27 setembro 2008
A cura
“…nessa tua mão deserta… vem teu amor … não é o tempo , …não é o momento… “ canta deprimente, António Variações. Agora, Bee Gees “loving is just a beautiful thing, oooh! …make my world a summer day… I’m waiting in line…you’re my looooove”. Mais ironias?
Agora tenho vontade de rir! Rir deste filme melodramático, rir com o peito a doer, mistura de doce e amargo. Vai um chocolate?
Chegam os The Cure “boys don’t cry”!!!!!!!!!
01 setembro 2008
Estado de ser sem nada ter
Não tenho casa, não tenho uma carreira, não tenho um amor.
Tenho dois filhos que em breve deixarão de ser meus.
Um ego despido de poder, de posse.
7 anos em sinopse
Tanta coisa já se passou, e pensar que fiquei longe do diário durante 7 anos…
Percorri os quatro cantos do mundo, vi desgraças e belezas. Durante 6 anos, envolvi-me voluntariamente numa organização que contribui para um mundo melhor.
Conheci pessoas horríveis no mundo do trabalho, conheci pessoas maravilhosas em todo o lado.
Casei e tive dois filhos, uma menina e um menino, o desejo dos reis realizado.
Nunca tinha lido antes os meus diários, que escrevia desde os quinze anos, e foi interessante observar o meu processo de desenvolvimento. E apesar de ter refinado os meus quadros de referência, continuo igual, a minha essência está intacta.
O que mudou, e muito, foi a forma de fazer as coisas. A aprendizagem em focar no que realmente importa, o constante ensaio da serenidade para aceitar o que não posso mudar e ter a coragem de mudar o que posso. E a gratidão, muita gratidão por participar no milagre da vida.
Tudo mudou. Os cenários, as pessoas, os desafios. Acabo de adquirir uma nova pele. Mantem-se a fé inabalável, a quantidade ilimitada de amor para dar e a missão de contribuir para um mundo melhor. Soa a cliché? Se assim for, é um bom cliché.
Agosto 08
Aniversário da Mª João
Jogam Susana, o Sueli, Mª João, Filipa, Gonçalo e Zé António.
Dia de anos da João. Momento de confraternização. “Desculpa” para o reencontro de amigos. Ilusão á mistura, tipicidade portuguesa, mil anos de história
e como a história somos nós e vamos cá estar. O estarmos e o sermos é uma realidade
de merda sintética!!!!! Raios partam a nacional fosforeira e a Imprensa nacional!
Estamos aqui todos juntos a tentar a diversão, mas que grande confusão, estou aqui ou não? Estou com a João e a sua tribo de transgressão
aqui a comer melão, encontro com cajado, entoo a velha canção. Sou Benfiquista
num dia tão clamoroso, não vamos estragar com referencias menos próprias, sugiro que vamos todos para o Sílvio
sim, mudar, sempre a vagar pela noite e pelo dia. Agora é noite e é bom o acalentar
como um sono meigo, nós flutuamos numa nuvem que dura e é fofa, que nos leva para perto de nós só para descobrir
que quando a rola saltou por cima dos túbaros do boi foi só com intenção de se declarar e de se reclamar como batata de pacote fora de data!
Ah é! Ah e eu que não sabia dessa história, estava convencida que sabia e agora só sei que nada sei. É bem, Zé António, estamos contigo e vamos Para a frente!
Sim, fui e espero voltar.
FIM
Bairro Alto,
16 Março 1999
Dia de anos da João. Momento de confraternização. “Desculpa” para o reencontro de amigos. Ilusão á mistura, tipicidade portuguesa, mil anos de história
e como a história somos nós e vamos cá estar. O estarmos e o sermos é uma realidade
de merda sintética!!!!! Raios partam a nacional fosforeira e a Imprensa nacional!
Estamos aqui todos juntos a tentar a diversão, mas que grande confusão, estou aqui ou não? Estou com a João e a sua tribo de transgressão
aqui a comer melão, encontro com cajado, entoo a velha canção. Sou Benfiquista
num dia tão clamoroso, não vamos estragar com referencias menos próprias, sugiro que vamos todos para o Sílvio
sim, mudar, sempre a vagar pela noite e pelo dia. Agora é noite e é bom o acalentar
como um sono meigo, nós flutuamos numa nuvem que dura e é fofa, que nos leva para perto de nós só para descobrir
que quando a rola saltou por cima dos túbaros do boi foi só com intenção de se declarar e de se reclamar como batata de pacote fora de data!
Ah é! Ah e eu que não sabia dessa história, estava convencida que sabia e agora só sei que nada sei. É bem, Zé António, estamos contigo e vamos Para a frente!
Sim, fui e espero voltar.
FIM
Bairro Alto,
16 Março 1999
Auto de boa-fé
… e eu, no meio disto tudo? Rodeado de mentiras… Tenho que gramar as instituições caóticas, observar impotente a justiça deformada e a sujeitar-me “às modas”. Vestir-me como eles, ver filmes e beber álcool com eles, comer alimentos com agro-tóxicos, respirar o ar poluído. O meu corpo está corrompido e a minha alma grita.
Mas quero estar acordado, mesmo que doa, que doa muito, quero ver, sentir, reflectir.
Mas tenho mesmo dificuldades em compreender como não se dão conta do incrível sentir da vida… alegam que a sua verdade é a verdadeira e andam todos às cabeçadas em guerras de verdades… não existem verdades finalistas, afinal, tudo pode ser interpretado como quisermos, porque tudo faz parte de tudo e acaba por ser a mesma verdade, vista e interpretada em parcelas e de diferentes formas, diferentes quadros de referência.
E se descobrissem isso? Acabavam-se as guerras das verdades finalistas e ia nascer uma nova era, onde os alicerces básicos do ser suportariam a casa do futuro, terra á vista!. Ah! Gozar a liberdade de se ser. E pensar que quanto mais caminharmos mais teremos que percorrer, pois não existe um fim, tão bom ter esperança!
Sentir isto é ter tudo, é ter o principal.
Começar a viagem pelo infinito e deixar de se estar virado para o finito, a verdade, a morte.
O mistério é o motor que nos faz avançar, há tanto para encontrar, porque pouco conhecemos, pouco alcançámos com a visão racional. A humanidade investiu, ainda investe, em fins últimos, a procurar verdades últimas, a fazer tratados, mas ainda não aprendeu a aplicar a racionalidade em coisas básicas da vida real, da nossa existência. A justiça, a saúde, o amor ao próximo e pela natureza, para mencionar alguns exemplos. Como Sócrates disse “saúde da alma em harmonia com a saúde do corpo”, isto ainda está por conseguir, senão não existiam tantos médicos, hospitais e laboratórios, estamos todos doentes, de corpo e alma, a maioria com a doença do sono, outros cegos ou com cataratas, uns indispostos, muitos verdes de inveja, outros com a febre da ganância, uns mais fortes, outros com sorte, mas doentes.
Alerta, balde de água fria, um raio de luz ofuscante, algo que vos faça despertar, sair da caverna, e passar a ver, não com os meus olhos, mas com os vossos.
Medo do desassossego de nada se saber? O desassossego e o desconhecido são necessários, ou queriam descobrir a verdade última. E depois, o que fazíamos com ela?
A terra, nossa casa, o jardim de Éden, a flutuar no cosmos nosso pai e filha da luz, nossa mãe também, a luz que dá á luz imensas estrelas que aquecem o universo. Paraíso, por ser bela, autónoma e equilibrada, onde as leis são aplicadas na perfeição.
Vejam este admirável mundo, os potenciais ilimitados do espírito e a força do amor!!
Para onde olham? Porque permanecem a olhar para as sombras?
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