e laboratórios, estamos todos doentes, de corpo e alma, a maioria com a doença do sono, outros cegos ou com cataratas, uns indispostos, muitos verdes de inveja, outros com a febre da ganância, uns mais fortes, outros com sorte, mas doentes.
Alerta, balde de água fria, um raio de luz ofuscante, algo que vos faça despertar, sair da caverna, e passar a ver, não com os meus olhos, mas com os vossos.
Medo do desassossego de nada se saber? O desassossego e o desconhecido são necessários, ou queriam descobrir a verdade última. E depois, o que fazíamos com ela?
A terra, nossa casa, o jardim de Éden, a flutuar no cosmos nosso pai e filha da luz, nossa mãe também, a luz que dá á luz imensas estrelas que aquecem o universo. Paraíso, por ser bela, autónoma e equilibrada, onde as leis são aplicadas na perfeição. Vejam este admirável mundo, os potenciais ilimitados do espírito e a força do amor!! Para onde olham? Porque permanecem a olhar para as sombras?

2 comentários:

Aninhas disse...

to be or not to be... I am that I am ;-) Acordada claro! Mas mascarada sim...em Roma sê Romano...

Romeiro disse...

Abaixo com o império romano