24 fevereiro 2016

Êxtase

Chegou uma espécie de Primavera ao meu coração, nascem lindas flores, os pássaros cantam, no céu brilha o sol e quando a chuva cai é refrescante e há arco-íris.
Nunca me senti assim na minha vida. Esta paz, esta independência das coisas de fora é coisa inusitada. Este silêncio interior é tão bom, não há conceitos que o possam descrever. Vem tudo de dentro, como um renascimento interior que transborda de mim.
Estou a registar neste meu diário que me acompanha desde a adolescência, olho para trás e aquele meu desassossego de alma e de coração pertencem a um passado longínquo. Os ditos problemas já deixam de o ser e passam a ser desafios de vida com utilidade e aceito-os com serenidade e vou resolvendo-os. Se há momentos em que a melancolia ou a dúvida me batem à porta, deixo-as entrar e converso com elas e elas acabam por se ir embora calmamente.
A dor do mundo já não me atormenta, envio muito amor a todos, principalmente às almas perdidas que praticam a maldade.
A raiva, o ressentimento, o desprezo e a revolta fizeram as malas e partiram.
A minha amada ironia está dormir algures e acorda em momentos divertidos.
No início pensava que era uma fase e tinha que a aproveitar enquanto durava, mas já nem me preocupo em perguntar porquê que assim me sinto, nem me preocupo se é uma fase ou quanto vai durar, fruo como um rio que corre alegre.

Ah, maravilha, maravilha…

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