31 dezembro 2012

Anzol

Passagem de ano do calendário Gregoriano... detesto!

Gregório lembra vómito, Papa lembra papa, Igreja lembra Inquisição.

Calendário Gregoriano, mera convenção matemática em desarmonia com os solestícios e equinócios.

Passagem de ano, desculpa para o entorpecimento e a depravação.

Altura em que sinto com maior intensidade a miséria humana, uma noite em que se embebedam de falsas expectativas.

O que me resta? Participar nesta prática cultural estúpida com muita alegria, juntamente com aqueles que mais amo e relembrar a data aproximada do nascimento do meu irmão e mestre Jesus...

O Anzol

24 dezembro 2012

Pobres humanos...


"Ardemos de desejo de encontrar um terreno sólido para ultimar uma fundação segura onde construir uma torre que chegue ao Infinito. Mas todas as nossas infra-estruturas rebentam, e a Terra abre-se em abismos."

Blaise Pascal, 1623-1662; Pensamentos

15 dezembro 2012

Assassinato, pedofilia e mentira

Impressionante como ao longo dos séculos o advento do Cristianismo foi adulterado, profanado, usado pelas Igrejas para empobrecer os espíritos humanos e comandar as suas vontades.
E mito da virgem Maria? Que mentira tão perversa, abolir o acto sexual, acto sagrado entre um homem e uma mulher capaz que fazer vida, como se fosse uma coisa impura. E tantos séculos a banir a sexualidade e por isso, responsável pela perversidade nas mentes dos oprimidos.
A Igreja Católica é a Instituição mais hipócrita que conheço, um alongamento na história de poder e manipulação do Império Romano.
Oh, Cristo, meu Jesus, salvador das almas, o “Satanás” possuiu e usou a Igreja como instrumento para boicotar a tua mensagem, o instrumento das trevas, do "pecado" e do medo.
Jesus, meu irmão, revolucionário do Ocidente, Buda do Amor, homem de carne e osso, filho de Maria, mulher que te concebeu através do acto sexual, marido de Madalena, mulher rica e independente que deu à luz filhos teus, de que vale a tua doutrina?

Mais um ano a comemorar o teu nascimento, e todos tão longe de ti...

Drogados da lei e drogados fora da lei...todos iguais, dopados!

Quais são as “indústrias” mais poderosas e proveitosas do mundo?
As indústrias das drogas legais e ilegais, claro.
São tudo grandes negócios, maiores do que os negócios da China. E grande maioria dos povos são consumidores de drogas. Especialmente os povos das ditas sociedades desenvolvidas.

Conheço pouquíssimas pessoas que não se drogam, uma ou duas. Se não são anti-depressivos, é a cocaína, se não são pílulas para dormir é o álcool, se não são moderadores de apetite e anfetaminas é a canabis transgénica, se não é haxixe de Marraquexe é o MDMA.

E vai mais uma pílula, mais um copo, mais uma dose, mais um bafo para aliviar a dor?

14 dezembro 2012

Diálogo entre a Enamorada e o Amor

 
- Já não te disse para ires embora?
- Sim.
- Então porque insistes em ficar?
- Porque é aqui que tenho que estar – diz o Amor.
- Mas eu não te quero aqui.
- O teu querer de nada vale.
- De nada vale!? Eu sou dona do meu coração.
- Isso é o que a tua mente pensa, mas o teu coração só obedece ao amor.
- Que rico amor, de que me vale se não o posso viver na partilha?
- Problema teu, eu daqui não saio.
- Olha lá, se eu não o escolhi quem escolheu por mim?
- Ninguém, é assim que tem que ser.
- Só podes estar a gozar comigo, isso é insano!
- Insano é estar sempre a pensar em vez de observar, insano é fazer guerra entre o pensamento e o sentimento. Enquanto lutares contra mim, viverás num tormento, porque não me deixas ficar?
- Já te disse porquê, não te posso partilhar, por isso é inútil ficares.
- Nunca sou inútil, tu é que não sabes como usar-me. Ou ainda pensas que estou aqui só porque tens um objecto em que possas projectar-me?
- Mas eu já não quero projectar-te naquele objecto.
- Se realmente não o quisesses, não estarias sempre a pensar que já não o queres, e enquanto o fazes a tua mente julga que a origem desse amor é ele, esse objecto que andas a negar.
- Estou farta das tuas filosofias, não quero continuar a sentir este amor.
- Infelizmente ainda vives no mundo da ilusão e continuas a acreditar exclusivamente naquilo que a tua mente te diz.
- Talvez me falte inteligência suficiente para perceber o que me tentas explicar, desculpa, mas não percebo nada, para mim parece loucura.
- Então desiste de lutar contra mim, deixa-me ficar que aqui estou bem e é onde devo estar.
- Se ficas, vou acabar por enlouquecer.
- Louca já tu és por me quereres aniquilar. Ficarei até que percebas que é aqui que tenho de estar. E quando perceberes saberás que não me podes mandar embora porque eu faço parte de ti.

Quem quer ser feliz?

"E ao atribuir a outra pessoa a responsabilidade pela sua infelicidade, você não se apercebe de que, ao renunciar à responsabilidade, está também a renunciar à liberdade. A responsabilidade e a liberdade são duas faces da mesma moeda."

Osho

13 dezembro 2012

Sobre a mente que mente

"Tudo o que ameaçava o homem das cavernas, perigos, trevas, fome, sede, fantasmas, demónios, tudo passou para o interior das nossas almas, tudo nos inquieta, nos angustia, nos ameaça por dentro."

Edgar Morin, Método V

07 dezembro 2012

“To be or not to be”

Ser é não ser, porque o que é são os átomos, e eu, um sistema composto por átomos em movimento, não sou, vou existindo. E o eterno resultado é um existir inacabado e a manisfestar-me na ilusão que é a vida construída pela mente que mente.

Só a consciência, que não é composta por átomos me poderia salvar deste existir sem nada saber e nada ser.

Mas se a minha mente é tão barulhenta e inventiva como um bando de crianças excitadas com as suas brincadeiras, como chego até ti consciência?

04 dezembro 2012

Cebola ou iceberg?

Pensas que me conheces?

Se volta e meia descubro algo de novo em mim, se tantas vezes me surpreendo com as minhas acções em determinadas circunstâncias, se me transformo para alcançar um novo objectivo ou realizar um ideal, se passo a conhecer coisas que não conhecia, se experimento emoções que nunca antes sentira, se aguento a pressão que julgava nunca conseguir aguentar, então, é porque ainda não me conheço totalmente.
E se ainda não me conheço assim tão bem, como podes tu saber quem sou?
E o que fui a teu lado foi uma ínfima parte de mim, longe daquilo que sei que sou mais aquilo que não sei que sou.
O que sou, para ti, não passa da tua criação.

Só não há sombra quando não há sol

Porque os humanos usam perfumes?
Porque cheiram mal.
 
Porque se enfeitam?
Porque se acham feios.
 
Porque buscam o sucesso e o reconhecimento?
Porque se sentem sós e fracos.
 
Porque os humanos se drogam?
Para esquecer que são humanos.

03 dezembro 2012

Animais viajantes na nave musical do tempo


O meu primo, 6 anos mais novo que eu, era um puto de bom coração, um betinho que estudava num colégio inglês muito reputado, mas com pouca “maturidade” musical. O melhor que ouvia era o Brian Adams, os Waterboys e os James. Nunca mais me esqueço quando acabo de chegar do Brasil e ele leva-me a um concerto dos Delfins, memória dolorosa...

Enfim, tinha que fazer algo, até porque passara a partilhar o sótão e o gira discos com ele.

No primeiro Natal juntos, quando tinha acabado de completar os seus 15 anos, ofereci-lhe o álbum “Animals” dos Pink Floyd, a banda que ouvia desde os tempos que dançava na barriga da minha mãe e minimamente reputada para melhor influenciar o rapaz. A banda ele conhecia, como qualquer bom rapaz que se preze, mas o álbum não.

Deu-se então uma coisa mágica ou um feitiço, o certo é que ele, sempre que acordava e quando chegava das aulas até ir dormir, colocava o álbum on repeat. Cheguei a ir desligar o aparelho com ele já adormecido.
Foram 2 anos a ouvir os “Animals” quase todos os dias.

Ainda tenho o tal albúm em vinil que herdei quando deixou as terras lusas, mas fiquei anos sem o voltar a ouvir até há dias.

E então?
Viagens no tempo...
E o meu primo continua um bom rapaz.
 

01 dezembro 2012

Coisas boas de Portugal - Eu

Nos últimos tempos tenho andado com maior preocupação do que é costume em relação ao país onde nasci. Mas apanhei-me, com surpresa, a pensar o contrário do que tenho vindo a pensar nos últimos tempos. O que me atormentava era a questão: O que posso fazer pelo meu país? Como posso contribuir e torna-lo num lugar melhor e mais justo? E fiz coisas nesse sentido, mas a sensação era de que nada tinha conseguido melhorar. Mas agora a perspectiva é diferente, afinal estou a fazer pelo meu país ao dar o melhor de mim quando trabalho, ao encaminhar os meus filhos pelos caminhos da virtude, ao ser um cidadão honesto, alerta, participativo, solidário, empreendedor e de espírito independente, por nunca ter tido um cartão de crédito, por gostar de partilhar o meu optimismo e a minha alegria mas, principalmente, por ser feliz.

 
Então já não estou a contribuir para o melhoramento do meu país?