13 março 2016

I love you, bleeding folks!

Como é comovente o sofrimento humano. Como é confusa a mente. Os sonhadores definham e contorcem-se, os desesperados agarram-se às verdades, os pobres criam ídolos. O medo é Deus. E os desertos alargam-se, os mares engolem as almas e as fugas nas noites intensificam-se. O sexo, num derradeiro grito de socorro, faz acelerar o coração vazio de amor. As drogas lícitas e ilícitas são as moletas de mais um dia a arrastarem-se na vida vã pejada de doença. A música já não é blues, é folia com nádegas de gel, tal desespero. Os modernos mataram Deus, suicídio colectivo para se livrarem da escravidão da religião. Nada resolveu. Continuam ocos, sem nexo, a temer a morte que só existe nas suas cabecitas finitas.  
Quis juntar-me a vós, fiquei doente, dobrei-me e sangrei dos joelhos, odiei-vos, provei o fel do sofrimento para conhecer a dualidade, mas estou de volta dessa viagem. 
Estou de volta a mim. Àquela alma alegre e linda.
Sim, eu sei, tenho que continuar por aqui com eles de minha roda. Não faz mal, eu aguento.

Afinal o cenógrafo esmerou-se.  

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