O meu pai morreu
O seu corpo desapareceu do planeta Terra
E com ele se foram os melhores abraços
Foi já há um ano
Mas continua a espiral de atordoamento
Primeiro, ver antes do tempo um futuro sombrio
Depois vê-lo a definhar como a minha mãe
definhou
Agosto, desgosto, mês de dor
E continua a espiral de emoções
Foi o primeiro aniversário, o primeiro Natal, o
primeiro dia do Pai sem Pai
O meu amigo confidente,
Já senti de tudo,
Impotência, raiva, tristeza, pena, desgosto, nostalgia, gratidão, amor, saudade.
Mas agora é um sentimento que não sei
explicar, não é bem um sentimento
É uma espécie de mistura
Um vazio muito cheio
É um viver assim
Um buraco em mim