03 dezembro 2012

Animais viajantes na nave musical do tempo


O meu primo, 6 anos mais novo que eu, era um puto de bom coração, um betinho que estudava num colégio inglês muito reputado, mas com pouca “maturidade” musical. O melhor que ouvia era o Brian Adams, os Waterboys e os James. Nunca mais me esqueço quando acabo de chegar do Brasil e ele leva-me a um concerto dos Delfins, memória dolorosa...

Enfim, tinha que fazer algo, até porque passara a partilhar o sótão e o gira discos com ele.

No primeiro Natal juntos, quando tinha acabado de completar os seus 15 anos, ofereci-lhe o álbum “Animals” dos Pink Floyd, a banda que ouvia desde os tempos que dançava na barriga da minha mãe e minimamente reputada para melhor influenciar o rapaz. A banda ele conhecia, como qualquer bom rapaz que se preze, mas o álbum não.

Deu-se então uma coisa mágica ou um feitiço, o certo é que ele, sempre que acordava e quando chegava das aulas até ir dormir, colocava o álbum on repeat. Cheguei a ir desligar o aparelho com ele já adormecido.
Foram 2 anos a ouvir os “Animals” quase todos os dias.

Ainda tenho o tal albúm em vinil que herdei quando deixou as terras lusas, mas fiquei anos sem o voltar a ouvir até há dias.

E então?
Viagens no tempo...
E o meu primo continua um bom rapaz.
 

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