Às vezes é tão difícil seguir o coração.
Ter uma vida a agir
a condizer com as leis da natureza, para não causar desequilíbrios e ficar
doente. Os humanos são os únicos animais com sistemas de saúde porque andam
doentes. Os outros animais, quando doentes, ou morrem ou conseguem escapar.
A nossa máquina pensante, que chamam de ego, faz muito
barulho, quer ser protagonista, é uma chata, anda sempre a fazer perguntas, a
balançar os pós e contras da materialidade, do ter, do querer, do orgulho.
O coração só bate.
Não tem linguagem, símbolos, fórmulas,
tratados e leis sobre o certo e o errado. O seu impulso é perspicaz, vem sem se
prever e sai sem avisar.
É certeiro, implacável e mágico.
Oh mente! Quando é que vais perceber e destruir as tuas construções
de Babel? Fundir a dualidade? Quando poderás aprender a captar o bater da vida,
as ondas do seu campo eletromagnético, pequeno Sol e Terra encarnados num
músculo do peito.
Coração, amor, meu amor, estou cada vez mais contigo, ou
melhor, comigo.
Deus em mim, eu em Deus.
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