Chegou uma espécie de Primavera ao meu coração, nascem
lindas flores, os pássaros cantam, no céu brilha o sol e quando a chuva cai é
refrescante e há arco-íris.
Nunca me senti assim na minha vida. Esta paz, esta
independência das coisas de fora é coisa inusitada. Este silêncio interior é
tão bom, não há conceitos que o possam descrever. Vem tudo de dentro, como um renascimento
interior que transborda de mim.
Estou a registar neste meu diário que me acompanha desde a
adolescência, olho para trás e aquele meu desassossego de alma e de coração pertencem
a um passado longínquo. Os ditos problemas já deixam de o ser e passam a ser
desafios de vida com utilidade e aceito-os com serenidade e vou resolvendo-os. Se
há momentos em que a melancolia ou a dúvida me batem à porta, deixo-as entrar e
converso com elas e elas acabam por se ir embora calmamente.
A dor do mundo já não me atormenta, envio muito amor a
todos, principalmente às almas perdidas que praticam a maldade.
A raiva, o ressentimento, o desprezo e a revolta fizeram as malas e
partiram.
A minha amada ironia está dormir algures e acorda em
momentos divertidos.
No início pensava que era uma fase e tinha que a aproveitar
enquanto durava, mas já nem me preocupo em perguntar porquê que assim me sinto,
nem me preocupo se é uma fase ou quanto vai durar, fruo como um rio que corre
alegre.
Ah, maravilha, maravilha…
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