30 setembro 2009

Tás aqui e não ali.

Afinal estive sempre em paz e não me tinha dado conta, esteve dentro de mim o tempo todo. Descobri que tenho paz interior, estou em harmonia com o universo e em sintonia com o milagre da vida. Agora percebo porque sou tão feliz. Agora compreendo porque tudo me parece tão claro. É algo intrínseco. O tormento que sinto é mundano, nada tem a ver com a minha essência espiritual. A paz que procuro para além de mim é a paz que não vejo à minha volta, é a paz que quero partilhar, como um acto solidário, como um acto de amor. O meu desassossego não é meu, é a empatia com o próximo que não tem a paz que eu tenho. E compadeço-me, sofro, quando vejo que à minha volta não há paz. A fome, a crueldade, a injustiça, a guerra, a corrupção, existem realmente. Continuaria egoistamente em paz com o meu umbigo enquanto mais de meio mundo sofre? Para viver em paz não é necessário fechar-me numa redoma, ou tornar-me monge, viver plenamente envolve o relacionamento com o mundo, o mundo da dor, dos desencontros, dos mal-entendidos, dos caminhos escuros. Como Pessoa diz: “É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma”. Partilhar a minha paz é efectivamente o meu desejo. O meu desafio é aprender a relacionar-me com as pessoas sem paz, sem superioridade, nem arrogância. A minha missão é levar-lhes a paz (ainda não descobri como, mas se continuar a seguir a estrela de certo descobrirei, enquanto isso, vou praticando).
Oh, estrela! Eu bem sentia que tinhas uma mensagem para mim. Sim, continuarei a seguir-te, tens muitas mais…

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